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Nossa Senhora de Lourdes - Cidades do Velho Chico 21

Poucas & Boas nº 111: Qual o significado da palavra futuro?

O significado da palavra FUTURO. (Foto: Deviante)

Incerteza

Isto porque estamos chegando ao fim do fechamento da janela aberta para filiação partidária. Os pulos estão sendo dados aqui e ali e o vice ou a vice do atual prefeito ainda é uma incógnita. Na verdade, Mendonça joga para trazer os votos que perdeu ao longo de sua trajetória como prefeito. Na sua conta, Ildinho ou Ana Dalva somariam melhor. Como esta possibilidade é nula, seu grupo vive a mandar recados aos dois na esperança de um milagre acontecer. Além disso, torcem por um racha na oposição, uma incerteza ainda maior.

Competitividade

É o que esperam os grupos para formação de suas chapas que disputarão as cadeiras da Câmara Municipal de Heliópolis. Como somente cada coligação ou partido só poderá lançar 10 nomes, sendo inclusive 3 do sexo oposto, as contas estão sendo feitas. O grupo da situação tem nomes competitivos, todos homens. Precisam urgentemente encontrar 3 nomes de mulheres que possam agregar votos. Com o prefeito tentando se salvar de uma derrota, isso ficará para o quinto tempo. Na oposição, o problema é candidato demais. Ou faz duas coligações ou negocia desistência, mas competitividade é o que não falta para homens e mulheres.

Descrédito

A imprensa de nossa região tem sempre o cuidado de tratar dessa atividade comum da nossa política regional, a tal compra de votos. Usam todos os nomes para isso: adesão, pulo ou passagem. A negociata é crime, mas está aí debaixo das barbas do Ministério Público e da Justiça Eleitoral. Sejamos honestos, ocorre no país inteiro! O Centrão não me deixa mentir. Só que aqui quem surpreende são os mais privilegiados. Quando um miserável aceita votar por uma grana ou por um emprego, sua condição é o argumento. E o que dizer de pessoas que passaram oito anos trabalhando com o prefeito anterior, em cargos comissionados bem gordos, e agora aceitam pular a cerca para receber um carguinho de salário mínimo?

Oposição

Se juntarmos as pesquisas encomendadas pelas diversas lideranças, nossa região estará no colo dos opositores dos prefeitos. Sem citar nomes, apenas 4 municípios do Semiárido Nordeste II podem ter prefeitos eleitos em 2024 ligados aos grupos situacionistas. Todo o resto terá vitória da oposição, claro, continuando o atual cenário. Em Poço Verde, no Estado de Sergipe, a chapa Roberto Barracão/Edna Dória vai ter que cometer muitos erros para não chegar lá. O que não dá para entender é como alguém passa 4 ou 8 anos numa prefeitura e não consegue fazer o lastro para sua reeleição ou colocar um sucessor aliado. O povo, sempre sábio, não arrisca um novo nome caso o alcaide tenha feito um bom trabalho. Dizem que todo o problema é causado pela canseira. Os bichinhos trabalham demais!

Proibição

Heliópolis deixou de ser a terra do silêncio. Quem vive por aqui precisa gostar de zoeira. Além dos carros de som, que tem suas horas específicas, existem os fogos de artifícios. Se pulou um, lá vem o papoco! Fez promessa, lá vem outro! Se os carros de som circulam em horas mais ou menos programadas, isso não ocorre com os fogos. Tem gente papocando tudo em plena madrugada. Além disso, há as insuportáveis motocicletas com os escapamentos preparados para arrebentar os seus ouvidos. Um inferno! É hora de proibir. Velhos, crianças e doentes não merecem isso.

Contas rejeitadas

Se o que os vereadores dizem sobre os pagamentos feitos pelo prefeito José Mendonça em janeiro deste ano for apenas factível, o prefeito de Heliópolis deve ter suas contas deste ano rejeitadas. Isso, claro, se o TCM, de fato, considerar as irregularidades, o que é muito difícil. Recuperar calçamento a paralelepípedo logo depois de sua construção é ato de muita coragem. O prefeito tem enfrentado alguns percalços, inclusive ficou sem grana no último dia 20. FPM Zero. O motivo ainda está em estudo. No último FPM deste mês, Heliópolis chegou a 556 mil. Desta vez, o zerado foi o prefeito de Tucano.

