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Nossa Senhora de Lourdes - Cidades do Velho Chico 21

Médica condenada em Sergipe incentiva combate à negligência no serviço público

Não se trata apenas da condenação de uma médica, mas do comportamento negligente no serviço público. (Foto: Clínica Médica)

Mesmo que impere a escuridão, alguma luz há de brilhar. Não importa a intensidade, será suficiente para segui-la.”. Se algum filósofo ainda não disse isso, acabo de escrever. O fato não é bom, nem mesmo deveria existir por aqui, mas é animador. Refiro-me a uma notícia publicada no portal Lagarto como eu vejo, na última quarta-feira (16), enviada a mim pelo nosso querido professor Cleiton Rodrigues, de Cícero Dantas. Pode não ter chamado a atenção de muitos, mas nos dá uma esperança, mesmo que pequena, nesta Nação de meu Deus, prestes a emplacar, talvez, mais um campeonato mundial de futebol. A 8ª Vara Federal de Sergipe condenou uma médica pela morte de um paciente que estava internado no Hospital Regional de Lagarto, em junho de 2017, vítima de parada cardiorrespiratória.  

A profissional Daniele Menezes Dias foi condenada por homicídio culposo, mais precisamente por falta de assistência ao paciente. Tudo aconteceu quando foi dado entrada um paciente que agonizava com problemas cardíacos. Não havia médico no posto de trabalho para prestar os atendimentos emergenciais necessários. A dra. Daniele saiu porque a hora do seu plantão havia acabado. A tentativa de salvar o paciente foi realizada pela equipe de enfermeiros. Depois de constatar a morto da pessoa, o Ministério Público denunciou que a equipe de enfermagem não podia realizar outros procedimentos de reanimação sem a presença e orientação da médica. Sem um médico, os enfermeiros fizeram o que podiam fazer.

O MPF denunciou três médicos plantonistas que trabalhariam a partir das 7 horas do dia 21 de junho de 2017. Quando a vítima chegou, eles deveriam estar lá. Entretanto, Dra. Daniele não deveria ter saído antes da chegada dos outros médicos. A médica deixou o hospital sem realizar a passagem do plantão a seus colegas e também foi denunciada. Na sentença, o juiz Jailsom Leandro de Sousa, da 8ª Vara Federal, absolveu os três médicos, José Renato Dantas Varjão, André Luiz Costa Santos e Bruno do Amor Divino Pereira,  e condenou a Dra. Daniele Menezes Dias por homicídio culposo, com causa de aumento de pena decorrente da inobservância de regra técnica da profissão, pelo período de 2 (dois) anos e 8 (oito) meses de detenção, em regime inicial aberto. A pena da médica foi convertida em duas restritivas de direito: prestação de serviços em entidade pública ou assistencial pelo período de 2 (dois) anos e 08 (oito) meses, à razão de 01 (uma) hora de tarefa por dia de condenação, em entidade a ser definida pelo juízo da execução e prestação pecuniária no valor de R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais).

A sentença, embora seja passível de recurso, é uma rosa no asfalto. A Justiça neste país está virando vilã para aqueles que não possuem recursos ou certos prestígios. São incontáveis os prejuízos de muitos por causa da negligência de profissionais ancorados nos serviços públicos dos três poderes. Muitos deles se safam por representar seguimentos poderosos, política e financeiramente. Esta sentença não é contra os médicos, aqueles que vivem a salvar vidas e, muitas vezes, até perdem as suas tentando fazer o seu melhor. Mas o serviço público tem mais servidores negligentes do que possa imaginar nossa tupiniquim filosofia, exatamente porque acreditam na impunidade. Esta sentença do Dr. Jailsom Leandro de Sousa é um pequeno farol que ilumina o caminho daqueles que cumprem o que diz a nossa Constituição.  

