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Nossa Senhora de Lourdes - Cidades do Velho Chico 21

A resposta de Paulo Sérgio, prefeito de Adustina

 

Poucas & Boas: De Poço Verde a Adustina, de Sindheli a Mendonça!

Os professores de Heliópolis receberam ajuda midiática do próprio prefeito. (Foto: Landisvalth Lima)

Câmara revitalizada

A Câmara Municipal de Poço Verde está de cara nova. Na última segunda-feira (7), o vereador Rivan Francisco recebeu seus colegas e o público em geral nas novas instalações do Legislativo Municipal. Tudo revitalizado para dar mais conforto aos edis e ao público. É pena que o comportamento político continua sendo o de sempre. O dinheiro é público, da coletividade, a casa é do povo, mas as ações apontam para um único realizador. Tudo é carreado para a promoção de um nome, como se tudo só funcionasse para ele, por ele e por causa dele. Nem mesmo os colegas da Mesa Diretora são citados. Tudo é Rivan, por sua realização, por sua máxima realização!

Nova liderança

A Câmara Municipal de Heliópolis iniciará o ano legislativo de 2022 somente na segunda-feira, dia 21, e não no dia 14. Para este ano não há nenhuma novidade a não ser a posse da nova Líder da Oposição, que será a vereadora Ana Dalva. Pode parecer um fato simples, mas não é. Ao aceitar ser líder, Ana Dalva põe uma pá de cal nas especulações que diziam estar os opositores se dividindo. Espera-se que esta nova fase também seja a de reconstrução das trilhas que devem ser seguidas pelos que fazem política em Heliópolis. Ana Dalva deve insistir no trabalho coletivo, deixando de lado as vaidades e as ações individualistas. Afinal, é o futuro de Heliópolis que está em jogo. 

Marcelo Nilo senador

Distanciamento político entre Marcelo e o PT está oficializado. (Foto: Bahia no Ar)

Agora é definitivo: Marcelo Nilo rompeu com o PT. O ex-quase-eterno presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, deputado federal do PSB, bateu o martelo e aceitou ser candidato a senador na chapa de ACM Neto. Claro que tudo pode mudar até agosto, mas as bases estão consolidadas. Tanto é que até o secretário indicado por Nilo, Nestor Duarte, já pediu demissão a Rui Costa da Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização da Bahia. Marcelo se queixava de ter sido abandonado pelo PT e o partido já anda pelos cantos dizendo que o deputado era insignificante e já o trata como traidor. A verdade é que Nilo sempre se queixou de o PT nunca ter limpado o governo das influências de Antônio Carlos Magalhães. Agora, ele troca a imitação pelo original.

Medo de ser oposição

Em contato com pessoas do mundo político da cidade de Adustina, percebe-se que há certo receio em ser oposição ao prefeito Paulo Sérgio. E não é por ser o prefeito um perseguidor. Parece ser o modus operandi de se fazer oposição. Até as denúncias contra a administração são feitas por debaixo do pano. É um tal de “não divulgue meu nome” ou “tem que ser em off”! Como jornalistas, nosso dever é preservar as fontes, mas é curioso quando estas fontes são políticos opositores, que foram colocados pelos eleitores exatamente para denunciar, fiscalizar e azucrinar a vida de administradores descompromissados com o bem do público. Deveria ser tudo feito às claras, por cima dos panos! É a democracia, meu rei!

Bolsonaro em Haia

Enquanto as instituições brasileiras se negam a tomar atitudes legais contra os crimes do presidente, no intuito claro de preservar sua candidatura para facilitar a eleição de Lula, o Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, na Holanda, confirmou nesta quarta-feira (9) o recebimento do relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, que investigou a condução do Executivo federal na pandemia do coronavírus no país. Bolsonaro será julgado por nove crimes, de acordo com o relatório da comissão aprovado em outubro do ano passado: epidemia com resultado morte; infração de medida sanitária preventiva; charlatanismo; incitação ao crime; falsificação de documento particular; emprego irregular de verbas públicas; prevaricação; crimes contra a humanidade e crimes de responsabilidade. No Tribunal Penal Internacional não há uma lei para os poderosos e outra para os comuns. Todos são iguais perante a Lei. Aprende, Brasil!

