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Lena morreu!

Caminhos do Brasil: BA 084, a rodovia da desigualdade. Capítulo 1: Apresentação

O portal Contraprosa fará uma série de reportagens sobre a rodovia BA 084, que nasce em Santo Amaro, na mesorregião metropolitana de Salvador, e vai encerrar seu caminho na BR 235, no município de Coronel João Sá. São cerca de 370 quilômetros, 300 deles da própria rodovia. A estrada baiana passa por paisagens de tirar o fôlego, mas também nos deixa tristes pelo abandono em determinados trechos. As filmagens foram feitas em três datas diferentes, bem recentes, refletindo a realidade atual. Serão vários episódios que contaram com filmagens deste editor, com o auxílio de Ana Dalva.
   Para entender a importância desta rodovia para o desenvolvimento da Bahia e das regiões por onde ela passa, é preciso entender como se dá o processo de numeração e implantação de uma rodovia. No estado, o critério de nomenclatura agrupa as rodovias existentes em radiais - com origem na capital e mesorregião metropolitana, com números de 001 e 099, longitudinais - com orientação Norte-Sul, com numeração entre 100 e 199, transversais - com orientação Leste-Oeste, com numeração está entre 200 e 299, de ligação - aquelas fora das classificações anteriores e com função de ligação entre outras rodovias estaduais ou federais, com numeração entre 300 e 699, ramais - com função de ligação entre povoados ou sedes municipais e rodovias-tronco – com numeração entre 700 e 999). Finalmente, há as rodovias coincidentes - rodovias federais com manutenção feita pelo poder estadual.
   Portanto, a BA 084 é uma rodovia radial, a BA 393 é uma rodovia de ligação e a BA 220 é uma rodovia transversal. Dedicaremos esta reportagem a BA 084, que nasce em Santo Amaro da Purificação, passa em Oliveira dos Campinhos, atravessa a BR 324, atravessa também a BR 101, chega em Conceição do Jacuípe, segue para Coração de Maria. Depois é a vez de Irará e Água Fria. Na sequência a estrada segue até o distrito de Pataíba e chega a Biritinga. Em seguida vai até Nova Soure, na BR 110, segue até pouco depois de Cipó, entrando novamente em novo trecho da BA 084 até a cidade de Ribeira do Amparo.
   Em estrada de barro batido, a BA 084 segue até os povoados de Barroca e Raspador e chega à cidade de Heliópolis. Logo após, segue por 5 quilômetros pela BA 393 e pega uma estrada vicinal até a cidade de Fátima, seguindo pela BA 220 por cerca de 10 quilômetros. Reiniciada, a BA 084 segue até a cidade de Adustina, e de lá até Sítio do Quinto. A estrada segue ainda até o povoado de Tingui, passando pela Barragem do Gasparino até Coronel João Sá. Segue mais 13 quilômetros, chega-se à BR 235, encerrando a rodovia.
   Nos próximos episódios, detalharemos todo o trajeto feito para despertar a atenção das autoridades da importância na complementação de toda a rodovia, que é vital para as suas 14 cidades, dezenas de povoados, cobrindo uma população em torno dos 400 mil habitantes.

Juiz nega benefício a criança de seis anos com doença rara

Ravy teve seu benefício negado por um juiz em Feira de Santana. O magistrado disse que a família poderia se acomodar. (Foto:Arquivo da família)

Reportagem do jornal A TARDE, publicada nesta quinta-feira (23) revela que uma criança de seis anos, que conta com uma doença no intestino e necessita de cuidados especiais, teve o benefício previdenciário negado em Feira de Santana, na Bahia. Na sentença, o juiz afirmou que a renda poderia dificultar o desenvolvimento da criança e gerar uma "acomodação" na família. “Destaque-se que, em se tratando de menor, há que haver cuidado no deferimento de benefícios assistenciais, a fim de que o próprio benefício deferido, por constituir renda para a família, não se torne um fator a dificultar seu desenvolvimento”, diz trecho da sentença divulgada na quarta-feira, 22.

Ravy Santos Oliveira, de seis anos, tem a doença de Hirschsprung, uma anomalia congênita da inervação do intestino baixo, geralmente limitado ao cólon, resultando de obstrução parcial ou total e que a longo prazo pode apresentar complicações graves. A condição requer internações frequentes em hospitais e medicamentos específicos. A mãe de Ravy, Joanice da Silva Santos, conta que desde que o filho nasceu ele sofreu de constipação intestinal e precisa ir à hospitais constantemente. Em uma ocasião, o menino precisou ficar internado em Unidade de Terapia Intensiva, foi quando a doença foi descoberta. "Ele precisa passar por vários procedimentos, como dilatação do ânus, biopsia, lavagem, além do uso de PEG, que é um tratamento de alto custo", disse ela.

