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Bolsonaro nos levou ao século XIX

No século XIX, ações como fechar rodovias para mudar o resultado de uma eleição eram legítimas. (Foto: Agência Brasil)

O atual presidente da república é um produto do século XIX. Quando os europeus chegavam aqui naquela época, a mais importante das discussões era tentar incutir na cabeça das pessoas que a raça ariana seria a salvação da humanidade. Isto porque os mestiços, negros, asiáticos e índios estavam fadados ao caminhar para o fim, movidos por forças dos instintos. Eram quase considerados animais porque o corpo dominava as ações. As sub-raças não tinham intelecto nem aptidão para fazer parte de uma sociedade pautada nas leis, no respeito à propriedade, na organização familiar e na obediência à Deus!

Hoje, a propriedade é questionada. Se ela não produzir efeitos sociais, é nociva e só serve para alimentar o capitalismo selvagem. As leis estão aí e não são ruins. Mesmo dentro das quatro linhas, pode-se dar um botinada na canela do adversário, basta que o juiz não veja. A Globo exibiu, o VAR percebeu. Todos sabem quando o erro acontece. E os mestiços, índios, pardos, negros, asiáticos? São a maioria esmagadora do planeta em termos de número populacional. Estão longe de desaparecerem. Muitos deles estão até dando exemplos e ganhando prêmios internacionais, desde a ciência até o luta pelos direitos humanos.

As duas maiores democracias do planeta pariram duas figuras ridículas. Dois falsos profetas, duas figuras que se dizem da ala Direita. Deixemos Trump, que é um problema americano. Temos aqui o nosso carma: Jair Messias Bolsonaro. É um estorvo gerado pela democracia. Quem estuda história sabe que seria difícil o Brasil parir outro Arthur Bernardes, mas é fato que Bolsonaro conseguiu ser pior. Qualquer um pode se queixar de Floriano Peixoto, Getúlio Vargas, Fernando Collor, Sarney, Lula ou Dilma. Foram governantes que cometeram muitos erros, mas há coisas que fizeram que trouxeram algum benefício para o país, ou, no mínimo, não cheirou nem fedeu. Já Bolsonaro...

Bem, não vamos aqui perder tempo com o que ele fez para melhorar o país. É tempo perdido. Mas poderíamos enumerar o que ele teve a oportunidade de fazer e não fez, a partir da base de promessas de sua eleição, inclusive o fato de ter dito que acabaria com a reeleição. Jair foi uma farsa. Um típico oportunista. Aproveitando-se da falta de educação do nosso povo e da mentalidade da nossa universidade pública, ainda calcada nas ideias do século passado, Bolsonaro nos arrastou para o século XIX. Pareceu ser mais fácil recuar um século que avançar mais um. E uma boa parte foi na sua onda. É incrível ver pessoas em pleno século XXI fechando estradas porque o resultado da eleição não lhes favoreceu! E mais! Dizer que isso é lutar pela liberdade!

O pior é que o ambiente está perfeito para Bolsonaro continuar existindo. Nós não estamos indo para as urnas escolher o melhor para o Brasil, mas o menos ruim para o momento. Se este escolhido não tomar prumo e perceber o perigo em que vivemos; se for novamente mordido pelo veneno da corrupção e não parar de atender os sanguessugas disfarçados de esquerdistas, e os centrões dos grotões, será fácil encontrar mais dois milhões de votos para um aloprado qualquer, podendo ser até o mesmo. Bolsonaro nos levou ao século XIX e Lula está no século XX. O Brasil precisa chegar ao século XXI. Será que um homem de 77 anos aceita o desafio?

Poucas & Boas: Mentiras, covardia, omissão e falsidade!