Concurso

Está no portal Jeremoabo.com, e foi replicado pelo blog do Joilson Costa, que a Prefeitura Municipal de Jeremoabo, na Bahia, está com inscrições abertas para 134 vagas em concurso público em diversas áreas. As vagas são para cargo efetivo e cadastro reserva. As inscrições já estão abertas desde o dia 26.03.2024 e vai até o dia 10 de abril de 2024, sendo realizadas exclusivamente pela internet e os candidatos devem acessar o site do INSTITUTO BRB (https://institutobrb.selecao.net.br/) para efetuar a inscrição. As taxas variam de R$ 70,00 a R$ 120,00, dependendo do cargo escolhido. As provas estão marcadas para o dia 05 de maio de 2024.

Bom Jesus da Lapa - Cidades do Velho Chico 17

Bom Jesus da Lapa faz parte da mesorregião do Vale São-Franciscano da Bahia e da microrregião que leva o seu nome. Para se chegar ao município, trafega-se pelas BA 161 e 160, e pelas BRs 349 e 430. A cidade fica distante de Salvador por 796 kms e a 672 kms de Brasília. Ocupa uma área de 4.115,524 km², abrigando uma população de 65.550 pessoas, censo de 2022, com uma ocupação de quase 16 pessoas por km². Bom Jesus da Lapa faz limites com os municípios de Paratinga, Riacho de Santana, Malhada, Macaúbas, Serra do Ramalho e Sítio do Mato. É considerada a Capital Baiana da Fé e o terceiro centro de turismo católico mais visitado do Brasil. Mas como surgiu tudo isso? Neste episódio de Cidades do Velho Chico conheceremos a história de Bom Jesus da Lapa.

A região de Bom Jesus da Lapa era habitada pelos índios tapuias. O desbravamento do território iniciou-se no final do século XVII pelas bandeiras organizadas pelo mestre de Campo Antônio Guedes de Brito, proprietário da sesmaria da Casa da Ponte. Com a penetração bandeirante nasce a fazenda Morro, origem do povoado Bom Jesus, que logo depois passou a ser Bom Jesus da Lapa. Doze anos depois de chegar à Bahia, o português Francisco Mendonça Mar, que trabalhava como ourives e pintor, depois de cumprir penitência, despojou-se de todos os bens e veio caminhando pelo sertão, conduzindo uma imagem do Senhor Bom Jesus, até encontrar uma aldeia de índios tapuias, situada entre o morro e o rio. Instalou-se na gruta mais oculta no ano de 1791 e foi encontrado por garimpeiros, que espalharam a notícia da existência de um homem santo que habitava uma gruta. Daí em diante, o morro passou a ser ponto de afluência de peregrinos e aventureiros que ali se estabeleceram, formando o povoado. 

O Monge construiu, ao lado do Santuário, um hospital e um asilo para os pobres e doentes. Com um número cada vez maior de peregrinos a busca de curas, Bom Jesus da Lapa começou a crescer e a se desenvolver. Em 1890 passou à condição de município com a denominação de Bom Jesus da Lapa, por Lei publicada em 18 de setembro daquele ano, desmembrado do município de Urubu, atual Paratinga, com instalação ocorrida em 7 de janeiro de 1891. A condição de cidade só ocorreu em 31 de agosto de 1923. A área do município era bem maior e abrigava os distritos de Sítio do Mato e Gameleira da Lapa, hoje já emancipados. Atualmente, o município conta com dois distritos: a sede e Favelândia.

Mas a grande atração de Bom Jesus da Lapa é a beleza natural da formação rochosa, que abriga todo o santuário. O morro fica à margem direita do São Francisco, formado por um bloco de granito e calcário com quinze grutas em seu interior e fendas estreitas. Já o território do município contrasta com o morro porque é quase todo plano, surgindo, de vez em quando, no meio das planícies ou tabuleiros, alguns poucos morros. Numa votação feita em todo o país, foi denominada de Primeira Maravilha do Brasil. Isso talvez justifique os mais de 300 anos de romaria que fazem ao local. Claro que a base econômica é o turismo religioso. Mas isso não é tudo. Bom Jesus da Lapa tem forte agricultura, bom comércio e atividade pesqueira ao longo do rio São Francisco. Vale lembrar que há intensa agricultura irrigada, abrigando a 2ª maior atividade de irrigação da Bahia, o Projeto Formoso.

Bom Jesus da Lapa não é um lugar abençoado somente pela beleza do morro, mas também pela presença do Velho Chico. Durante muito tempo, os peregrinos chegavam nos diversos tipos de barcos. Ao rio o município deve sua povoação e também o peixe que alimentou gerações. Poucos lugares do Brasil reúnem tanta riqueza num só lugar. Por isso que Bom Jesus da Lapa não tinha como dar errado. A beleza do Velho Chico é somada à beleza natural das grutas do morro. Para completar, habita um povo trabalhador e cheio de fé, recebendo outros povos, de tantos outros lugares, com a mesma fé guiadora sempre para um mundo de harmonia no convívio entre todas as raças.