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Poucas & Boas nº 108: De quem é a culpa?

Vereador Igor Leonardo rompe com grupo do prefeito Mendonça. (Foto: Divulgação)

A culpa é do professor

O discurso do governador Jerônimo Rodrigues colocando nas costas dos professores toda a culpa pelo fracasso da educação da Bahia soou como lugar comum. Não é a primeira vez. E não adianta indicar onde estão os problemas. O que se quer é massificar uma ideia, ou várias. Querem disseminar a ignorância, sem se importar com os diplomas e certificados vazios ou artificiais. O que interessa é desconstruir a história. O professor é sempre culpado, o Hamas defende o povo palestino, a Rússia não invadiu a Ucrânia, a Venezuela é uma democracia, Cuba é um país progressista, não houve mensalão e nem mesmo petrolão, Dilma sofreu um golpe e Navalny cometeu suicídio naquela prisão russa. É só repetir até a exaustão! Há sempre alguém que acredita.

A culpa é de Alexandre de Morais

Como é comum, políticos inescrupulosos sempre procuram um culpado para encobrir suas falhas e desconstruir os fatos da história. Bolsonaro escolheu um alvo óbvio: Alexandre de Morais. Até mesmo na elaboração do documento do golpe, a prisão do ministro do STF estava determinada. O que espanta é que não há o menor constrangimento em mentir descaradamente na frente das câmeras, mesmo tendo gravações desdizendo tudo o que o próprio afirmou em dado momento. Nunca a classe política mentiu tanto. Além disso, escolhem alvos para despejar seus torpedos de longas pernas, vitaminados pela disseminação das redes sociais. O alvo em questão é o juiz. Ontem foi Moro, hoje é Alexandre de Morais. Virão outros!

A culpa é das mulheres

Na sessão da Câmara Municipal, iniciando o último semestre legislativo, depois da saída do grupo governista anunciada pelo vereador Igor Leonardo, que revelou algumas verdades, motivou o seu ex-colega de bancada, vereador Giomar, a escolher seu alvo para soltar torpedos de mentiras. As vereadoras Maria da Conceição e Ana Dalva foram as premiadas. Disse o vereador que as famílias das duas administraram no passado, inclusive com suas famílias, a pasta da saúde e não tinham nada a apresentar. Da parte de Maria, o ex-vereador Renilson já foi secretário de saúde e a esposa de Thiago Andrade também, mas daí a dizer que administrou com a família é um pouco demais. No caso de Ana Dalva é ainda pior. Quando foi secretária de saúde, e também em época nenhuma, a família da vereadora participou da administração. Suas filhas trabalham em Lagarto, no Instituto Federal de Educação, e em Barra dos Coqueiros. Seu enteado é funcionário concursado da Universidade Federal de Sergipe. Este articulista todos já sabem que é professor da rede estadual. A única ligação de parentesco de Ana Dalva com um servidor municipal é com uma irmã sua que é professora concursada. A mentira foi grotesca e ele ainda afirmou que fez isso de coração. Já pensou se usasse o cérebro?

A culpa é do gestor

O vereador Igor Leonardo fez nesta segunda-feira, 19 de fevereiro, um discurso histórico. Nem todas as verdades foram ditas, mas o rompimento com o grupo do prefeito Mendonça foi consolidado. A oposição soltou fogos, mas vamos devagar com andor. Não houve rompimento definitivo porque o vereador deixou a porta aberta. E tudo passa pela razão de se confirmar que Igor está certo. Alguém aposta que Mendonça fará uma mea-culpa, organizará sua administração e dará a Igor o que é de Igor? Não vamos aqui detalhar tudo, mas sugiro assistir à sessão totalmente gravada no canal Impacto, de Jorge Souza, no YouTube. Basta clicar A Q U I . Diferentemente de buscar culpados pelo seu fracasso pessoal, Iggor mostra que a atividade política é um trabalho coletivo para melhorar a coletividade. É claro que ele está dizendo que o responsável pelo fracasso do grupo é do prefeito. Foi o mais mortal golpe que Mendonça recebeu.

A culpa é do coração

Diferentemente de seu desligamento do time do prefeito para fazer parte do Independente Futebol Clube, Igor Leonardo não deve ter pensado na questão da apresentação do nome de sua mãe, conhecida popularmente por Dona Minininha, matriarca de 17 filhos, esposa do lendário Chico de Minininha, para nomear uma rua em Heliópolis. O problema é o coração de filho que atrapalha a lógica. O projeto deveria ser uma iniciativa de outro vereador ou, de preferência, que fosse uma indicação coletiva. O reconhecimento de Dona Minininha está muito além do terreno familiar. Vai ser aprovado, menos mal, mas fica um gosto de lugar comum, de coisa corriqueira. O marido, Chico de Minininha, já tem uma rua com o seu nome, por indicação da vereadora Ana Dalva.

A culpa é do acaso

Se a saída de Igor Leonardo for concretizada, ficará difícil sua vida política como candidato. Se no grupo do prefeito ele disputaria a reeleição com vantagem contra Gilmar Guerra e Van da Barreira, no grupo de oposição a coisa se amplia. Não há espaço para que ele seja vice-prefeito, já que a chapa está formada com Thiago e Ildinho. Se resolver ir para reeleição, terá Dé Correia, Marcelo Cigano, Manoel do Tijuco e a filha de Valdelício como parceiros de luta. Quem conhece onde os políticos pisam revela que a oposição fará 5 cadeiras e a situação 4. São dadas como certas as reeleições de Doriedson, Giomar e Claudivan, pelos governistas, e de Ana Dalva, Ivan de Ildinho e Charles de Clóvis, pela oposição. Mas nunca é tarde lembrar que, no final, quem decide mesmo é o povo.

A culpa é do talento

O professor Landisvalth Lima, articulista deste blog, lançará mais um livro este ano em data ainda a ser divulgada. Trata-se de um romance com narrativas que envolvem as cidades de Cícero Dantas, Heliópolis, Fátima e Poço Verde. O título provisório é Doutor Berson, mas certamente haverá mudança.  A novidade este ano é que, embora a capa seja bolada por sua filha Pétala Tâmisa, o desenho da capa será Bolado em Heliópolis. O professor contará com o talento de Raíssa Silva, ex-aluna do 3º ano B do CEJDS de 2023. A menina desponta com uma personalidade fantástica para o desenho e vai longe, muito longe.