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Nossa Senhora de Lourdes - Cidades do Velho Chico 21

O poste caiu. Governo do PT acabou!

A menina que olha para a câmera é Taisiane em 2005
Em duas reportagens da revista ISTOÉ desta semana é possível medir a dimensão do que está sendo o governo do Partido dos Trabalhadores, teimosamente protagonizado pela falaciosa gerente Dilma Rousseff. A primeira reportagem é intitulada “A ruína das conquistas sociais”, das repórteres Débora Bergamasco e Ludmilla Amaral, fala do corte de R$ 26 bilhões na Saúde, Educação e moradia que fizeram ruir o último discurso petista, aniquilando conquistas e pondo em xeque a capacidade de o governo domar a crise.
Hoje, Taisiane é mãe e a realidade é a mesma
Logo no início, a revista faz um histórico da tarde de fevereiro de 2005, quando Taisiane Simião viu o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva descer do céu, no bairro de Canaã, em Caruaru, Pernambuco. “Eu jogava bola com os meninos quando voaram dois helicópteros por cima da gente”, diz. “Saímos correndo do campinho e fomos para perto da cerca. Na época eu não sabia, mas era o Lula. Ele se agachou, perguntou nossos nomes e idades. Aí deu lanche, pão e bolo. Depois, sumiu.” Taisiane – no retrato acima, ela é a criança que encara o fotógrafo com olhos sonhadores – tinha 5 anos e estava prestes a entrar na escola. A vida era dura para a família dela. Ivonete, a mãe, fazia bicos como faxineira, mas o dinheiro não dava para nada. João, o pai, ganhava uns trocados como servente de pedreiro. Taisiane e outras seis pessoas viviam em uma casa de um cômodo, sem água encanada e banheiro. Na rua, o esgoto era a céu aberto. A chegada estrondosa de Lula, que desceu do helicóptero como um herói que retornou para salvar o seu povo, mexeu com aquela garotinha. O presidente, afinal, encarnava a esperança de um futuro melhor.
Mas a grande realidade é que nada mudou. Dos que aparecem na foto, Jackeson de Jesus abandonou a escola aos 11 anos, Taisiane Simião engravidou aos 15, Rubson Leite só vive de bicos. A visita de Lula ao povoado, há 10 anos, não surtiu efeito algum. A propalada propaganda do PT de retirou muitos da miséria é uma grande falácia. Foi a era de um paliativo, de um analgésico para a dor. A doença da miséria ainda perdura. Nos últimos 13 anos, desde que o PT chegou ao centro do poder, Lula tem repetido a mesma cantilena. A grande marca da gestão petista, diz ele, é a inclusão social. Para Lula e seus seguidores, políticas públicas como o Bolsa-Família, o Farmácia Popular e o programa Minha Casa, Minha Vida transformaram a vida de milhões de brasileiros ao oferecer oportunidades negadas em governos anteriores. Na campanha presidencial, Dilma Rousseff conquistou votos ao afirmar que seu partido foi o único capaz de diminuir drasticamente a distância que separa os pobres dos que estão no topo da pirâmide. É preciso reconhecer que, durante muito tempo, esse argumento pareceu válido. Se a principal marca do governo Fernando Henrique Cardoso foi a estabilidade monetária, na era petista muita gente ascendeu socialmente. O símbolo máximo dessa escalada atende pelo nome de “classe C”, a nova camada social que fez disparar os níveis de consumo no País. Tudo isso poderia ser verdade até pouco tempo atrás, mas não agora. A bandeira do avanço social não pode mais ser hasteada pelos petistas. O discurso da inclusão, tão caro a Lula e Dilma, ficou sem sentido. Ele faz parte do passado. Acabou.
