O pirata de Silopoileh II - Conto
O seu pai não dava muita importância ao nascimento do filho. Tinha mais com o que se preocupar. Não tinha culpa se, por um momento em domínio do gozo, fecundara aquela maluca. Não tinha juízo mesmo, agora ela era pior. Doidinha só a gota! Só era chamar. Tava sempre pronta. E foi assim que aquele desmiolado veio ao mundo. Criado ao léu, sem limites, virou um Zé Gomes da vida. Logo cedo vieram as queixas dos vizinhos e as brigas intermináveis. Ora uma briga com um colega, ora um gesto obsceno com uma senhora, ora um roubo num quintal qualquer. Vildor era um acúmulo de problemas. Os pais? Nada! É esse povinho daqui. Não tem o que fazer. Isso é inveja. Não podem ver ninguém crescer... Vildor sempre tinha razão. Toda mãe é santa. Todo pai tem seu caminho de razão. Assim foi crescendo o garoto. Um dia seu pai ganhou na loteria. Acertou as cinco dezenas da Quina. Mais de trezentos mil reais. Em Silopoileh todos tiveram problemas com Vildor. Mas agora Vildor estava com a mão numa grana razoáve...