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Do Sertão ao Centro-Oeste - Ep. 11: Formosa do Rio Preto, o portal baiano do Jalapão!

Saímos logo cedo de Santa Rita de Cássia em direção ao município de Formosa do Rio Preto. Deixamos a Pousada Ceará para continuar nossa aventura pela BA 225. Entretanto, como nosso destino, depois de Formosa do Rio Preto, seria o Jalapão, no Estado do Tocantins, temíamos que o Mobi Like não aguentasse a parada. Resolvemos então dar um refresco ao nosso guerreiro e seguimos pela BA 451, toda no asfalto, que se encontra com a BR 135 já no município de Riachão das Neves, na localidade de Prazeres. De lá seguimos na direção noroeste até Formosa do Rio Preto, sem maiores problemas.

Primeira coisa que fizemos foi dar um pulo na Orlinha, quando chegamos em Formosa. O Rio Preto passa pela cidade de forma veloz e soberana. Suas águas são cristalinas desde a nascente no Chapadão Oriental da Bahia. Seus afluentes mais destacados são o Rio Sapão, Rio do Ouro e o Sassafrás. Como vimos no vídeo anterior, ele deságua soberano no Rio Grande ao lado da Serra do Boqueirão, na divisa dos municípios de Mansidão e Barra. 

O percurso foi rápido. Sabíamos que teríamos dificuldades nas estradas do Jalapão, no Tocantins. Por isso, aproveitamos para conhecer bem Formosa do Rio Preto, que pertenceu ao município de Santa Rita de Cássia. A povoação começou mesmo por ordenança do Dom João de Lencastro, o 32º Governador Geral do Brasil, em 1628. O primeiro desbravador foi o fidalgo português João Amado Viana, degredado de Portugal para o Brasil por ter dito palavras ofensivas a uma dama da Corte. Naquele tempo as coisas eram diferentes, inclusive para os fidalgos. Hoje, por aqui, nem mesmo processo pode dar.

João Amado Viana tinha dinheiro, inúmeros escravos e formou duas fazendas: A Canabrava e a Várzea Formosa. Por aqui plantou trigo, milho e outras leguminosas, além da criação de gado. As duas fazendas ajudaram a formar a área onde hoje está o município, sempre no entorno do Rio Preto. O decreto-lei estadual nº 141, de 31 de dezembro 1943, confirmado pelo decreto estadual nº 12978, de 01 de junho de 1944, o distrito de Formosa, pertencente a Santa Rita de Cássia, passou a ser denominado de Itajuí, que no idioma tupi significa pedra bonita. Em 1953 foi alterado o nome do distrito para Formosa do Rio Preto. A emancipação política só veio pela lei estadual nº 1590, de 22 de dezembro de 1961, conquistando a sua emancipação político-administrativa e sendo alçado à categoria de município. A instalação só ocorreu no dia 7 de abril de 1963.

Formosa do Rio Preto é o maior município em extensão territorial da Bahia, com uma área de 15.901,745 km², e também é o município baiano mais distante de sua capital Salvador, distante 1.026 kms. Só para se ter ideia do tamanho, a área de Formosa do Rio Preto ocuparia cerca de 75% do território do Estado de Sergipe. Fica localizada no Extremo Oeste baiano, na divisa com os estados do Piauí e Tocantins. Faz limite com os municípios de Cristalândia do Piauí, Corrente, Barreiras do Piauí, São Gonçalo do Gurgueia, todos no Estado do Piauí; Mateiros, Rio da Conceição, Dianópolis, todos do Estado de Tocantins; e Santa Rita de Cássia e Riachão das Neves, na Bahia. Sua população deve chegar próximo aos 28 mil habitantes, com uma densidade populacional de 2 habitantes por km2.  

Formosa do Rio Preto tem no agronegócio sua principal atividade econômica. É o oitavo município com maior produção agrícola do Brasil, ocupando a segunda colocação no ranking dos maiores PIBs agrícolas na Bahia. Formosa é o 2º maior produtor de soja do Brasil, o 1º maior produtor de soja do estado, o 6º maior produtor de algodão do país, o 3º maior do algodão na Bahia, é também o 2º maior produtor de milho do estado.

Saindo de Formosa, seguimos pela BR 135. Quinze kms depois encontramos novamente a BA 225. Ela segue margeando a divisa com a Estado do Piauí, passando por um dos principais centros do agronegócio do país. A BA 225 chega na divisa entre Bahia e Tocantins como a própria linha divisória. Do lado esquerdo é a Bahia, do lado direito o Tocantins e em ambos os lados plantações e mais plantações de soja, algodão e milho a perder de vista. A estrada está toda asfaltada até a entrada do Jalapão. Setenta kms depois de deixarmos a BR 135, chegamos ao Posto Fumaça, último abastecimento na Bahia antes do Jalapão. Como havia passado do meio-dia, paramos para o almoço, enchemos o tanque do Mobi e fomos encarar as estradas para o Jalapão. Claro que estas aventuras você só verá no próximo episódio.