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Nossa Senhora de Lourdes - Cidades do Velho Chico 21

Poucas & Boas: Se correr o bicho pega, se ficar o piso come!

Colégio Estadual José Dantas de Souza - CEJDS - em momento da Jornada Pedagógica 2022. (Foto: Landisvalth Lima)

Serviço público

O mundo do serviço público é feito de coisas que vão do céu ao inferno. Exemplo é um poço artesiano do Colégio Estadual José Dantas de Souza. Foi uma ótima sacada da SEC-Ba para evitar custos maiores com o consumo de água potável nas escolas. Perfeito. Só que o poço ainda não foi instalado e completará em maio 1 ano de perfuração concluída. Os quase 5 mil metros cúbicos de água pura zerariam o custo de água potável e o fornecimento precário feito pela Embasa. O caso foi parar na mão do secretário, Jerônimo Rodrigues, que até isso tem que parar para resolver. É osso!

Serviço secreto

Ninguém sabe o que aconteceu, mas, de uma hora para outra, as coisas começaram a tomar um certo rumo com a oposição de Heliópolis. Ninguém fala nada. Sabe-se apenas que uma reunião definiu que Ana Dalva será a Líder e que as coisas vão começar a andar nos trilhos. Será preciso contratar um serviço secreto para que revelem os verdadeiros motivos. De repente, a oposição descobriu que está viva e pode brilhar. Quem ganha é o município. Agora, além da pressão sobre o prefeito, teremos a ação daqueles que querem ocupar o espaço da administração pública no futuro.

Serviço manufaturado

Um velho político, sem ser necessariamente um político velho, revelou que Ricardo Maia não está com esta bola toda na sua caminhada para um mandato federal. É que um prefeito que apoiaria o ex-prefeito de Ribeira do Pombal pode dar calote político. A fonte jura de pés juntos que há um deputado federal no meio do caminho entre Ricardo Maio e este prefeito. São trinta milhões de argumentos em obras do governo federal. Chegou a dizer que “o prefeito está aqui, na palma da minha mão. Se não tiver voto não tem obra!”. Putsgrilo!

Clima pesado

Continua pesadíssimo o clima entre os professores e a administração municipal de Heliópolis, mesmo depois da reunião com o Sindheli hoje pela manhã. Já houve até uma convocação de professores de Matemática para fazer contas e provar que é possível sim o aumento, sem onerar de forma comprometedora as contas da prefeitura municipal. O problema é que ninguém pode pagar aquilo que não quer, mesmo que tenha dinheiro para isso. A revolta é histórica. Mendonça resistirá? A Assembleia dos servidores foi convocada há pouco!

Quinze por cento

O apoio dos professores ao atual prefeito valeu metade do aumento salarial. José Mendonça ofereceu apenas 15% de aumento no Piso do Magistério. Alguns defensores chegaram a falar do reajuste de 10% oferecido pelo prefeito de Paripiranga como se isso fosse uma bondade do prefeito de Heliópolis. Ocorre que em Paripiranga há ganhos na carreira do professor que é sonho impossível em Heliópolis. Lá a folha de pagamento chegaria a 138% do índice. Com o aumento dado de 10%, o percentual ficará em 114%, pelo menos nos números fornecidos pela prefeitura. A de cá, mesmo cheinha de empregos políticos, deu apenas 77%.

Baixa participação

O fato de o Piso do Magistério ter sido ignorado por alguns governos fez diminuir a participação nas jornadas pedagógicas. Só para comparar, um dia chegou a ter mais professores na jornada do Colégio Estadual José Dantas de Souza que na do município. A única coisa em comum é que nem o Governo do Estado nem a Prefeitura Municipal de Heliópolis anunciaram o reajuste com o percentual da Lei. Os professores do município já sabem que não terão o bolo completo. Já o pessoal do Estado da Bahia aguarda pacientemente.