Pasmem! Caminhoneiros fazem greve, não por causa do aumento do Diesel, mas devido ao resultado de uma eleição! (Foto: Correio de Minas)

Mentira I

É falsa a informação de que a Constituição autorize a intervenção dos militares para fechar o parlamento ou a Suprema Corte. O Artigo 142 diz que “as Forças Armadas (…) destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem”. A menção direta à “garantia dos poderes constitucionais” leva a interpretações equivocadas da norma. O que o artigo diz na prática é que se essa bandalheira continuar com o fechamento das BRs, as Forças Armadas podem agir para mandá-los para casa ou para a cadeia.

Mentira II

Quem imaginava que os bolsonaristas parariam com a postagem de mentiras na internet, mesmo depois da derrota, não vai acreditar no que está acontecendo. Grupos de redes sociais em todo o país estão recheados de mentiras, calúnias, difamações de toda ordem. O país virou uma baderna. E parece que os administradores de grupos não percebem o perigo que isto pode causar à democracia. Tudo tem limite. O administrador pode eliminar quem está difundindo a mentira, mas parece gostar ou achar que isso é democracia.

Covardia

Bolsonaro é um covarde de primeira linha. Está refugiado no seu conforto do Alvorada, enquanto caminhoneiros estão fechando rodovias. Não se trata de um protesto contra o aumento do óleo diesel, mas da tentativa de reverter um resultado limpo de uma eleição. As forças policiais vão ter que agir e poderemos ter mortes. O Jair não está nem aí. Ele quer que o circo pegue fogo. Não é só irresponsabilidade, é covardia também. Nem mesmo consegue reconhecer que perdeu!

PRF omissa

A decisão de Alexandre de Morais que determina a desobstrução de rodovias federais em todo o país obriga também as polícias militares a agirem contra os manifestantes. A decisão, tomada nesta segunda-feira (31) ordena “a imediata desobstrução de todas as vias públicas que, ilicitamente, estejam com seu trânsito interrompido, com o resguardo da ordem no entorno.” A decisão de incluir as PMs veio junto de críticas do próprio ministro à atuação da Polícia Rodoviária Federal (PRF), considerada omissa.

Um moleque

As críticas a Jair Bolsonaro se avolumam entre magistrados de tribunais de Brasília pelo entendimento de que o silêncio do presidente sobre a vitória de Lula visa estimular protestos contra as eleições em todo o país. “Estamos lidando com um moleque”, disse um ministro do Supremo Tribunal Federal, referindo-se a Bolsonaro. Um outro integrante de tribunal de Brasília afirma que “a democracia pressupõe que você lide com gente que tem consciência de sua responsabilidade”, o que não seria o caso de Bolsonaro. Até mesmo magistrados que são alinhados com o presidente da República mostram preocupação. Um deles disse que Bolsonaro, “pelo seu jeito de ser”, conseguiu “uma rejeição maior que a do PT” e que é preciso pacificar o país, sem “radicalização de nenhum dos lados”. As informações foram colhidas no portal Política Livre, do jornalista Raul Monteiro.

Inelegível

Jair Bolsonaro sabe que vai ficar inelegível por muito tempo. Se as leis forem cumpridas no país, o que não é o caso quando se trata de crimes de políticos, o atual presidente, derrotado na sua tentativa de continuar na presidência, deve responder a investigações por uso da máquina pública na campanha e pela rede de fake news ligada a seus aliados. Algumas situações já estão sob análise e se cogita o envio de outras ao TSE - Tribunal Superior Eleitoral. O PT, por exemplo, estuda apresentar uma nova ação por abuso de poder político pelas operações realizadas pela Polícia Rodoviária Federal no último domingo (30).

Nota de 15 reais

Ninguém pode questionar a coragem do vice-governador João Leão de romper com o PT e apoiar ACM Neto, mas os eleitos questionam o comportamento do senador Ângelo Coronel (PSD). Depois de ser acusado de se omitir na campanha de Jerônimo Rodrigues (PT) ao governo do Estado, o senador postou uma mensagem de parabéns pela vitória de Lula e do petista, nas redes sociais. Se isso vai ser suficiente para fazer o PT esquecer o murismo do senador durante todo o processo eleitoral, ninguém sabe. Alguns petistas já o chamam de “nota de 15 reais”.