Garoto propaganda

Prefeito José Mendonça

O Sindheli não precisou realizar nenhuma divulgação de suas atividades para tentar fazer o prefeito José Mendonça efetivar o aumento do Piso em 33,24%. O próprio prefeito funcionou como garoto propaganda das ações do sindicato dos servidores de Heliópolis. Vejamos: o prefeito assinou decreto proibindo quaisquer eventos até o próximo dia 15 de fevereiro. A manifestação dos professores foi convocada para o dia 14! Soou como uma jogada para proibir o ato. Felizmente, alguém soprou todas as negatividades do ato e o prefeito corrigiu para o fim da medida se encerrar dia 14, às 5 horas da manhã. Em seguida, a secretaria de educação divulga nota adiando o início das aulas para o dia 15 de fevereiro (terça-feira). Mais uma vez soou como retaliação e aumentou o grau de insatisfação dos educadores com o alcaide. Resultado: o Piso do Magistério e o Sindheli ficaram na mídia a semana inteira e o garoto propaganda na condição de vilão. É muita resenha, viu!

Efeito bumerangue 

Se alguém está aconselhando o prefeito José Mendonça, coisa que duvidamos, precisa dizer a ele que ninguém mais tem contato com o povo que um professor. Essa coisa de adiar o início das aulas para não dar visibilidade aos eventos do Sindheli, disfarçado de contribuição à democracia, é conversinha para pedra ouvir. Os professores têm contato a semana inteira com os alunos e podem usar os intervalos das aulas para vender seu peixe. Ou seja, no próprio trabalho pode comer na unha os adversários. Esta guerra Mendonça já perdeu. Se der o aumento pode até recuperar parte significativa do que perdeu. Se não der os 33,24% ficará apenas com aqueles que, mesmo esfolados, ainda votam no grupo. E são poucos. Assim como os professores conseguiram centenas de votos para eleger o prefeito, podem tirar mil temperados pela raiva. A pancada de volta é sempre dolorida.

Minuto cruel: Cinismo ilimitado

      

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Corrupção: Polícia Federal desvenda fraude no DNIT

Fraudes no DNIT aconteciam há mais de dez anos. (Foto: EBC)

Aquela história de Jair Bolsonaro de que havia acabado com a Lava Jato porque no seu governo não havia mais corrupção nunca passou de uma piada. Investigadores da Receita Federal e CGU encontraram indícios de irregularidades na contratação e execução de obras públicas no DNIT e cinco servidores foram afastados nesta quinta-feira (10).

O nome da operação é Rolo Compressor, deflagrada hoje, que mira fraudes em licitações do Departamento Nacional de Infraestrutura em Transporte, o DNIT. Segundo a investigação, há indícios de superfaturamento e lavagem de dinheiro. A Justiça autorizou a prisão de um dos alvos da operação e o afastamento cautelar de cinco servidores públicos, além de bloqueio de bens. Outros 26 mandados de busca e apreensão são cumpridos no Paraná, Mato Grosso, Santa Catarina, Distrito Federal, Minas Gerais e São Paulo. 

A investigação teve início em 2015, ainda no governo Dilma Rousseff,  e apurou que o esquema funcionava há pelo menos 10 anos, com fraudes na contratação e execução de obras públicas contratadas pelo DNIT no Paraná. Fato é que a corrupção sempre esteve enraizada no serviço público brasileiro e nunca foi debelada. Os corruptores são tão fortes que chegaram ao ponto de declarar guerra a quem luta contra o sistema. 

Adustina: O calçamento onde se atola até carroça!

Eficácia do exercício de resistência no tratamento da Diabetes Mellitus tipo 2: Revisão literária de estudos randomizados

José Raul Santos da Silva (Graduando em Farmácia pela UNIAGES) e 

Daniela Silva Vicente (Graduada em Fisioterapia - Faculdades Metropolitanas Unidas - FMU)

Esta pesquisa aponta informações importantes sobre a saúde pública do Brasil. (Imagem ilustrativa)

1   INTRODUÇÃO

Conforme dados de 2019 da International Diabetes Federation aproximadamente 500 milhões de pessoas ao redor do mundo possui algum tipo de diabetes, e dentro dessa estimativa, 90% são portadores da diabetes mellitus tipo 2 (DM2), a qual tem origem relacionada ao estilo de vida não saudável. Essa pesquisa também aponta informações preocupantes para a saúde pública brasileira, onde 17 milhões de adultos, entre os 20 e 70 anos de idade são diabéticos, correspondendo a quase 12% da população.1