Deolinda depois da morte


No início de tudo, Ismael não entendia o motivo de tanta badalação em torno da morte da mãe. Achava uma coisa ridícula gente sair do interior da Bahia, do Cariri do Ceará, de Presidente Figueiredo no Amazonas, de Uruguaiana no Rio Grande do Sul para chorar a morte de uma cantora romântica. Até de Mateiros no Tocantins vieram pessoas. Trouxeram cartazes de shows, discos com autógrafos, camisas com marcas de batom e amontoaram tudo na escadaria do Teatro Castro Alves, quase impedindo a entrada das pessoas para ver o corpo. Gente de todos os cantos veio dar o último adeus a Deolinda, a voz mais representativa da dor de cotovelo. Os boleros cantados por ela viraram vinte e um discos gravados, mas Ismael não tinha noção da importância da mãe para a formação da cultura popular no país.

Só após o último suspiro dado numa sala de emergência do Hospital Clériston Andrade, em Feira de Santana, Ismael pode perceber o alcance do nome de Deolinda. Para ser exato, ele nunca gostou das músicas da mãe. Aquelas canções repletas de dores de amor, de paixões perdidas, de traições com nuances diversas não eram do seu gosto. Ele adorava Titãs, Ira, Capital Inicial, Pitty, Santana e fã de carteirinha do Legião Urbana, a banda que estava fazendo o maior sucesso no Brasil inteiro. Nunca quis maior envolvimento com a obra da mãe, embora fosse obrigado a ouvir muita coisa, quando músicos vinham gravar no estúdio da casa deles.

De tanto ver entrar e sair músicos de sua casa, Ismael até que desejou ser um deles, mas preferiu a guitarra. Sua mãe chegou a comprar um piano para ele quando ainda com nove anos, mas o desinteresse era notório. Deolinda não forçou a barra e sempre dizia a ele com aquela voz paciente:

     - Ninguém é forçado a fazer o que não quer. Tenha paciência que sua vocação virá um dia.

Nunca mais ela insistiu. No fundo esperava que o filho ficasse interessado em preservar sua obra. Era a única esperança de sua vida. Depois de dois casamentos fracassados, só restava o filho para cuidar de tudo que ela deixou. É verdade que a vida de cantora não lhe trouxe fortuna, mas aquela casa no bairro do Rio Vermelho e seu refúgio na Praia do Forte foram frutos de uma vida inteira nos palcos da vida. É verdade que poderia ter um pouco mais não fossem os dois maridos. O primeiro, quando ela descobriu, estava de caso com uma garota de vinte anos. Foi aí que percebeu onde ele gastava seu dinheiro já que a garota era um luxo só. Ainda bem que foi só um contrato e ele não tirou dela mais nada, embora tentasse retornar ao leito por um longo período, até o dia que um tiro de um marido ciumento lhe tirou a vida. Foi um escândalo! O segundo ela encontrou num show em Goiânia. Moreno, lábios carnudos, porte de atleta e mexeu com os seus hormônios. Trouxe-lhe flores, poemas, presentes. Até uma garrafa de tequila importada ele a presenteou. A insistência deu num encontro e a paixão das suas músicas virou realidade. Foi seu companheiro por mais de vinte anos e morreu vítima do câncer. Não adiantou contratar os melhores médicos, nas melhores clínicas, nos melhores hospitais. Ranulfo morreu antes de completar sessenta anos.

Depois daquele dia triste, Deolinda, que já passava dos sessenta anos, olhou em volta e viu que estava só. Seu único irmão morava em Brasília, envolvido com o Ministério das Relações Exteriores. Seus sobrinhos estavam na faculdade e cuidavam da própria vida. Morarem em Salvador, nem pensar! Eram de outro mundo. Como nunca ficou grávida, embora tivesse feito tudo recomendado pelos médicos, resolveu tomar uma atitude. Tinha que fazer uma adoção. Entre um show e outro procurava informações, mas nada aparecia. Ela queria uma criança recém-nascida. Não queria alguém já com memória do mundo. Num show na praça pública em Ribeira do Pombal, o baterista de sua banda disse que depois da apresentação não seguiria para Salvador.

     - Preciso ir a Sítio do Quinto. Houve um acidente na BR 110 e há familiares meus envolvidos. As informações estão desencontradas. Preciso estar lá urgente.