Covid-19 em alta

Apesar de estar em alta, a Covid-19 parece assustar menos. Em dez municípios da região os casos batem mais de mil. Há municípios que chegam a 220 casos ativos, mas com apenas 1 ou 2 internações. Heliópolis chegou hoje aos 59 casos ativos, que seriam números assustadores anteriormente. Não há internados. O programa de vacinação está funcionando bem, apesar das derrapagens do Ministério da Saúde e do negacionismo de Bolsonaro. O problema maior ainda é nossa teimosia, indo para festinhas sem os devidos cuidados. Os números podem aumentar, sem ser contraditório dizer que talvez estejamos vencendo a última onda forte da Covid-19. Tomara!

Mito cercado

Já há um movimento sólido a busca de alternativa para salvar Jair Bolsonaro da cadeia, quando ficar comprovada a sua não recondução ao cargo. A ideia passa pelo Senado, Câmara dos Deputados e STF. Se o Mito agir com inteligência e abandonar suas ideias pouco republicanas, não sendo candidato, ou sendo um candidato comportado, teria uma indicação para Embaixador e se livraria da cadeia. Conquistaria, pois, garantia de foro privilegiado. Só há dois problemas: Lula não quer perder Bolsonaro como adversário. O outro é que, sem Bolsonaro na disputa, Moro cresceria e poderia ameaçar o retorno do PT ao poder. Se correr o bicho pega...

A jornada pedagógica da mesmice!

Em mais uma Jornada Pedagógica, erros se repetem e nossa educação definha. (Imagem: Jorge Souza)

Na última terça-feira (01) pela noite, na Creche Maria Lícia, foi dado início a mais uma Jornada Pedagógica do município de Heliópolis. Como em várias cidades da nossa região, nada de novo no front. Nem mesmo em Fátima, Cícero Dantas e Adustina, onde pelo menos o novo Piso do Magistério foi anunciado, pode-se perceber alguma mudança que indique algum caminho rumo a um novo ciclo educacional. Tudo como antes. Até mesmo as palavras de fé são idênticas.

Vamos dar como exemplo o que aconteceu na abertura da jornada por aqui. A fala do prefeito José Mendonça foi temperada com fortes doses de decepção. O motivo: o Piso não foi confirmado. Não que o prefeito tenha negado, mas que sua fala funcionou como um balde de água fria isso não houve dúvida. Para um prefeito que recebeu apoio logístico, financeiro e ideológico da maioria esmagadora dos professores, o mínimo seria dizer que diminuiria o próprio salário, mas professor não perderia direito algum no seu governo. A jornada passou a ser uma frustração só.

Nos bastidores rolavam já comentários de greve futura. Uma fonte disse que o presidente do Sindheli, professor Agnaldo, afirmou já ter agendado uma reunião com a administração do município dia 3 de fevereiro, às 9:00 horas da manhã. Agnaldo disse que já solicitou a folha de janeiro com todos os valores pagos e o montante arrecadado pelo Fundeb no mês. Em seguida, deve convocar uma Assembleia Geral e decidir os rumos a tomar. Uma grave a uma altura desta será mais uma facada na já combalida educação do município de Heliópolis.

Soou como uma falácia a frase do prefeito na abertura da jornada: “Ninguém pode pagar se não houver dinheiro”. Entretanto, não deixa claro quanto o prefeito gasta com os professores. Uma coisa são os 77% do fundo anunciados como gastos, outra é saber quanto efetivamente desse montante é salário dos profissionais do magistério efetivos. Porque todos sabem do inchaço da folha com nomeações políticas e gastos desnecessários, apenas para atender interesses outros. Há sim dinheiro. O problema é que não há expertise administrativa com os recursos públicos.

Quem conhece José Mendonça sabe que ele é teimoso, mais ainda que Walter Rosário. Mas fica a lição recebida pelo seu cunhado quando prefeito, que enfrentou a maior e mais organizada greve da história de Heliópolis. Está longe de o ex-prefeito voltar a ser alguma coisa na política daqui. A pior classe de servidores para se enfrentar é a dos professores. Só são subservientes se quiserem, porque são órfãos da ignorância. Talvez tenha sido por isso que o prefeito não entenda por que nossa educação está descendo ladeira abaixo, como mais uma forma de culpar os profissionais do magistério por tudo. Lamentou também o alcaide o fato de a matrícula estar diminuta, sem, entretanto, entender que uma coisa está associada a outra.