Além da incapacidade parcial ou total em consequência das disfunções motoras e/ou psíquicas a DM2 traz preocupações para a saúde pública, dado que tal patologia ocupa a quarta posição no ranking mundial das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) mais letais. Decorrente a esse cenário, são notados impactos preocupantes nos sistemas de saúde de muitos países, desde as nações mais desenvolvidas a menos desenvolvidas, devido aos altos gastos com medicamentos.2 A DM2 não está necessariamente relacionada ao poder de compra de produtos alimentícios industrializados ricos em sacarose, uma vez que o açúcar é uma mercadoria de baixo preço na maioria dos países, portanto de fácil acessibilidade para o consumo. Ademais, maior parte dos casos está diretamente ligada a hábitos não saudáveis, especialmente o sedentarismo, sendo assim, a prática de exercícios físicos é essencial para a promoção da saúde do paciente.3

Nas últimas décadas, o número de casos de DM2 tem crescido exponencialmente, principalmente devido ao aumento de obesidade, fator de grande influência no desencadeamento da patologia. Na maioria das vezes, as manifestações da DM2 são apenas notadas muitos anos após o início da doença, de forma que o sobrepeso em indivíduos, principalmente aqueles que possui histórico familiar positivo em obesidade, pode acarretar no desenvolvimento da citada doença. Sendo assim, nos casos de indivíduos assintomáticos é necessário a realização de exames laboratoriais. 4-5

As principais estratégias terapêuticas para a DM2 são dietas, exercícios físicos, medicamentos e, em casos específicos, administração de insulina. Outro fator de influência no surgimento e agravamento da diabetes é o sedentarismo, por isso a necessidade de prática de exercícios físicos, pois atua na prevenção e tratamento, uma vez que melhora a ação insulínica, reduz os níveis glicêmicos, além de evitar outras complicações, como riscos cardiovasculares, consecutivamente melhorando a saúde em geral do diabético.6

Os portadores de DM2 normalmente necessitam de tratamento medicamentosos via oral para o controle da hiperglicemia, todavia, em certos casos apenas mudanças no modo de vida são eficientes na melhoria do quadro clínico. Sendo assim, é preciso que o paciente seja orientado de forma adequada quanto a reeducação alimentar, perda de massa corporal e atividade física, além disso, outrossim, estudos apontam vários benefícios acerca da prática de exercícios de resistência na melhoria da qualidade de vida do diabético. 7-8

2   OBJETIVO

O objetivo primário da presente pesquisa é avaliar evidências científicas, através de revisão sistemática de ensaios clínicos randomizados, sobre os efeitos dos programas de exercícios de resistência em indivíduos com DM2. o objetivo secundário é classificar os artigos conforme a escala PEDro (Physiotherapy Evidence Database) e definir se os mesmos são prospectivos, retrospectivos, longitudinais ou transversais.


3   MÉTODO

A presente pesquisa é uma revisão de literatura de estudos clínicos randomizados controlados que tratam diretamente dos benefícios da prática de exercícios de resistência no tratamento da diabetes mellitus tipo 2. A abordagem configura-se como qualitativa, pois avalia os dados de forma indutiva, levando em consideração os resultados da aplicação dos exercícios em variados grupos portadores da citada patologia.


3.1   Estratégia de busca


Os estudos disponíveis na literatura foram identificados dentre o recorte temporal dos anos 2016 e 2021. A busca dos estudos foi realizada nas seguintes bases de dados: SciELO (Scientific Electronic Library Online), Lilacs (Literatura Latino- americana e do Caribe em Ciências da Saúde), PubMed/MedLine e PEDro (Physiotherapy Evidence Database). Adicionalmente, foi realizada uma busca manual por meio da análise das referências dos artigos incluídos.

A busca dos artigos científicos foi realizada nos idiomas português e inglês. Para a identificação dos artigos, foram utilizados os seguintes descritores em: “exercício físico” “diabetes mellitus tipo 2”, “hiperglicemia”, “randomizado controlado”. Vale ressaltar que tais descritores também foram traduzidos para o inglês, adaptados para cada base de dados e combinados por meio dos operadores booleanos (OR, AND e NOT).

 

3.2   Critérios de inclusão e exclusão


Os títulos e resumos dos trabalhos foram avaliados conforme os seguintes critérios de inclusão pré-definidos para determinar a relevância do tema: (I) estudos que tratam do uso de programas de exercícios de resistência na melhora de pacientes portadores da DM2; (II) público estudado com idade entre 20 e 75 anos; (III) estudos de intervenção (clínicos randomizados controlados); (IV) artigos publicados nos últimos 5 anos.

