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Cícero Dantas: A reforma de 2,4 milhões do Dr. Ricardo

 

O poder é uma rede armada ao seu dispor. Quando se está deitado nela, o ser só sai de lá movido pelo espírito republicano ou pelo ímpeto popular da renovação. Nossos políticos, de todos os naipes, com raros exemplos contrários, querem herdar o poder, vivê-lo até a morte e ainda deixar para os filhos. Isso acontece em todo o mundo. Só que, em vários lugares, existem leis que freiam nossos desejos e permitem a alternância do poder. No Brasil de sempre, política é poder e também meio de vida, sustentado quase sempre pela malversação do dinheiro público. E a grana pública é o combustível manipulador de vontades.    

O município de Cícero Dantas, como vários em nossa região, sustenta dois grupos políticos, que se revezam no domínio político. E sempre as pessoas conscientes se surpreendem com a capacidade de o grupo encastelado no poder fazer falcatruas para nele permanecer. A escala de maldades com o dinheiro público parece não ter fim. Os absurdos praticados, por maior que eles possam ser, não deixam mais ninguém indignado. Exemplo é a reforma do hospital municipal Luís Eduardo Magalhães. Foram 2,4 milhões investidos e a obra está longe de terminar, conforme denúncia do vereador Guilherme de Weldon. 

Os fatos são facilmente comprováveis. Tudo aconteceu na sessão da Câmara Municipal de Cícero Dantas. O vereador Guilherme Carregosa, fazendo o seu papel de fiscalizador, denunciou na 23a. Sessão Ordinária, realizada no dia 13 de julho deste ano, o fato de um projeto de reforma do hospital já ter gastado quase toda a verba destinada e ainda não ter chegado ao fim. Os vereadores Gabriel de Nininho, Genilson de Caxias, Carlinhos, Nenê de Nedito, Abelardo Júnior e Guilherme de Weldon fizeram uma visita ao hospital. Ocorre que o vereador Guilherme foi impedido de fazer filmagens, o que facilmente comprovaria sua fala no Plenário.

O círculo de proteção ao prefeito Dr. Ricardo estava armado. No local, servidores da Prefeitura Municipal, inclusive lotados em outras secretarias, estavam lá como soldados do grupo político, defensores da administração. Se tivesse tudo dentro das linhas republicanas, quem precisaria de defensores? Na verdade, estavam funcionando como testas de ferro e impedindo a apuração dos fatos. Um deles chegou a filmar. O vereador, investido num legítimo mandato popular, não poderia filmar, mas o servidor/defensor do prefeito fez o que quis. Para justificar seu comportamento, o servidor diz no vídeo que o hospital foi fechado na administração de Weldon, como se o filho estivesse fazendo algo coerente ao exercer o seu papel constitucional. É a velha história de um erro do passado justificar o absurdo do presente. A confusão foi feita.

Os partidários do Dr. Ricardo chamem como quiser e façam as artimanhas que desejarem para tentar limpar a sujeira que estava escondida embaixo do balde de lixo. Fato é que as denúncias em relação a reforma e ampliação do Hospital são robustas e indefensáveis. Houve sim superfaturamento. Basta ver o valor referente ao convênio da Prefeitura de Cícero Dantas com o Ministério da Saúde. Quase todo o montante foi transferido para os cofres municipais, restando apenas um pequeno valor para ser repassado, de R$82.353,32, de um total conveniado de 1.981.885,32. Ou seja, a obra consumiu de recursos federais 1.845.532,00.

Os valores detalhados pelo vereador Guilherme de Weldon, até aqui, já constituem, por si só, um absurdo. Ocorre que a obra do Hospital Municipal Luís Eduardo Magalhães ainda recebeu um aporte de 562.480,39 do Fundo Municipal de Saúde. Somados aos valores já gastos, chega-se ao absurdo número de 2.408.012,39. O que torna tudo uma aberração é que não havia previsão do uso destes recursos do FMS no projeto. E para que não se diga que o pior já aconteceu, a obra ainda não está concluída, nem mesmo chegou a 50%.