Os números falam por si só. De acordo com dados do Ministério do Planejamento, em 2016 o governo Dilma vai cortar pelo menos R$ 26 bilhões dos programas sociais, o que equivale a quase todo o investimento feito por uma empresa do porte da Petrobras durante um ano. Uma conta rápida mostra como a tesoura de Dilma está afiada, e em que direção ela aponta. Com os R$ 26 bilhões, é possível construir mais de 17 mil leitos de UTI ou 6 mil creches. Só o programa Minha Casa, Minha Vida será ceifado em R$ 9 bilhões, ou cerca de 50% do total gasto no ano passado. Com isso, a equipe governamental decidiu suspender o lançamento da já prometida terceira fase do programa de moradia.
Lula e Dilma: criador e criatura
Na segunda reportagem, Acabou o escrúpulo, o repórter Sérgio Pardellas mostra como Dilma, orientada por Lula, rende-se ao mais rasteiro fisiologismo e ao vale tudo político para se manter no cargo, mesmo que isso não garanta, porém, que ela conseguirá
Desde a primeira eleição de Dilma Rousseff, em 2010, ela e o ex-presidente Lula estiveram reunidos dezenas de vezes para debater a conjuntura política. Os dois últimos encontros entre o criador e sua criatura aconteceram na quarta-feira 23 e na quinta-feira 1 no Palácio da Alvorada e foram bem diferentes dos anteriores. Em ambos, Dilma praticamente só ouviu. O tom enfático e as palavras duras proferidas por Lula não autorizaram réplica. Instada pelo petista a promover uma reforma ministerial de modo a contemplar todas as alas do PMDB e a promover à coordenação-geral do governo um lulista de carteirinha, o ministro Jaques Wagner, a presidente aquiesceu, como se alienasse o governo com porteira fechada ao antecessor. Por isso, a reforma ministerial anunciada no final da última semana diz mais sobre Lula do que Dilma. Mas as mudanças na Esplanada também falam muito sobre a presidente. Fragilizada, a petista virou uma marionete, pois topou fazer o diabo para prosseguir com a única agenda que a consome há pelo menos seis meses: a de “não cair” – ou seja, evitar o impeachment a todo e qualquer custo.
Daí se explica porque a mulher sapiens mandou às favas qualquer escrúpulo. Não importa – a não ser para a manutenção do poder – se para tentar se sustentar no cargo ela tenha de escalar um time de quarta divisão para comandar o seu primeiro escalão. Não importa se para empreender as mudanças no governo ela tenha de tratar com desdém os ministros descartados na reforma. Para abrir espaço no ministério da Saúde a Marcelo Castro (PMDB-PI), um apadrinhado do líder do PMDB na Câmara, o neogovernista Leonardo Picciani, Dilma não se constrangeu em demitir o petista Arthur Chioro por telefone. “É uma grande pancada que os militantes do SUS estão recebendo do governo. A decisão de lotear o cargo para tentar atrair a fidelidade do PMDB no Congresso é ingênua, posto que terá resultado efêmero, e a cada votação se restabelecerá uma nova chantagem”, lamentou o deputado do PT baiano, Jorge Solla. Sem a menor hesitação de consciência, a presidente também passou o trator sobre o respeitado filósofo Renato Janine Ribeiro, escolha comemorada havia menos de seis meses como um raro feito de seu segundo mandato. A decisão atendeu ao único propósito de acomodar na Educação Aloizio Mercadante, apeado do cargo de ministro da Casa Civil. Mercadante será o quarto ministro da Educação, área considerada prioritária por Dilma, ao menos no discurso, em apenas dez meses. Ascende à chefia da Casa Civil, Jaques Wagner, aliado de primeira hora de Lula.   
Dilma já não governa mais coisa nenhuma. Acabou. Lula segura o respirador e o PMDB tem o controle do oxigênio. Deitada no leito presidencial, só lhe é dado o direito de balançar a cabeça concordando com o que dizem a ela. De vez em quando, para não se esquecer de que é uma moribunda, o seu criador pede para alguém repetir uma música preparada especialmente para ela: Réquiem para um poste caído. 
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Veja entrevista de Hélio Bicudo no Roda Viva