Foram categorizados como critérios de exclusão: comentários; editoriais; teses de doutorado; dissertações de mestrado; artigos que não estavam em português e inglês ou artigos que não estavam disponíveis na íntegra; estudos com mais de 5 anos de publicação, isto é, anterior a 2016; efeitos agudos pós o uso da técnica; estudos em animais.


4   RESULTADOS

A triagem inicial feita com os citados descritores permitiu a identificação de 558 títulos, os quais foram submetidos aos critérios de inclusão. Após isso restaram

30 artigos, os quais foram lidos na íntegra, no entanto, somente 09 foram considerados potencialmente relevantes, uma vez que atenderam todos os parâmetros de elegibilidade. A respeito desses observou-se que apenas um estudo é categorizado como retrospectivo longitudinal, os demais, são prospetivos longitudinais, além disso, a faixa etária dos públicos estudados varia de 20 a 75 anos de idade. Outro ponto de destaque são as cargas utilizadas para a realização dos exercícios as quais variam de 30% a 70% de repetição máxima. No que diz respeito às bases de dados 05 pertenciam a PubMed/Medline, 02 a Scielo, 01 a Lilacs, 01 a PEDro.

A seguir são apresentados o fluxograma dos artigos incluídos e excluídos e em seguida a tabela dos estudos selecionados para a revisão, a qual é composta por nome do autor, ano de publicação, título, amostra populacional, intervenção e desfecho.



       Vale ressaltar que os artigos foram classificados conforme os critérios da escala PEDro, atribuindo-lhes valores de 0 a 10 pontos. Todos os estudos revisados obtiveram 7 pontos na classificação, sendo assim, comprovando que os mesmos seguem metodologias científicas de qualidade e semelhantes entre si. Percebeu-se que as pesquisas não foram realizadas por meio de estudo-cego de participantes, terapeutas e avaliadores.

5   DISCUSSÃO

A DM2 é responsável por cerca de 90% de todos os casos entre os tipos de diabetes mellitus registrados no mundo. O tratamento da DM2 necessariamente considera a idade do paciente, massa e força muscular, padrão alimentar, índice de gordura corporal e outras condições físicas nos quais o paciente está inserido.

A relação entre obesidade e DM2 é bastante definida. É comum que indivíduos com massa corporal muito acima do ideal tendem a desenvolver a referida doença, por isso é essencial que exame sejam feitos, principalmente o de hemoglobina glicada (HbA1c), pois revela o nível de glicemia nos últimos 2-3 meses. Controlar essa molécula é fundamental, uma vez que evita problemas sérios como aqueles de origem cardiovascular. Pensando nessa problemática, Ranasinghe e seus colaboradores (2021) estudaram, durante 12 meses, 38 cingaleses obesos, com idade entre 35 e 65 anos, todos diagnosticados com a supracitada patologia, e após a aplicação dos programas de exercícios percebeu-se que a houve melhora no controle glicogênico. E por falar em agravos cardiovasculares, a pesquisa de François et al (2016) atestou que os efeitos do exercício de resistência são eficientes no melhoramento das funções endoteliais de diabéticos, evitando infarto agudo e acidente vascular cerebral e outras patologias decorrentes da DM2.9-10

Há um certo receio por parte dos leigos quanto a prática do treinamento de resistência para o tratamento da DM2 em pacientes idosos, pois alegam que os indivíduos da terceira idade não conseguem realizar o programa devido aos seus declínios musculoesqueléticos Contrariando esse tabu, o estudo de Yamamoto et al (2020), aplicou em um período de 48 semanas, exercício com faixa elástica e calistênico em 60 idosos com idades entre 70 e 79 anos e comprovou que, além de não haver efeitos colaterais devido ao esforço físico, os citados exercícios foram eficientes no ganho de massa e força muscular. Ademais, ficou evidente que a evolução da sarcopenia, cuja possui ligação com as complicações da DM2, pode ser tratada usando o método dos referidos pesquisadores.11


Outro pensamento errôneo, ultrapassado e machista é cogitar que as mulheres não são aptas para participarem de atividades físicas devido a sua estrutura corporal. Em contraponto a esse sexismo, os estudos de Cruz et al (2019) e Sawada et al (2018) foram realizados somente com mulheres com DM2 e os dados provaram, em ambas pesquisas, que os exercícios de baixa e de alta intensidade foram bem aceitos por elas, sem haver nenhuma restrição, e os resultados apontaram redução dos níveis de glicemia na corrente sanguínea das participantes. 12-13