Ao invés de pressionar o prefeito para resolver o imbróglio, seus partidários e aliados tentam jogar o lixo debaixo do tapete. O que os olhos não veem o coração não sente. Apostam na polarização, no nós contra eles, típico das mais atrasadas civilizações. Não querem encarar a verdade do alto custo da reeleição do Dr. Ricardo, da polarização insana de dois grupos que envelhecem a política da histórica Bom Conselho e transformam tudo num jogo de toma-lá-dá-cá. Enquanto isso, o atendimento de saúde é precário no hospital, sem as condições salubres de funcionamento. Os equipamentos e a estrutura são indignos para uma população que acreditou nas melhorias prometidas. Seria bom termos as imagens das dependências do hospital para aquilo que Guilherme e os vereadores testemunharam fosse compartilhado com  a população.  .

Para que a proibição fosse atenuada, a diretora da entidade de saúde, Andreza Macário, comprometeu-se a enviar as fotos. Ora, pois! Ela exerce cargo de confiança e jamais iria dar munição a uma arma apontada em sua direção. Só mandou as fotos daquilo que já estava pronto, o que não representa nem mesmo 10% da totalidade da obra. Verdade seja dita: houve grande desrespeito ao papel dos vereadores. O parlamento de Cícero Dantas foi reduzido a uma insignificância jamais imaginada na história atual. O que eles foram fazer naquele hospital é o mais elementar papel de um parlamentar municipal. Deveriam ser aplaudidos por isso. Foram desrespeitados abusivamente. Dr. Ricardo está deitado na rede e não pensa em sair tão cedo, mesmo que isso custe os olhos da cara… do povo de Cícero Dantas. É a política ainda do século 19.

Fila enorme em Heliópolis para tomar vacina contra a Covid-19

O povo foi para a fila. Só falta a vacina em quantidade suficiente. (Foto: Landisvalth Lima)
 Há mais pessoas desejosas de se vacinar que vacinas em quantidade suficiente. Prova foi a enorme fila hoje pela manhã na Creche Municipal Maria Lícia, em Heliópolis. A Prefeitura Municipal divulgou que seriam vacinadas as pessoas de 45 anos ou mais. Ontem, segunda-feira (12), por volta das 23 horas, já havia uma pequena fila para um processo de vacinação que só foi iniciado nesta terça-feira (13) a partir das 9 horas. O povo quer se vacinar!

José Clóvis, ex-vereador de Heliópolis, morreu vítima da Covid-19

Ex-vereador José Clóvis Pereira na posse do seu 3º mandato. (Foto: Landisvalth Lima)

A covid-19 faz mais uma vítima em Heliópolis, o 12º óbito. Trata-se do ex-vereador José Clovis Pereira que estava internado desde a semana passada em Salvador, no Hospital Couto Maia. José Clóvis, ou Clóvis de Augusto, foi diagnosticado com Covid-19, depois de passar alguns dias em casa com os sintomas. Quando chegou ao hospital, Clóvis fez exames que comprovaram estar seu pulmão comprometido em cerca de 70% pelo novo coronavírus. Apesar de ter sido entubado, seu estado apresentava estabilidade, mas a infecção se mostrava cada vez mais resistente aos antibióticos. Hoje pela manhã não mais resistiu ao vírus e veio a falecer.  
José Clóvis Pereira faria 55 anos no próximo dia 8 de agosto e foi vereador por 4 mandatos consecutivos em Heliópolis, tendo sempre por base eleitoral o povoado Maçaranduba, ficando na segunda suplência nas eleições de 2020, onde obteve 493 votos, pelo PSD. Clovis, embora tenha disputado eleição antes, só conseguiu sucesso para eleição de vereador em 2004, quando obteve 366 votos. A família está, como não poderia deixar de ser, arrasada. Acreditavam na sua recuperação plena. Seus filhos, Charles Pereira e José Clovis Júnior, informaram em nota que o corpo está vindo para Heliópolis, com chegada prevista para as 21 horas. O corpo será acompanhado de cortejo que sairá do Posto Nilo e seguirá até a Câmara Municipal de Heliópolis, passando em frente, seguindo para a Igreja Matriz do Sagrado Coração de Jesus, e daí para o cemitério do povoado Maçaranduba.