João
Henrique do Vale e Andréa Silva - Estado de Minas e Correio Braziliense
A polícia
procura por um lavrador de 50 anos acusado de um crime bárbaro em Patrocínio -
MG, na Região do Alto Paranaíba. Ele é suspeito de matar um bebê que teve com a
própria filha, após vários anos de estupro. A mãe do homem foi presa por
participação no crime. Ela teria feito o parto da criança e ajudado a esconder
o corpo em uma cova rasa. De acordo com o Delegado Sérgio Elias Dias, a
adolescente de 19 anos vinha sendo estuprada desde os 12 anos. Ela já tinha
ficado grávida quando tinha 14 anos e foi obrigada a fazer um aborto. Desta
vez, ela conseguiu esconder a gravidez do pai por um tempo, mas acabou
descoberta. Segundo a polícia, ao saber sobre a gravidez, o lavrador contou com
a ajuda da mãe, de 76 anos, para fazer o parto, que aconteceu no dia 29 de
agosto. A adolescente contou à polícia que, após o nascimento, o pai dela
afirmou que o filho havia nascido morto. Mas a jovem afirma que ouviu o choro
do bebê.
A vítima
afirma que a criança foi morta após o parto. Depois disso, os acusados teriam
colocado o corpo em uma caixa de sapato e enterrado em um buraco. O local fica
a 300 metros de onde a família morava. Em 6 de setembro, cachorros dos vizinhos
foram atraídos pelo cheiro forte e desenterraram o corpo. O dono dos animais
percebeu a movimentação e constatou que eram restos da criança em avançado
estado de decomposição. A polícia foi acionada e começou a investigar qual
mulher estava grávida na região. Após denúncias de vizinhos, os agentes
chegaram até a adolescente. Primeiramente, a jovem negou qualquer envolvimento
do pai e disse ter sofrido aborto de um filho que havia tido com um
ex-namorado. Após entrar em contradição, ela acabou confessando que se tratava
de um filho que tinha tido com o pai e que ele e sua avó teriam sumido com o
bebê. A suspeita da polícia é que o lavrador fugiu para Penedo, em
Alagoas, onde a família dele mora. Um mandado de prisão foi expedido contra ele
e as autoridades daquele Estado já foram informadas sobre o caso.
Medo da
família
A
adolescente morava em uma casa junto com a mãe, a avó, o pai e mais três
irmãos, um menino de 15, e duas meninas, de 14 e 10 anos. As duas meninas foram
ouvidas pela polícia, mas negaram que tenham sido estupradas. A mãe da jovem
informou em depoimento que não suspeitava do homem e que ficou revoltada ao
saber dos abusos. Segundo a polícia, a família tinha medo do lavrador, por ser
uma pessoa agressiva.