O tratamento medicamentoso é considerado de alto custo pela Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) e apresenta contraindicações e problemas no entendimento quanto à dosagem adequada. Por esse motivo, geralmente o tratamento farmacológico somente é adotado em um segundo momento, quando a adoção do controle nutricional e a prática de atividade física não forem mais suficientes à manutenção ou melhoria da condição de saúde do paciente. Vale ressaltar que tanto a nutrição e treinos físicos quanto os medicamentos podem ser usados simultaneamente, dado que atuam com mais eficácias terapêuticas. Além disso, no estudo Bouchi et al (2021), que conta com a participação de 146 indivíduos acompanhados durante 24 semanas, o tratamento da DM2 pode ser feito com exercícios de resistência combinado com medicamentos redutores de glicose, mas essa junção só pode ser administrada com prescrição médica, pois o uso incorreto dos fármacos pode trazer efeitos colaterais.14

Quanto a suplementação nutricional em conjunto com os exercícios como terapia para a DM2, é importante que sejam elaboradas de acordo com a necessidades nutricionais de cada indivíduo para que suas ações no organismo possam melhorar o quadro clínico do paciente. O estudo de Miller et al (2012), onde participaram 198 adultos, enfatiza que essa combinação de tratamento deve ser particularizada, pois sua pesquisa demonstrou que a maioria dos participantes não obteve nenhuma redução no nível de glicemia, principalmente aqueles mais velhos e acima do peso.15

Outro ponto a ser pensado é no tocante a intensidade e duração das práticas de treinos físicos. No estudo de Magalhães, 96 participantes com idade média de 58,5 anos, foram randomizados em dois grupos, o primeiro de treinamento intervalado de alta intensidade e o segundo de treinamento de continuo de intensidade moderada. Ambos os treinos foram combinados com treinamento de resistência e após a comparados os resultados gerais, foi comprovado que o segundo tratamento foi que mais apresentou melhoras no controle glicêmico, na aptidão física e cardiorrespiratórios em portadores de DM2.16

Ademais, como pode ser observado no ensaio clínico de Terauchi, Takada e Yoshida (2021), realizado por 336 indivíduos com idades entre 20 e 75 anos, as atividades físicas aeróbicas de baixa intensidade em conjunto com exercícios de resistência também atua na redução de gordura corporal e no nível hemoglobina glicada, além disso, esses treinos foram bem aceitos pelos pacientes, os quais relataram melhoria de qualidade de vida.17

Diante do exposto, o presente estudo é relevante na aplicação clínica, pois comprova que o treinamento de resistência alinhada a outros tipos de exercícios, medicamentos e nutrição adequada, é um programa eficaz no tratamento da diabetes mellitus tipo 2.

No entanto, algumas limitações foram encontradas no desenvolver desta revisão, em razão que para acessar os artigos completos teria que haver a compra do mesmo. Também foi esperado que houvesse disponíveis com mais frequência estudos randomizados produzidos por pesquisadores brasileiros. Além disso, algo que não foi visto e era aguardado era sobre os benefícios dos exercícios físicos no psicológico dos portadores de DM2.


6   CONCLUSÃO

A revisão bibliográfica dos ensaios clínicos randomizados controlados permitiu verificar os efeitos e benefícios dos exercícios de resistência aplicados como terapias para a DM2. Ao longo da pesquisa, ficou evidenciado que esse tipo de exercício quando aplicado em conjunto com a medicação, suporte nutricional e outros tipos de treinamentos físicos tende a controlar os níveis de glicemia, melhorar o condicionamento físico e reduzir riscos cardiovasculares decorrentes da diabetes. Os estudos também demonstram que esse programa pode ser realizado por qualquer pessoa, independentemente da idade, gênero ou vigor físico.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


1.                  American Diabetes Association (ADA). Standards of Medical Care in Diabetes - 2019. Diabetes Care, n. 42, 2019.


2.                 Sociedade Brasileira de Diabets (SBD). Conduta terapêutica no diabetes tipo 2:        algoritmo                                    SBD                     2019.Disponível                      em:

<https://www.diabetes.org.br/publico/images/pdf/sbd_dm2_2019_2.pdf>.                                                                              Acessado em: 21/05/2021.