A oposição e a política de terra arrasada

                                              Landisvalth Lima
O escritor maranhense Aluísio Azevedo tem um romance bem conhecido do mundo da educação. Trata-se de O Cortiço, publicado em 1890. Nele, as personagens estão instintivamente ligadas ao meio ambiente, caminham para a degradação total. Estão sendo tragadas pelo meio e não parecem se importarem com isso. Ao contrário, suas ações estão cada vez mais voltadas para o permanecer piorando. Na Câmara Municipal de Heliópolis, os vereadores da oposição parecem puxados ao calabouço do inoportuno, ao fundo do poço abismal, ao cerne escuro do absurdo, à reta final obscura de todas as incoerências e fazem isso como se um orgasmo fosse.
Sim, porque só uma atitude animalesca, movida pela instintividade exacerbada, comum nos romances naturalistas, pode explicar o comportamento dos vereadores da oposição, notadamente José Mendonça, Giomar Evangelista, Doriedson Oliveira e Claudivan Alves, todos comunistas do Brasil. A presepada que fizeram na sessão extraordinária da última sexta-feira (25), com a ausência de Claudivan, foi digna de comportamento movido pelo determinismo insano da genética bestial da política mesquinha e ordinária. Praticam a política de terra arrasada. Querem todo o leite da vaca para si, caso contrário, preferem matar a vaca. Quando chamados à atenção, o erro sempre é do outro. Eles sempre estão com a razão e a lei e a ordem estão milagrosamente aos seus serviços.
Sinceramente eu esperava um pouco mais de inteligência. Previa que na sessão ordinária da última segunda-feira (28), o presidente da casa encontrasse as palavras mágicas e proferisse um pedido de desculpa pelos transtornos da sessão anterior. Colocasse o projeto em discussão, convocasse as extraordinárias de praxe e transformasse tudo em Lei. Nada disso ocorreu. Não recuaram um milímetro e ainda tiveram o desplante de colocar em votação a ata da sessão anterior. É claro que os vereadores governistas não cairiam numa cilada desta. Rejeitaram por 5x3 e deixaram Giomar Evangelista numa sinuca de bico.
Para justificar seus desatinos, os opositores ainda convocaram sessão das comissões para analisarem um projeto que já estava aprovado, marcada para esta quinta-feira (01). Eles querem que o prefeito indique de quais rubricas vai tirar dinheiro para remanejar. Sonham com coisas impossíveis. É que as três sessões extraordinárias presididas pelo vereador Valdelício Dantas da Gama, que é 1º Secretário da casa, devido às ausências voluntariosas de Giomar e Claudivan, já aprovaram a suplementação de até 60% do orçamento. Não há lei criada que identifique que tais sessões foram irregulares.
Como os vereadores governistas fizeram tudo dentro da lei, inclusive registrando a negativa do presidente em continuar a sessão e até mesmo em fornecer o livro original para o registro das decisões, o prefeito Ildinho deverá sancionar a Lei ainda esta semana e autorizar a suplementação necessária para permitir o pagamento dos funcionários até o dia cinco de outubro. Também em breve as obras serão retomadas. Restará ao presidente da Câmara Municipal, se desejar, entrar na Justiça contra o prefeito municipal e alegar a ilegalidade da lei que eles se recusaram a discutir dentro da Lei.
Certo é que o novo e jovem Juiz da Comarca de Cícero Dantas, Dr. Cícero Dantas Bisneto, descendente direto do Barão de Jeremoabo, que empresta o seu nome à cidade, terá muito trabalho enquanto Giomar Evangelista continuar na presidência do Poder Legislativo. Porque ele não se comporta como tal. Prefere o embate tupiniquim do “quanto pior melhor”. Não se entende ainda porque nenhum vereador entrou com processo de afastamento contra o desajeitado presidente. Dizem até que, depois que passou a ouvir mais o vereador Mendonça, conseguiu até piorar como administrador da casa. Até mesmo o vereador Mendonça deveria provar um pouco do veneno, já que perdeu a cabeça na última sessão. Caberia já estar com um processo por falta de decoro parlamentar nas costas.  
Como as personagens de O Cortiço, de Aluísio Azevedo, os vereadores da oposição estão sendo sugados pela sede urgente de poder. A prova disso é uma frase dita pelo vereador José Mendonça de que jamais se arrependera do que fez na política, exceto ter votado em Zé do Sertão, que hoje já não é mais seu aliado. Ele não se arrependeu de ter apoiado o governo que sangrou os cofres de Heliópolis e eclodiu na Operação 13 de maio. Pelo visto também não se arrependera do que fez na última sessão e pensa que sairá impune de tudo isso. Está agindo como João Romão e pensa que o povo será sua Bertoleza.

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