Bandidos matam rapaz e fazem arrastão em Heliópolis
Rubinho tinha 20 anos e trabalhava no lava jato do Posto Nilo de Heliópolis (Foto: Facebook) |
Atelier de Luciana é roubado em plena luz do dia!
Quem conhece? |
Do Tiradentes como herói ao ser comum
Tiradentes, agindo hoje, seria visto como herói ou otário? |
Não há mais Tiradentes. Os heróis de Cazuza, no tempo e espaço dele, morreram de overdose. No meu tempo e espaço, procuro homens comuns, seres reais, que apenas cumpram com suas obrigações. Procuro mulheres que criem crianças para, no futuro, cumprirem com as obrigações. Coisas comuns. Quero que quem vá para a escola estude, que quem ensine professe o conhecimento, que os pastores guiem com o exemplo, que os juízes julguem dentro das leis, que os protocolos científicos sejam seguidos para salvar os enfermos, que o comerciante lucre o que for justo, que o administrador público seja probo, que a democracia seja nossa palavra de ordem. Coisas comuns que parecem muito distantes.
Trinta anos antes da nossa independência, um homem dava sua vida por um país melhor e virou herói nacional. Nossos heróis hoje desviam recursos da merenda escolar, recebem propinas de empreiteiros, traficam drogas até em aviões das Força Armadas, deturpam a Constituição para permitir a liberdade de outros supostos heróis. Os heróis da nossa era destroem florestas para que a boiada passe, vendem feijões abençoados para curar doenças, negam a ciência, a democracia e as liberdades individuais. Nossos heróis estão armados até os dentes para buscar uma liberdade que nos tira outra liberdade e pedem para que façamos o que eles não conseguem fazer. Nossos heróis roubam, mentem, traficam, matam, detestam seres humanos e animais. Nossos heróis odeiam o outro.
A deturpação da palavra herói nos dias de hoje faz com que as pessoas de boa vontade enxerguem no homem ou mulher comuns a salvação da nossa nação. É só perceber que, se existisse hoje e praticasse o que o levou à forca, Tiradentes seria considerado um grande otário ou babaca.
Deputados querem providência contra colega que chamou ministros de "filhos de Satanás"
O bolsonarista Otoni de Paula na mira dos colegas. (Foto: LeiaJá) |
Ninguém sabe onde vai parar um país onde alguns dos representantes eleitos pelo povo não conseguem ter um mínimo de respeito pela sua corte suprema. Depois da prisão de um deputado falastrão do PSL, agora foi a vez de um representante do PSC de pregar derramamento de sangue no Brasil. Foram várias as lideranças da Câmara dos Deputados que, nos bastidores, reagiram à divulgação ontem, pelo portal O Antagonista, de um vídeo publicado originalmente no Facebook de Otoni de Paula no qual o deputado federal do Rio de Janeiro, após se referir a ministros do STF, Arthur Lira e Rodrigo Pacheco, diz que “o vírus são vocês, seus vagabundos, seus filhos de satanás”.
O presidente da câmara pediu acesso ao vídeo original (veja na postagem anterior de Poucas & Boas) e integrantes da bancada evangélica, que não gostaram das declarações de Otoni, pastor da Assembleia de Deus, cobram alguma advertência por parte da cúpula da Câmara. Inevitável foi comparar o que disse Otoni com o que falou o outro deputado, o Daniel Silveira. Quase todos afirmam que a fala do pastor bolsonarista é bem mais grave que a de Daniel, preso em fevereiro deste ano, justamente após uma gravação com ameaças a ministros do STF.
O deputado federal José Nelto, vice-líder do Podemos na Câmara, afirmou publicamente que “o único ‘sangue que vai ser derramado’ é o do próprio Otoni, que está no mesmo caminho do deputado Daniel Silveira. Depois, não adianta pedir clemência para a Câmara.” Depois do fato, Otoni negou que tivesse feito ameaças a autoridades no vídeo divulgado. “Nenhuma ameaça. O que há são alertas de quem não quer ver uma guerra civil no país”, alegou o parlamentar. Mas foi ele mesmo quem ameaçou no vídeo aquele que mexesse com Jair Bolsonaro.