Aclézio foi liberado para a viagem logo depois do show. Já em Salvador comunicou a Deolinda que a mãe dele só teve alguns ferimentos e o filho que ela tanto queria adotar apareceu. No acidente, três pessoas morreram, todas de Sítio do Quinto, inclusive uma menina de 17 anos que estava voltando para casa após receber alta de um pós-parto. Era mãe solteira, pobre. O pai não quer assumir, por já ter uma família e a avó não tem condições de criar o menino. Deolinda foi a Sítio do Quinto e trouxe a criança. Providenciou toda papelada em Jeremoabo e registrou Ismael como seu filho. Enquanto foi viva, a cantora não deixou faltar nada para a avó do filho até sua morte sete anos depois.

Ismael sempre foi obediente, mas Deolinda sabia que o caminho dele era outro. Depois da compra daquele piano, sonho que ela acalentava desde os tempos de criança em Araci, sua terra natal, percebeu que o filho não gostava do seu estilo ou até mesmo da música. Com ela foi diferente. Vivia na roça e se interessou por música quando o pai comprou uma radiola a bateria e o disco de Vicente Celestino. Daí para Maísa foi um pulo. Ficava de ouvido no rádio, quando alguma emissora era sintonizada. De cantora de igreja passou ao palco num concurso de calouros num circo em Araci. Daí em diante só cresceu. Rio de Janeiro e São Paulo, antes tão distantes, agora eram praticamente o quintal da sua casa. Se recusava a sair da Bahia e vivia de aeroporto em aeroporto, mesmo sem nunca vencer o medo de voar. Em várias excursões levou Ismael, mas ele só mesmo se interessou pelo rock.

Ao ver sua mãe morrer antes de completar oitenta anos, com seu retrato estampado em vários jornais do país, sendo ovacionada como a mais afinada cantora do Brasil, comentaristas traduzindo suas canções como poesias sonoras e toda aquela demonstração de afeto dos fãs de todo o país, não teve dúvida: tinha um tesouro dentro de casa e não percebeu. Ismael chorou o que pode. Suas lágrimas rolaram manchando páginas e mais páginas de jornais e revistas por todo o país. Também embaçou as lentes das Tvs e emocionou os ouvintes nas ondas do rádio. No velório quase tudo parou. A fila de fãs dava voltas no largo do Campo Grande para dar o último adeus a Deolinda. Suas músicas tocavam o dia inteiro onde quer que se chegasse. Até luto oficial de três dias foi decretado e já havia até políticos apresentando leis para nomear avenidas e ruas com o nome da cantora.

Quanto mais as homenagens se intensificavam mais aumentava o arrependimento de Ismael em não ter percebido o valor da mãe e a riqueza que ela trazia naquela voz única. Por que não percebeu isso em vida? Por que não teve atração por tudo aquilo? Por que não se apaixonou por suas canções? Por que não pode dar o seu devido valor em vida? Foi necessário vir a morte dela e o reconhecimento de um país inteiro para que ele, o mais próximo, o que dormia num quarto ao lado do seu, aquele que recebeu os mais sinceros carinhos de uma mãe que teve a potência do útero transferida às cordas vocais, iluminasse em sua ciência o ilimitado valor do seu amor. 

(Landisvalth Lima - do livro Contos levemente amaros, inédito)                                                 

Do Sertão ao Centro-Oeste: BR 324, Gavião, Itatiaia do Alto Bonito e Capim Grosso

A BR 324 é mais conhecida por interligar o entroncamento rodoviário em Feira de Santana a Salvador, tornando-a uma das principais rodovias no estado. A rodovia está duplicada entre Feira de Santana e Salvador, trecho pedagiado.  A partir de Feira de Santana segue duplicada também até o entroncamento de Tanquinho, na direção de Serrinha, trecho compartilhado com a BR 116. Daí em diante as duas rodovias se separam e a BR 324 segue em pista única até a região de Jacobina.