Em mais uma jornada, foram contratados profissionais para dar palestras sobre temas que interessam à educação, mas que estão longe de resolver nossos problemas. Sentar e ouvir teorias é mais ou menos parecido com ter uma casa sem telhado ou um carro bonito sem combustível. Quer dizer que temos todas as ferramentas, mas elas estão em desuso. Colocar a mão na massa requer boa vontade, desejo de transformação e amor ao outro. E a primeira atitude é sair da zona de conforto e encarar a missão. Tudo isso requer coletividade. Poder público, família, escola e comunidade juntos, sem os pieguismos eleitorais ou pragmatismos imbecis da individualidade, com foco voltado para o progresso de todos. E isso começa pelo cumprimento da Lei.

Parece que teremos mais um ano perdido em discussões insalubres. Como ainda é possível ficar discutindo sobre dar ou não dar o piso salarial a um professor se é Lei! Era para estarmos na fase simples de fazer uma limonada com um limão. Chega de discursos vazios e protelatórios. O Brasil tem pressa! É preciso investir pesado na educação sem medo de dar errado. Ou fazemos isso ou vamos afundar como nação civilizada. Não é apenas votando em corruptos ou em genocidas que destruiremos o Brasil. Isso só acontecerá se nossa educação ficar muito mal. E ela já está lá. Com boa vontade para aprender, desejo de ensinar e investimento governamental não há como não sair dessa fase tenebrosa.   

Poucas & Boas: As costas de Rui, os poderosos e a oposição

Pode cair sobre Rui Costa o peso de uma derrota para ACM Neto. Ana Dalva será Líder da oposição? (Montagem: Contraprosa)

Piso do Magistério I

Mesmo com a Lei, mesmo com a confirmação do pelo MEC e da Presidência da República, o Piso do Magistério ainda causa nas redes sociais e na imprensa. Isso porque o percentual foi de 33,24%, como se fosse uma desgraça para o país. Entretanto, ninguém comenta a bolada paga aos Procuradores da República, feita pelo procurador geral – ou protetor geral do presidente – o baiano Augusto Aras. Somente um deles recebeu a mamata de quase 400 mil. Mas os R$ 3.845,34 é para professor, essa raça miserável que vive a tentar formar outras profissões em nome de todas as outras raças!

Piso do Magistério II

Apesar de muitos prefeitos pagarem os salários de janeiro já com o novo Piso, inclusive alguns preferiram atrasar a folha 1 ou 2 dias para já contar com o aumento, há cidades onde falar de Piso é quase proibido. Enquanto Fátima, Cícero Dantas e Adustina reina a alegria, Heliópolis, Poço Verde e outras plagas são só tristeza e revolta. Principalmente porque não há um diálogo com a categoria. Aqueles que ainda falam se pautam em argumentos dos mais falaciosos. Um chegou a dizer que a Confederação Nacional dos Municípios era contra; outro inventou que a Câmara de Vereadores ainda não tinha retornado do recesso. Por fim, a desculpa mais bizarra de que não há recursos.

Piso do Magistério III

Sobre a aprovação da Lei do Piso pela Câmara de Vereadores, usada por um vereador para justificar o não pagamento do Piso aos professores de Heliópolis agora em janeiro, é preciso explicar que a coisa não é bem assim. Como a Lei é nacional, a rigor, não precisaria passar pelo crivo dos vereadores para ser paga no seu valor absoluto. Ocorre que o nome é “PISO”. Isso quer dizer que o prefeito pode, desejando e tendo os recursos para isso, pagar um pouco mais, como fazem muitas prefeituras do país. Por outro lado, o envio à Câmara pode ser feito a qualquer tempo com o chamado pagamento retroativo. O que os vereadores não podem fazer é votar contra uma Lei Nacional. Por isso muitos prefeitos se adiantam e colocam já os valores em folha. A regulamentação documental do município pode ser feita depois pela Câmara de Vereadores em data posterior. Quando se deseja o bem, sempre há saídas. Ah! O mal também!

Cadê a oposição?