Eu fiquei sabendo da decisão pela Defensoria Pública. Fiquei abismada com essa notícia, não esperava isso. Fiquei sabendo que o juiz tinha negado porque ia atrapalhar no desenvolvimento dele no futuro. Só que um salário mínimo não tem como manter ele”, contou a mãe do pequeno, Joanice da Silva Santos à TV Bahia. Ela é técnica de enfermagem e recebe R$ 1.100 por mês, valor que não é suficiente para cobrir o tratamento da criança. Na decisão, o juiz avaliou que a quantia seria suficiente para o sustento da família. Na negativa, o texto da sentença aponta que perícia médica constatou que a criança possui deficiência temporária e que por isso, pode trabalhar durante a vida adulta.

A Defensoria Pública da União (DPU) recorreu da decisão. Em recurso já protocolado, a instituição avalia que “é de total disparate a decisão, pois mesmo reconhecendo a incapacidade do Recorrente, alegou que a concessão da benesse geraria uma acomodação do Postulante, retirando da benesse sua finalidade primordial, que é prover a estes indivíduos o mínimo existencial”. O Decreto 6.214/2007, Art. 4º, § 1º diz que "para fins de reconhecimento do direito ao Benefício de Prestação Continuada às crianças e adolescentes menores de dezesseis anos de idade, deve ser avaliada a existência da deficiência e o seu impacto na limitação do desempenho de atividade e restrição da participação social, compatível com a idade".

Como se vê, o negacionismo não está restrito ao ambiente político.Os juízes também praticam seus absurdos.

Três irmãos não se vacinaram e morrem de Covid

A morte de três irmãos que não tomaram vacina soa contraditória no sul do Brasil. (Foto: Redes Socias)

Quando se fala em fanatismo e desinformação, logo a situação recai sobre o Norte ou o Nordeste do Brasil, regiões tidas como subdesenvolvidas. Entretanto, esta pandemia veio dizer que o país como um todo ainda precisa muito de educação e que a ignorância, desinformação e certas crendices podem estar nos lugares mais próximos daquilo que pensamos desenvolvido. Notícia publicada no portal O Antagonista revela que três irmãos se recusaram a tomar a vacina contra a Covid e morreram em decorrência da doença em um intervalo de 8 dias. Deneci Carboni Pedro, de 51 anos, faleceu ontem, depois de ficar 21 dias internada na UTI.  Os outros irmãos, Valdir e Denilde Carboni Pedro, de 49 e 52 anos, morreram no último dia 13. Eles moravam em São João do Sul, em Santa Catarina, considerada uma das regiões mais desenvolvidas do país. 

Em entrevista ao UOL, Altair Carboni Pedro disse que as irmãs deixaram de tomar o imunizante por falta de informação. “Não quiseram a vacina por falta de informação, falta de divulgação dos motivos para tomar. Como tinham diabetes, elas tinham medo de tomar e complicar a saúde delas.” Ou seja, não consultaram um médico para saber, coisa comum nas sociedades desenvolvidas.  Já em relação ao irmão, Altair afirmou que ele não se vacinou porque precisava trabalhar. Ou seja, a justificativa deveria ser tomar a vacina para poder trabalhar com mais segurança. Além do trio, pelo menos outros 12 parentes se infectaram, segundo Altair. Após as mortes, ele disse que alguns familiares que estavam com a vacinação atrasada tomaram o imunizante. Só após a face cruel da morte bater na porta, muitos passam a fazer o que devem. 

Simone Tebet dá show na CPI da Covid no Senado

 

Por que há tanta resistência à volta das aulas presenciais?

Nos países mais desenvolvidos, a volta às aulas presenciais é uma realidade.Por aqui, só há resistências! (Foto: Rede Brasil Atual)

Um dia destes, uma reportagem de TV chamou a nossa atenção para que olhássemos para os nossos irmãos, vizinhos próximos, conterrâneos. Baixamos a cabeça envergonhados de ver a fome quase que abraçada conosco. Começamos então a fazer uma vaquinha para dar a nossa contribuição. Depois soubemos que uma ONG abraçou a causa e estará em Heliópolis para um lenitivo considerável. Tempos depois, perceberemos que a miséria poderá estar no mesmo endereço. Caridade ajuda, mas não acaba com a miséria. Podem mandar todas as ONGs que desejarem para este Nordeste de Meu Deus! Não acabaremos com nossa miséria! Só um povo educado deixará de ser miserável! E é bom não confundir pobreza com miserabilidade. Ser pobre é uma opção quando não se é miserável. O pobre tem vida simples, sem carrões, grandes propriedades. O pobre tem sua casa, seu alimento e seu conhecimento da vida, do mundo. O miserável não tem nada, nem mesmo consciência dos seus atos, porque não tem educação.