Do entroncamento da BR 324 com a BA 416, são 15 kms até a cidade de Gavião. Além desta cidade depender da BR, seus laços históricos estão ligados ao Rio Jacuípe, o mesmo que passa no distrito Santo Antônio, município de São Domingos. Como Valente e São Domingos, Gavião nasce também de uma fazenda. Tudo começa em 1812 quando um rico viajante conhecido por José Inácio, viúvo, gostou do lugar e comprou uma posse de terra às margens do Rio Jacuípe. No local construiu uma casa perto de uma quixabeira onde pela tarde se aninhavam muitos gaviões para dormir. Daí, José Inácio decidiu colocar o nome de sua fazenda de Gavião. Muito católico, construiu no local uma capela em louvor a Nossa Senhora da Conceição, que até hoje é padroeira oficial do município.

Mas a povoação veio aos poucos, graças ao passar constante de tropeiros e mercadores. Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, Gavião surge como distrito do município de Riachão do Jacuípe, condição que se sustenta até quando é elevado à categoria de município, pela Lei Estadual nº 4410, de 19 de março de 1985, assinado pelo governador João Durval Carneiro. A sede municipal é instalada em 1º de janeiro de 1986.

Com uma população hoje próximo aos 5 mil habitantes, Gavião tem clima quente, localizado no Território Bacia do Jacuípe, no semiárido baiano, faz divisa com os municípios de Capim Grosso, Nova Fátima, Capela do Alto Alegre, São José do Jacuípe, Santaluz e São Domingos, ficando a 242 km de Salvador. A economia do município é baseada na agricultura e na pecuária de animais de pequeno porte como caprinos, ovinos, suínos e a criação de gado bovino, destacando-se a produção de leite.

Os destaques festivos ficam por conta das festas religiosas da Padroeira Nossa Senhora da Conceição, comemorada dia 8 de dezembro, e a Festa de São José, que coincide com a emancipação do município. Da cultura popular podemos destacar o samba de roda, cantigas de roda, boi roubado, festa de vaqueiros e o tradicional Festejo Junino, com a realização do São Pedro. Do Jacuípe e seus afluentes vêm as barragens para a prática de pesca e banho, como a Barragem dos Patos e cachoeirinhas como a das Bananeiras. O município se estende por 369,9 km² e conta com uma densidade demográfica de 12,1 habitantes por km². Até 2024, a cidade será administrada por Laurindo Nazário da Silva, do PSD.

Seguindo pela BR 324, 12 kms depois chegamos a Itatiaia do Alto Bonito. A impressão que se tem é que rivaliza com Gavião no tamanho, mas pode mesmo ser um pouco maior. A questão é que ainda é um distrito pertencente a São José do Jacuípe, desmembrado de Capim Grosso. A população do município é de cerca de 11 mil habitantes e metade parece morar em Itatiaia. Além disso, o comércio do distrito é bem desenvolvido, com ruas bem limpas e praças de estruturas harmoniosas. Do distrito sai a rodovia BA 413 que vai até o povoado Pereira, que pertence ao município de Santa Luz. A BR 324 é o principal motivo do alto crescimento do distrito de Itatiaia.

Seguindo sempre na direção noroeste pela BR 324, 14 kms após chegamos à cidade de Capim Grosso. Nos tempos passados, quem fosse a Jacobina a busca do ouro, quase sempre teria que passar por essa região. Os bandeirantes que cruzaram estas terras a busca de recursos minerais e naturais, por vários motivos, acabavam ficando por aqui. As primeiras aglomerações de pessoas tiveram início na década de quarenta quando a família do Senhor Zózimo Amâncio de Araújo, e sua esposa a Sra. Ursulina, decidem construir a primeira casa, acoplada a uma casa de farinha, nas proximidades de uma lagoa onde havia um capim de folhas grossas, provavelmente junco. Daí nasce o nome Fazenda Capim Grosso. O local da referida fazenda é hoje uma avenida movimentada e comercial, a Avenida Senhor do Bonfim.

O pequeno vilarejo passou a ser ponto de parada obrigatória para todos os veículos que trafegavam cortando duas importantes estradas, a BR 324 e BR 407, o que fez com que milhares de pessoas se interessassem e povoassem o lugar. Vale dizer que as duas rodovias eram estaduais e depois é que foram federalizadas. Por volta de 1940, a cidade recebe a primeira instituição de ensino, a Escola Paroquial, trazida por um padre austríaco chamado Alfredo Maria Haasler, missionário que atuou na educação e na assistência à saúde em toda região de Jacobina.

