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Nossa Senhora de Lourdes - Cidades do Velho Chico 21

A ilusão da individualidade ou a saga do ser dependente

É impossível viver isolado do outro, mesmo que venhamos a odiá-lo. (Foto: SBA)

Eu pretendia escrever um artigo alegre neste Natal, destes que arrebatam emoções e fazem a gente pensar num mundo onde, de fato, existirá sempre um Papai Noel. Enfim, um texto que nos nivelássemos ao mundo da criança, lugar sempre de final feliz. Não consegui, mesmo depois de tomar uma Sol Malte, cerveja caseira ofertada pelo seu criador, o professor Gilberto Jacó.

Depois de matutar muito, uma palavra me veio à cabeça: Dependência. Como posso falar disso num Natal em luto de quase 620 mil mortes? Porque é necessário, é preciso, é fundamental. Então viajei pela literatura dos livros que já li, mergulhei nas imagens dos filmes a que assisti e uma imensa janela se abriu. Logo me aparece Machado de Assis e o personagem Brás Cubas. A inutilidade social do marido de Capitu só foi possível porque ele dependia de todos ao seu derredor.

Em Grande Sertão: veredas, de João Guimarães Rosa, Riobaldo precisou do Diabo para justificar sua covardia em aceitar o que sentia por Diadorim. E não foi só uma vez que ele precisou do coisa ruim. Pulando para a atualidade, em Querida Cidade, do escritor baiano, de Sátiro Dias, de Antônio Torres, o protagonista precisou do tio para que sua vida tivesse um norte na grande cidade. Até para se fazer homem dependeu de uma prostituta, que chegou a pedi-lo em casamento na primeira vez. 

Se ainda não for suficiente, vou de um filme argentino, de Marcos Carnevale, Inseparáveis. Os atores Rodrigo de La Serna e Oscar Martinez interpretam com louvor um ajudante de jardineiro (Rodrigo) que vira cuidador de um milionário tetraplégico (Oscar). É o milionário quem precisa dar um sentido à vida, depois de perder a esposa e, logo após, sofrer um acidente que o deixou naquele estado para todo o sempre. Tito, o agora cuidador, parece ter entendido bem o seu papel naquele emprego.

Mas onde isso vai nos levar? É fato: vivemos em sociedade e numa cadeia de interdependência bionatural. Somos, direta ou indiretamente, seres dependentes de tudo. Até para odiar precisamos de algo ou de alguém. Pior é que esta dependência é indissociável a quaisquer atos nossos. Não precisamos de uma árvore apenas no momento de a cortarmos para lavrar a madeira e fazermos o móvel. Não precisamos do peixe apenas na hora da fome. O mundo é uma cadeia de interdependência dos seres, e destes para com a natureza.

Portanto, você não está só, por mais que se isole. É preciso entender Renato Russo ao pé da letra; “É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã!”. Individualismo não existe e o isolamento é impossível neste mundo. Certo é conviver, e sem ódio. Por mais que avance a tecnologia, mais precisaremos um do outro ou de algo. Privacidade existe, mas é só uma palavra. Sua prática é impossível. Possível só é mesmo a dependência porque, mesmo sozinho, alguém sempre precisará de uma corda na hora de se enforcar.

Vereadores de Poço Verde aumentam os valores das diárias. Tarcísio foi contra.

Tarcísio Fontes foi o único vereador a votar contra o aumento das diárias. (Foto: CMVPV)

A Câmara de Vereadores de Poço Verde teve um ano de 2021 marcante, quando se tratou de criar novas taxas para a população e diminuir remunerações de servidores, como foram os casos da Taxa do Lixo e dos adicionais para diretores de escola. Entretanto, o Legislativo municipal não poderia encerrar o ano sem um Happy End em causa própria. Na última segunda-feira (20), sempre obedecendo ordens superiores, tirou da cartola o aumento das diárias para os Edis.

Agora, para fazer bem feito, os aumentos foram estratosféricos. Uma diária de vereador, para deslocamento no próprio estado de Sergipe, passará a ser de 250 reais. O valor anterior era 120 reais. As viagens interestaduais, que custavam 600 reais, passarão a custar R$ 800,00. E a resolução só não foi aprovada por unanimidade porque o vereador Tarcísio Fontes, do Cidadania, votou contra. Para ele, não passa de um absurdo aumentos desse nível numa época de crise como a que estamos vivendo. É a conhecida legislação em causa própria.

Minuto Cruel: Eleitor votou e quer serviço

 

Não haverá rateio do Fundeb 70 para os professores de Heliópolis

A reunião só confirmou o que já era esperado: Professores sem o rateio do Fundeb 70. (Foto: WhatsApp)

Já era mais ou menos esperado, mas não deixa de ser frustrante. Não haverá rateio do Fundeb 70 no município de Heliópolis. Em reunião realizada nesta segunda-feira (20) no Sindheli, o prefeito mostrou que já havia ultrapassado o mínimo exigido pela lei para gastar com remuneração dos profissionais de educação. Os gastos com a rubrica estão em 76%, o que desobriga o prefeito a dar um abono de rateio aos professores. 

Além do prefeito José Mendonça, marcaram presenças o presidente do Sindheli, Agnaldo Almeida, o secretário de administração e finanças, Antônio Valter, o secretário de educação, Antônio Marcos, os vereadores Igor Leonardo, Giomar Evangelista e Doriedson. Da oposição compareceram Ana Dalva e Maria da Conceição. Vários servidores e assessores marcaram presença. 