Ontem, na sessão da câmara de vereadores, Ana Dalva cobrou o reinício das aulas da rede municipal de ensino, aproveitando a presença do prefeito José Mendonça. Foi logo rebatida pelo vereador Igor Leonardo que disse não estarem as escolas preparadas com os protocolos de retorno, como se nove meses de administração não fossem suficientes para isso. Apesar de percebermos o desejo do alcaide para o retorno, há um espírito de corpo que baixou na categoria, empurrando as aulas para o ano que vem, com o apoio incondicional do secretário municipal de educação. Está claro que Mendonça não quer desagradar a maioria esmagadora dos professores, que até tiraram dinheiro do bolso para ajudar a elegê-lo. Afaga o ego professoral e ajuda a aumentar o campo da miserabilidade.

Por favor, não me obriguem a gastar linhas tentando convencê-los da relação proporcional entre educação e desenvolvimento. Sei também que não basta apenas ter escolas e professores, ou o aluno comparecer às aulas! Educação é muito mais. Tenho consciência de que nós não atingimos ainda a predominância na valorização da educação. É só olhar as redes sociais para entender tudo isso. Lembro-me de um esgoto aberto numa rua, motivo de horas de discussão. Entretanto, não me recordo de ver pessoas debatendo por horas a necessidade urgente da volta às aulas. Mas isso não significa que tenhamos que dar um passo a menos. Não há mais nenhum motivo para o não retorno. Nem mesmo temos o coronavírus circulando por aqui. Ora, e o estudo remoto? Nem que ele atingisse todos os estudantes seria argumento suficiente para negar a volta das aulas presenciais. Como, por exemplo, é possível alfabetizar uma criança pelo sistema remoto de forma satisfatória?

Exatamente por não valorizarmos a educação, estamos muito longe de acabarmos com a miserabilidade. Aquela mulher da reportagem, uma vez na plenitude do seu desenvolvimento educacional, acionaria as ferramentas que existem para garantir a ela o tratamento da sua doença e, certamente, não estaria com tantas contas de luz penduradas no prego. Há o SUS, o Bolsa Família, a Secretaria de Assistência Social. Até para que estes órgãos e programas funcionem perfeitamente é preciso uma consciência cívica maior da população. Não são dos políticos do lado A ou B. São paliativos do estado para o cidadão na hora do aperto, da dificuldade, até a chegada da educação plena, quando, certamente, chegará a hora de andar com as próprias pernas.

O apelo de Ana Dalva foi solitário. Quem gritou foi contra, movido pelo espírito de grupo ou pelo puxa-saquismo tupiniquim do semiárido. Afinal, por aqui, um grupo tira outro grupo do poder não para fazer melhor ou diferente, mas porque agora chegou a sua vez de...Fazer o de sempre! Uma vez noticiei aqui a ira do vereador Doriedson contra o prefeito que ele ajudou a eleger, que até então não tinha dito para que tinha vindo. Ontem ele pediu desculpas ao prefeito. Disse que só agora havia entendido tudo. Também entendemos, vereador! Vossa excelência continuará apostando na ignorância e na miserabilidade do nosso povo.

Secretaria de Saúde de Heliópolis realiza testes de Covid-19 no CEJDS

Felizmente, todas as amostras no CEJDS deram negativas.(Foto: Super Abril)
 

Nesta segunda-feira (20), funcionários da Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura Municipal de Heliópolis foram ao Colégio Estadual José Dantas de Souza para fazer testes rápidos de antígenos para detecção da Covid-19. Foram selecionados uma professora e 9 alunos de turmas diferentes.Os procedimentos foram feitos pelas profissionais de saúde Sarah Andrade e Simone Felício. Ao final ficou constatado que nenhum dos testados deu positivo. A cidade de Heliópolis já está há 17 dias sem nenhum caso de Covid-19. No último boletim, do dia 19, o zero é o resultado que mais aparece, inclusive para a fila de resultados. Ao todo foram 953 contaminados e 14 óbitos. A vacina já chegou nos braços de 8.733 heliopolenses.