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Mostrando postagens de novembro 12, 2023

Um Lugar no Sertão: Monte Santo e Pedra Vermelha - Capítulo 4

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Saímos de Euclides da Cunha e pegamos a BA 220 para Monte Santo. Percorremos 38 kms de estrada em perfeito estado de conservação. Ao logo do trajeto, três comunidades se apresentam irmanadas com a rodovia e pertencentes ao território de Monte Santo: Derba, Lajinha e Laje. Alguns quilômetros antes, já é possível desfrutar a imagem deslumbrante da Serra do Piquaraçá e, aos seus pés, como se a fazer reverência, está toda a cidade de Monte Santo. Chegamos ao município por volta do meio-dia e o estômago reclamava. Fomos então para a Lanchonete D’Ana, que serve almoço nos dias de feira livre. Não foi difícil deixar o prato vazio porque a comida estava ótima. Barriga cheia, fomos à luta! Mas Monte Santo não é de hoje. Sua história começa em outubro de 1775, quando o Frei Apolônio de Todi sai da aldeia de Massacará para atender um chamado do fazendeiro Francisco da Costa Torres. Este ara dono da fazenda Lagoa da Onça e pretendia realizar uma missão de penitência em sua propriedade. Na chegad...

Um Lugar no Sertão: Euclides da Cunha

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Quem sai de Caimbé pela BA 220, com destino à cidade de Euclides da Cunha, tem a impressão de que o governo acordou para a importância da ligação entre o município sede e um dos seus mais importantes distritos. Mas é só mesmo impressão. Logo depois, a BA 220 se transforma num corredor de areia, buracos e lama. Bem próximo da cidade, a estrada volta a ser um pouco larga, mas, mesmo assim, não parece ser uma BA. Mais uma promessa foi feita para a chegada do asfalto. As máquinas estão na pista mais uma vez e o povo, com razão desconfiado, espera o término da obra ou o seu reinício. Toda essa região foi um dia habitada pelos índios Caimbés, da tribo dos Tupiniquins. Mas os brancos chegaram por aqui vindos de Monte Santo e Tucano, principalmente. Fixaram suas famílias e trabalharam nas lavouras e criação de gado. O povoamento da colonização teve início na Fazenda Cumbe do Major, de propriedade do Major Antonino, primeiro explorador das terras do município. Os padres jesuítas, em missão de...

A história do assassinato de Karoline

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Karoline abraçada com seu futuro assassino. Mais um feminicídio de uma saga que parece não ter fim. (Foto: Carla Stúdio) A imagem desta postagem pode representar um momento de felicidade de um casal diante de uma máquina fotográfica. Mas é apenas um momento. Neste último domingo, dia 12 de novembro, o abraço virou tragédia, o amor passou para o ódio e o afeto se transformou em ataque a facadas. Depois de uma discussão, Karoline de Jesus Nascimento, moradora do conjunto Françual, em Poço Verde – SE, foi encontrada com várias perfurações pelo corpo em frente à residência. O agressor, seu companheiro, estava numa calçada, já contido por populares. Antes mesmo de ser socorrida, Karoline deixou esta vida. Ela tinha 27 anos e mãe de duas crianças. O feminicida foi levado para a delegacia de Tobias Barreto e o corpo de Karoline seguiu para o Instituto Médico Legal, em Nossa Senhora do Socorro, na região metropolitana de Aracaju. Este é mais um capítulo da saga sobre o assassinato de mulheres ...