3.                 Malta, D; Neto, O; Junior, J. Apresentação do plano de ações estratégicas para o enfrentamento das doenças crônicas não transmissíveis no Brasil, 2011 a 2022. Rev Epidemiol. Serv. Saúde. 2011; (4): 425-438.


4.                  Molena-Fernandes C. A; Junior N.N, Tasca, R.S, Pelloso, S.M., Cuman, R. K.

N. A importância da associação de dieta e de atividade física na prevenção e controle do diabetes mellitus tipo 2. Acta Sci Health Sci. 2005; 27 (2):195-205.


5.                 Arsa, G. et al. Diabetes Mellitus tipo 2: Aspectos fisiológicos, genéticos e formas de exercício físico para seu controle. Rev. Bras. Cineantropom. Desempenho. Hum. 2009; 11 (1): 103-111.


6.                 Ferreira, S. Cuidados farmacêuticos na diabetes tipo 2: Educação ao doente diabético. Dissertação (mestrado em Ciências Farmacêuticas). 2013. 62 f. Faculdade de Ciências e Tecnologias – Universidade de Algarves, Algarves, 2013.


7.                 CAMBRI, L. T; SANTOS, D. L. Influência dos exercícios resistidos com pesos em diabéticos tipo 2. Revista Motriz. 2006; 12 (1): 33-41.


8.                 MARTINS, D. M. Exercício Físico no controle do Diabetes Mellitus. Guarulhos, SP: Phorte editora, 2000.


9.                 Renasinghe C, Devage S, Constantine G, Katulanda GR, Hills AP, King NA. Glycemic and cardiometabolic effects of exercise in Sri Lanka in South Asia with type 2 diabetes mellitus: a randomized controlled trial of aerobic diabetes and resistance training in Sri Lanka (SL-DARTS). Elsevier. 2021; 15:77-85.


10.             Francois ME, Durrer C, Pistawka KJ, Halperin FA, Little JP. Resistance-based interval exercise acutely improves endothelial function in type 2 diabetes. Am J Physiol Heart Circ Physiol. 2016; 311(5):1258-1267.


11.             Yamamoto Y, Nagai Y, Kawanabe S, Hishida Y, Hiraki Koji, Sone M, Tanaka Y. Effects of resistance training using elastic bands on muscle strength with or without leucine supplementation for 48 weeks in elderly patients with type 2 diabetes. Endocrine Journal. 2021; 68 (6): 291-298.


12.             Cruz, LC, Araujo, AA, Andrade KP, Rocha TCOG, Puga GM, Moreira SR. Low- Intensity Resistance Exercise Reduces Hyperglycemia and Enhances Glucose Control Over a 24-Hour Period in Women With Type 2 Diabetes. Journal of Strength and Conditioning Research. 2019; 33 (10): 2826-2835.


13.             Sawada SS, Gando Y, Kawakami R, Blair SN, Lee IM, Tamura Y, Tsuda H, Saito H, Miyachi M. Combined aerobic and resistance training, and incidence of diabetes: A retrospective cohort study in Japanese older women. J Diabetes Investig. 2019; 10 (4): 997-1003.


14.             Bouchi R, Sonoda N, Itoh J, Ono Y, Fukuda T, Takeuchi T, Kishimoto J, Yamada T, Ogawa Y. Effects of intensive exercise combined with dapagliflozin on body composition in patients with type 2 diabetes: a randomized controlled trial. Endocr J. 2021; 68 (3):329-343.


15.             Miller EG, Nowson CA, Dunstan DW, Kerr DA, Menzies D, Daly RM. Effects of whey protein plus vitamin D supplementation combined with progressive resistance training on glycaemic control, body composition, muscle function and cardiometabolic risk factors in middle-aged and older overweight/obese adults with type 2 diabetes: A 24-week randomized controlled trial. Diabetes Obes Metab. 2021; 23 (4): 938-949.


16.             Magalhães JP, Júdice PB, Ribeiro R, Andrade R, Raposo J, Dores H, Bicho M, Sardinha LB. Effectiveness of high-intensity interval training combined with resistance training versus continuous moderate-intensity training combined with resistance training in patients with type 2 diabetes: A one-year randomized controlled trial. Diabetes Obes Metab. 2019; 21(3):550-559.


17.             Terauchi Y, Takada T, Yoshida S. A randomized controlled trial of a structured program combining aerobic and resistance exercise for adults with type 2 diabetes in Japan. Diabetol Int. 2021; 20 (6):501-507.