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Nossa Senhora de Lourdes - Cidades do Velho Chico 21

Artigo de Luxo: Os políticos, o passado e a crueldade. Estreia

Se cultuar os erros de ontem e de hoje para evitar a repetição dos malfeitos fosse sinônimo de fracasso, eu estaria em constante processo permanente de capitulação. Para mim, o acerto é uma necessidade humana e os desacertos servem de aprendizado. Nossa vida é tão curta que não nos é permitido repetir erros. Quem acompanha com inteligência o comportamento dos nossos agentes públicos verá que, de forma esmagadoramente predominante, insistem em replicar ações como mantras, mesmo que elas sejam consideradas inadequadas até mesmo pelo mais comum dos seres humanos. Talvez seja por isso que muitos guardam fotos dos tempos de sucesso de outrora, mas escondem as feridas que permitiram chegar ao fato. Os fins justificam os meios! Ou seja, chegar ao poder, ou permanecer nele, é a licença para que se possa fazer tudo, até mesmo matar!

Não, caro leitor! Não vou estragar seu dia com relatos de assassinatos! Os meios de comunicação da Bahia estão aí difundindo cada corpo que cai, de soldados, de bandidos e inocentes, nessa guerra contra o tráfico. Quero fazer um corte e focar apenas neste nosso Nordeste da Bahia. Todos sabem que o velho Sorria de Fátima voltou às páginas das análises políticas. Quer ser novamente prefeito e derrotar Binho de Alfredo. As práticas são as mesmas: promessas, bazófias e muito óleo de peroba. Ah, claro! Muita cachaça! Fará a alegria daqueles que já perderam a esperança no futuro e veem no passado uma saída para glorificarem suas existências. Nada de novo. Este filme já foi visto e o final nós já sabemos.

Aqui na minha Heliópolis, um passado supostamente glorioso, mas que ninguém quer repetir, preenche as telas dos celulares, em grupos de aplicativos de conversas, com ditos elogiosos à sua atuação como um imbatível administrador! Certamente só figuram os acertos. Não aparecerão os bois entrando na cidade, fruto da venda de votos; nem uma palavra é dita sobre o telhado de uma escola malfeita que desabou sobre cabeças de alunos no povoado Serra dos Correias. E quem se lembra do tal deputado-peru, que ficava rodopiando na cadeira da Assembleia, saindo sem um projeto, sem um feito de glória? Até mesmo a Constituição ele queria mudar a seu favor. Insistiu em candidatar a esposa como sucessora dele na prefeitura e ainda obrigou Paulo Souto a mentir em público. O fim disso tudo? Hoje não consegue nem mesmo uma cadeira de vereador. Seu valor como político está no passado, no pouco de bom que fez, porque ninguém é tão ruim suficientemente que no poder não possa fazer algo de bom. Na balança do julgamento, os erros, entretanto, são bem maiores que os acertos. É um preço muito alto a pagar.

Vamos dar uma passadinha em Coronel João Sá, terra que replica a velha polarização da nossa política entre dois grupos que se alternam no poder. Quem está no trono de prefeito é Carlinhos Sobral. Digo trono porque ele parece esquecer da era em que vivemos e se acha acima da Lei porque se vê como um rei. Está promovendo uma série de perseguições a servidores. Duas professoras sofrem o pão que o prefeito amassou. Uma delas foi transferida de ofício e, quando se organizava para começar sua jornada, foi vítima de nova transferência. E o problema não está com ele. Elas cometeram a blasfêmia de falar injúrias contra o todo-poderoso! Ousaram ainda não o apoiar ou defendê-lo! Onde já se viu isso em pleno século 21? Embevecido pelo poder, Carlinhos Sobral deseja a glória, mesmo não pagando o Piso do Magistério determinado em Lei. Acaso tivesse feito tudo como manda a regra, nem mesmo assim teria direto às palmas. Fazer o correto é nossa obrigação, principalmente quando se é eleito justamente para isso!

Mas o troféu de repetidor de atos do passado vai para o ex-vereador e último candidato a vice-prefeito na chapa da oposição em Cícero Dantas. O nome dele parece ser a representação da pequenez política dos nossos agentes públicos: Nininho! Oficialmente, Nininho de Nedito. Fazendo o papel correto de vereador, denunciou o prefeito, Dr. Ricardo, apresentando irregularidades tácitas do alcaide na aplicação do dinheiro público. Como é comum, fez uma negociata política e hoje está apoiando o prefeito. Em troca, recebeu uma pasta da municipalidade para chamar de sua. E para provar sua lealdade ao administrador-mor, está usando os advogados pagos com dinheiro público de Cícero Dantas para desfazer as denúncias feitas nos processos abertos contra Ricardo. Quer apagar da história os fatos com a borracha do mau-caratismo.

Eu já me daria por contente se nossos agentes públicos parassem de repetir os erros do passado. Não é pecado nenhum fazer da política uma forma de vida. É possível a cada mandato trazer algo novo para justificar a confiança do eleitor, mas querer o poder, ou tentar se manter nele, mascarando feitos de outrora, maquiando ao seu bel prazer a realidade e praticando comportamentos nada republicanos não são feitos inteligentes. Se tudo isso acontece e os frutos podres são colhidos, resta-nos entender que os políticos não mudaram e, muito menos, os eleitores. Nesse caso, haverá sempre um culpado: a mídia. Para ser mais específico, este que escreveu e pronuncia tal artigo. É possível até que alguns, tomados pelos efeitos da polarização política, abandonem a leitura deste blog ou deixem de ouvir ou ver estes relatos. Talvez até dê um deslike ou deixe de seguir este canal. Provável até que eu seja visto como o entrave que impede o seu político preferido de chegar onde deseja. Oh! Landisvalth cruel!