No ano de 1984, Capim Grosso tem sua emancipação declarada pelo Sr. Carlos Alberto Pires Daltro – o Dr. Carlito ou Carlitão – que na época era prefeito de Jacobina. Promulga e realiza o plebiscito público pela emancipação do já distrito de Capim Grosso. O pleito popular foi uma euforia. Em 09 de maio de 1985, Capim Grosso é declarada cidade de fato e realiza a sua primeira eleição, elegendo o Sr. Cesiano Carlos do Nascimento, como primeiro prefeito da cidade.

Além da localização privilegiado como entroncamento rodoviário, o município é banhado pela Barragem de Pedras Altas, responsável pelo abastecimento de quatorze municípios e mais de uma centena de localidades. A barragem está implantada no rio Itapicuru – Mirim. O sistema principal é vinculado a nove subsistemas que atendem os povoados de Capim Grosso. O município está circundado por São José do Jacuípe, Várzea da Roça, Ponto Novo, Gavião, e caminho natural para Jacobina, Nova Fátima, Queimadas, Capela do Alto Alegre, Mairi e parte do município de Caldeirão Grande.

Como centro comercial regional e uma população que já ultrapassa os 32 mil habitantes, Capim Grosso vai longe. Sua área territorial é de 336,183 km2, com uma densidade demográfica em torno dos 80 habitantes por km2 e se distancia de Salvador por 240 km. A sede do município fica a uma altitude de 416 metros.  O atual prefeito é José Sivaldo Rios de Carvalho, do PSD.

No próximo episódio será a vez do município de Jacobina.

Poço Verde: A morte de Rosarinho e o descaso com a SE 361

Rosarinho perdeu a vida por causa de um buraco na SE 361. Mas foi apenas isso? (Foto: Divulgação)

A notícia já é conhecida de todos: mais um acidente provocou a morte de mais uma pessoa nas imediações do povoado Santa Maria das Lajes, município de Poço Verde, na rodovia SE 361, que vai até a cidade de Simão Dias. Desta feita a vítima foi Rosarinho, de nome completo e idade até aqui ignorados. Sabe-se que é figura muito conhecida e irmão da vereadora Imperatriz Rosário (PT). O pai de Rosarinho é o conhecido Raimundo Rosário. Mais uma vida que se foi para a contabilidade do nosso descuido com a vida.

O acidente aconteceu no sábado (12) pela noite. Sabe-se apenas que Rosarinho tentou se desviar de um velho buraco em frente ao povoado. O local já é conhecido por vários outros acidentes, inclusive com vítimas fatais. Este novo fato revela o quanto as autoridades estão preocupadas com nosso povo. Em qualquer país civilizado do planeta, há estudos para verificar as causas de acidentes corriqueiros nas rodovias. A engenharia de tráfego mapeia o local e toma as providências para evitar novas ocorrências.

Mas aqui é Brasil, é Nordeste, é Sergipe! As coisas não funcionam bem assim. A rodovia foi recuperada há pouco tempo e os velhos problemas não demoraram a acontecer. Foram mais de 12 milhões torrados dos cofres públicos. Já ganharam a grana, quem se importa? As autoridades não estão muito preocupadas porque nosso povo é benevolente. Na hora do voto, não levarão em consideração projetos para o futuro, mas disputas locais e investimento em eleição. Rosarinho morreu, mas todos os dias morrem pessoas! Quem se importa?

E para não dizer que tudo é culpa das autoridades, vamos dizer que quase tudo é culpa dos que administram os vários órgãos criados para cuidar do nosso ir e vir. Uma pequena parte da culpa temos nós. Citamos apenas para ilustrar a várias vítimas de acidentes com motocicletas mortas sem o uso adequado dos equipamentos de segurança, inclusive o capacete. Parece que a falta de amor à vida não é só das autoridades. Rosarinho, logo após o acidente, foi socorrido e levado para o hospital de Poço Verde, mas veio a falecer. Será que pelo fato de ser irmão de uma vereadora as providências cabíveis serão tomadas?