Hoje é dia 31 janeiro. O Contraprosa escreve este texto por volta das 16:30. Quem acompanha o portal sabe que cobramos reunião com o grupo que faz oposição ao prefeito José Mendonça. Um ano e um mês depois da posse do atual alcaide, mesmo após fatos que abalaram a estrutura da oposição, nenhuma reunião foi feita. Isso ocorre porque, na nossa região, não se faz política com os fins pautados no crescimento do lugar, mas com o olho naquilo que individualmente cada político pode ganhar. Quem não se planeja, vive apenas de apontar o dedo para os erros dos outros, sem se preocupar em organizar a bagunça vivida na sua própria casa. O povo está de saco cheio de políticos oportunistas e cheios de gogó. Fica a dica!

Independência ou organização!

E é pela desorganização em que se encontra a oposição de Heliópolis que o desânimo toma conta mais ainda do povo. Política é um problema se ela passa a ser apenas projetos pessoais de uns ou outros. Vale a pena continuar acreditando em algo que se mobiliza, que se mostra vivo, sem precisar ficar apenas se alimentando do sangue vertido na incompetência daqueles que estão no poder. Mesmo tendo competentes no poder, ser oposição organizada é obrigação de qualquer sociedade democrática. Não sabemos até onde irá a paciência da vereadora Ana Dalva, mas Heliópolis nunca esteve tão perto de um terceiro grupo político. Já há zoadas de bastidores informando que ela vai sair do PSD, caso possa, e se declarar independente quanto a grupos políticos de Heliópolis. 

Últimas vagas!


Até o fechamento desta edição, poucas vagas existiam para o 1º curso EPI – Ensino Profissional Integrado – de Agroindústria – do Colégio Estadual José Dantas de Souza, em Heliópolis - Bahia. Será uma turma com 35 alunos, de 6 horas/aula por dia, com direito a entrega de TCC, Estágio e diploma de Técnico em Agroindústria. O formado poderá trabalhar em indústria de gêneros alimentícios, fiscalizar a produção industrial e agrícola em qualquer lugar do país e ainda, se desejar, abrir sua própria indústria. Corra! Ainda dá tempo. O curso terá 3 anos, com 3.600 horas, em aulas que vão das 7:30 da manhã às 14:00 horas. Informações no CEJDS – 75- 3593-2176.

As costas de Rui

Cairá sobre as costas de Rui Costa, o governador da Bahia, uma possível derrota do PT para ACM Neto. Pior é que o candidato a governador do PT não ajuda. Enquanto ACM Neto teve a Prefeitura de Salvador para mostrar toda sua determinação, Jacques Wagner foi um senador apagado. Hoje, quando se fala em senador pela Bahia, o nome que mais aparece é o de Otto Alencar. Mas quem pagará pela derrota será Rui Costa, mesmo que tenha tido o melhor desempenho administrativo, a ponto de esconder velhos problemas. A quantidade de obras que estão sendo realizadas na Bahia são consideráveis, principalmente na área da educação. O problema é que se trata de uma união de vários grupos políticos, e basta um descontentamento aqui e outro ali para desmoronar tudo. O grupo de vice-governador – PP – não está lá muito contente e Marcelo Nilo – PSB – deve anunciar em breve seu destino, que pode não ser ficar com o atual governo. Para piorar, bolsonaristas da Bahia não se cansam de criar mentiras na internet contra o governador, inclusive envolvendo a vacinação de suas filhas. Será que as costas aguentam?

Poderosos acima de tudo!

O delegado da Polícia Federal que afirmou não ter Bolsonaro cometido crime de prevaricação no caso da quase compra da vacina Covaxin, o membro do TCU que investiga pagamentos de empresa particular americana contra um algoz dos poderosos, o engavetamento de mais de 130 pedidos de impeachment contra o presidente, o silêncio malicioso do Procurador Geral da República quanto aos crimes praticados por Bolsonaro, o tecnicismo de juristas como argumento para anulação de processos em escala jamais vista na República e a afirmação da prerrogativa de não punir o crime despois que ele acontece são golpes desferidos contra a nossa Carta Magna. Revelam que os poderosos, eleitos ou nomeados, estão acima da Lei e da Constituição!