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Nossa Senhora de Lourdes - Cidades do Velho Chico 21

Do Sertão ao Centro-Oeste: Jalapão foi só decepção!

Depois de Formosa do Rio Preto, seguimos a BR 135 e entramos na BA 225 até o Posto Fumaça. Percorremos 83 kms de estradas asfaltadas e sem maiores problemas. Depois de almoçarmos, por volta de 13:30 horas seguimos pela BA 225 com destino a Mateiros, no Estado do Tocantins. Até a localidade de Coaceral, 62 kms após o Posto Fumaça, ainda no município de Formosa do Rio Preto, deslizamos sobre o asfalto. A partir dali era barro batido, mas sem ser um problema. A estrada tem em suas margens diversas fazendas de áreas a perder de vista e muitas terras já estavam sendo preparadas para receber a soja, o milho ou o algodão de plantio, afinal era dia 15 do mês de setembro de 2022. Num trecho de uns dez kms, passando pela Pedra da Baliza, a própria rodovia é linha divisória entre Bahia e Tocantins. Cerca de 1km depois dali é o final da BA 225 e o início da BA 458, rodovias do Estado da Bahia, bem como o início da TO 247, do Estado do Tocantins.

Na verdade, a rodovia é mais uma trilha aberta no cerrado. De infraestrutura não há quase nada por aquelas bandas. São trechos e mais trechos cortando o cerrado ou longas distâncias em meio a fazendas do agronegócio. São 12 kms na TO 247 até cruzar o Rio Galhão e seguir pela sua margem direita, enfrentando trechos de puaca e muito banco de areia. Estávamos já bem próximos ao Fervedouro do Galhão, mas não tínhamos tempo para dar a primeira parada no Parque Nacional do Jalapão. Nosso objetivo era chegar a Mateiros e só no dia seguinte conhecer algum fervedouro. Além do mais, já passava das 17 horas e a estrada não estava convidativa. O Mobi era valente, mas já reclamava.

Pouco depois da entrada do Fervedouro, 180 kms distante de Formosa do Rio Preto, encontramos um banco de areia enorme. Então, o Mobi não resistiu e ficamos atolados num mar de areia. O carro ficou sem tração e teria que ser arrastado dali. Foi uma luta sem sucesso, até que apareceu o casal Jonatas Zonta e Daiane Chester. Estavam numa Hilux 4X4 que passou no banco de areia como se fosse uma estrada comum. Pararam e nos deram ajuda. Usamos um pedaço de arame da cerca da fazenda ao lado e arrancamos o Mobi de lá. Jonatas ainda nos indicou uma alternativa de caminho ao lado. Agora parecia que Mateiros estava mais perto que os 15 kms que faltavam. Nossos mais sinceros agradecimentos ao casal simpático de Curitiba, capital do Paraná. Convidei-os a conhecer Heliópolis. Espero que um dia possamos dar risadas dessa aventura num São Pedro da cidade.

Depois da saída de Jonatas e Daiane, seguimos rumo a Mateiros pela trilha ao lado. Não andamos nem 500 metros. Outro enorme banco de areia e mais um atoleiro. Quase uma hora depois conseguimos desatolar o Mobi. Sem água, sem forças, desanimados, olhamos para o relógio e a noite chegou. O que faríamos? Continuar um trecho de 15 kms desconhecidos, pela noite, com bancos de areia, já sem água alguma, num carro sem tração 4X4 ou voltar 180 kms numa estrada já conhecida e seguir para Formosa do Rio Preto?

Ficamos com a segunda opção. O Jalapão ficou para outra data. Retornamos. No primeiro restaurante, já na BA 225, zeramos o estoque de água gelada. Por volta de 22 horas, chegávamos na Pousada Santa Bárbara, em Formosa do Rio Preto, onde pernoitaríamos. No outro dia, seguimos para Barreiras, assunto do nosso próximo episódio.

Professora de Heliópolis tem curso de formação disponibilizado para todo o Estado de Sergipe

Professora Héstia Raíssa (centro), Cíntia e Raquel vão ter curso criado por elas disponibilizado para todo o Estado de Sergipe. (Foto: Ascom/SPM)

Quase sempre vale a pena. Estudar não garante a ninguém sucesso pessoal, mas é o melhor caminho de transformação de uma sociedade. Nascida em Heliópolis, filha da vereadora Ana Dalva e do professor Landisvalth Lima, articulista do portal Contraprosa, Héstia Raíssa Lima Precoma não imaginava que um curso idealizado por ela, auxiliada por duas colegas, pudesse chegar tão longe. Mas nesta quarta-feira (07) o Governo de Sergipe disponibilizou o curso de formação sobre mulheres na ciência para servidores da Educação do Estado.

O objetivo é alimentar o debate nas escolas sobre o trabalho realizado por mulheres na ciência. O Governo de Sergipe, por meio das secretarias de Políticas para as Mulheres (SPM) e da Educação e da Cultura (Seduc) e da Fundação de Apoio à Pesquisa e à Inovação Tecnológica (Fapitec/SE), firmou uma parceria com o Instituto Federal de Sergipe (IFS) para disponibilizar o Curso de Formação sobre Mulheres na Ciência aos trabalhadores da educação básica do Estado.  

Com certificação de 50h, o curso faz parte do projeto 'Divulgação de Mulheres na Ciências' da equipe de professoras do Instituto Federal de Sergipe formada por Héstia Raíssa Lima Precoma, Cintia Teles de Argôlo e Raquel Nominato Araújo. As inscrições podem ser feitas até o dia 13 de março no site do Sispubli-IFS. Os encontros serão presenciais, conforme calendário abaixo, no auditório do Campus IFS/Lagarto.

De acordo com a professora Héstia Lima, o curso tem o objetivo de fomentar discussões e reflexões sobre a trajetória das mulheres na ciência. “Explorando causas sociológicas, históricas e culturais que refletem as assimetrias de gênero na ciência no Brasil e no mundo, possibilitando que os participantes conheçam o contexto histórico-cultural acerca das trajetórias científicas das mulheres no século XXI, visando contribuir para o fortalecimento pessoal, teórico e institucional”, detalha.

Segundo o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), as mulheres constituem 43,7% dos pesquisadores científicos no Brasil. Para a gerente da Diretoria de Inclusão Produtiva da SPM, Jamile da Conceição, é preciso desmistificar a ideologia de que mulheres não tem aptidão para áreas da ciência. “E esse trabalho começa cedo, ainda nas escolas, onde meninas estão desenvolvendo suas escolhas profissionais”, destaca.

“Com esse objetivo e em comemoração ao Dia Mundial das Mulheres e Meninas na Ciência cientista, firmamos uma parceria com o IFS para realizar um ciclo de palestras nas escolas da rede estadual, bem como ofertar cursos rápidos direcionados para mulheres”, complementa Jamile.

Calendário e módulos

Os encontros serão quinzenais e devem ocorrer de 29 de março a 31 de maio, no auditório do IFS/Lagarto. Os módulos serão divididos da seguinte forma:

29/03 - Introdução;

05/04 - A mulher na história;

19/04 - Papéis de gênero e construção de feminilidades e masculinidades em espaços de trabalho;

03/05 - Mulheres na ciência;

17/05 - Projetos de mulheres na ciência – ambiente escolar;

31/05 – Encerramento.