Durante o debate, usaram o exemplo do prefeito de Ribeira do Amparo, Germano, que, embora a folha com salários já esteja beirando os 90%, pagou um 14º salário aos professores como abono. Mendonça disse que faria o possível para cumprir rigorosamente o mínimo que a lei exige e mostrou-se contrariado por saber que havia passado em 6%, numa demonstração de que não dará mais e nem menos do que a lei manda. Não há necessidade de dizer que os professores apoiaram e bancaram financeiramente a candidatura do atual alcaide. 

Obs. O radialista Joilson Costa entrou em contato com o Contraprosa e afirmou que não houve pagamento de 14º salário na prefeitura de Ribeira do Amparo. O pagamento feito é referente à diferença do reajuste do piso dos professores.

A Festa dos Tratores 2021, de Zé de Miguel!

 

Poucas & Boas: Fundeb, Sindheli e a oposição sem rumo!

Agnaldo Almeida continuará como presidente do Sidheli. (Foto: Jorge Souza)

Sobra do Fundeb 70%

Nesta segunda-feira (20) haverá uma reunião entre o Sindheli e a Prefeitura Municipal de Heliópolis para tratarem da questão das sobras do Fundeb 70. A única coisa que se sabe é que houve um crescimento de receita da pasta da ordem de mais de 2 milhões. Entretanto, a ex-prefeito Ildinho pagava o equivalente a 84%, avançando em 24% a mais no antigo Fundeb 60. Como houve aumento de receita sem aumento de salários, pode ser que haja alguma rapinha por lá. O problema são os comissionados, servidores, em sua maioria, nomeados pelo viés político e que fazem muito pouco ou quase nada pela educação. Além disso, é fácil burlar a lei. Alguém já fiscalizou se há comissionados na educação que atuam em outros órgãos? Hein, Sindheli?

Eleição Sindheli

E por falar em Sindheli, Agnaldo Almeida continua como presidente da entidade dos servidores de Heliópolis. Dos 214 votantes, 213 votaram na sua reeleição. Um único voto impediu que a unanimidade virasse burrice. A eleição foi no último sábado (18). A missão de Agnaldo não é nada fácil porque ele é aliado do prefeito José Mendonça. Uma hora ele vai ter que colocar a categoria na frente da opção política. Todos sabemos que pouquíssimos são os casos de políticos que não olham para o umbigo, pensando no coletivo dos servidores. Mendonça, por exemplo, será um deles?

Toinho de Dorinha e PT

Acreditem, o ex-prefeito Toinho de Dorinha já está de braços dados com o Partido dos Trabalhadores. O senador Rogério Carvalho, que luta para ser o próximo governador de Sergipe, já vive nas redes sociais em fotos ao lado do ex-prefeito. Quem puder dar uma olhada nas trocas de farpas do passado, jamais imaginaria esta suposta união. Ocorre que no dicionário da política existe a palavra conveniência. Não devemos também esquecer a palavra oportunismo. 

Iggor Oliveira imaginário

Alguns colunistas e jornais do interior de Sergipe têm reproduzido matérias com o prefeito de Poço Verde. É preciso muita paciência para ler tudo. Parece até que as perguntas foram feitas pelo próprio Iggor Oliveira porque são irreais as respostas. Foi construído um Iggor completamente novo, imaginário, paralelo ao prefeito que conhecemos. Dá a impressão que será candidato a deputado estadual ou quer repetir uma mentira para ver se cola, limpando sua barra. Como o Brasil está aceitando o Lula inocente e o Bolsonaro administrador impecável do país, tudo pode acontecer.

Ricardo Maia é pardal

O ex-prefeito de Ribeira do Pombal vai, aos poucos, tomando todos os espaços destinado aos votos dos pardais em Heliópolis. Duvidamos que sobre alguma coisa para Daniel Almeida, o amigo comunista de Mendonça. Só resta uma nesga no fundo do ninho, representado pelo vereador Igor Leonardo. Este deve seguir Gama Neves e ACM Neto, restando saber se de cabo a rabo. De igual forma segue a deputada Fátima Nunes, mesmo trazendo pouco para Heliópolis dos muitos votos que recebeu. 

Liderança da oposição

Está vencendo o prazo para que a oposição em Heliópolis indique o nome que substituirá o vereador Van da Barreira. O nome geral e irrestrito é o da vereadora Ana Dalva, que resiste à indicação. Ana Dalva quer que a oposição assuma seu papel e se organize. Não dá para ser líder de um grupo que pouco se reúne. É como se cada um tomasse uma estrada diferente para, no final, se encontrar. Ou seja, é um grupo de ocasião. Talvez, se fosse mais organizado, seria mais fácil perceber o trator e as 130 mil coisinhas que rondavam Van da Barreira.

Thiago Andrade e ACM Neto

Nada está confirmado, mas tudo indica que a ida de Thiago Andrade para o time de ACM Neto está pavimentada. O problema é que ele não queira ir sozinho. Preferia ir com o grupo inteiro. Ocorre que Ildinho e Beto Fonseca estão aguardando a decisão de Marcelo Nilo para ver com qual roupa vão à festa. O ex-vereador Manoel Rodrigues já bateu o martelo e apoiará ACM Neto. Thiago já escolheu para federal Gabriel Nunes e Ana Dalva vai de Marcelo Nilo. Parece que a maioria deve ficar com Marcelinho Veiga para estadual. Enfim, nem mesmo uma reunião foi feita para decifrar os códigos. Está difícil! 

Sol Malte, a cerveja artesanal do professor Gilberto