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Bom Jesus da Lapa - Cidades do Velho Chico 17

Uma aluna processa uma professora num país doente

O colégio que leva o nome de um dos maiores intelectuais é palco de uma insanidade. (Foto: Yahoo)

Os nomes ainda estão sob sigilo, mas todos já estão sabendo de uma professora de filosofia do colégio estadual Thales de Azevedo, em Salvador, que recebeu uma intimação para comparecer à Delegacia de Repressão a Crimes contra a Criança e Adolescente. Uma aluna apresentou queixa-crime alegando que o conteúdo apresentado em sala de aula “era de esquerda”. A reportagem foi publicada pelo jorna Folha de São Paulo, nesta sexta (19).

Este é fato e não há mais nenhuma barreira para que outros absurdos venham a acontecer. Não vamos mais estranhar que pastores sejam processados por profanar conteúdos bolsonaristas, que padres sejam levados à Justiça por pregar ideias comunistas. Depois disso, poderemos processar o professor de História por dizer que 1964 não houve revolução, mas um golpe. Que tal processarmos o nosso vizinho por ele dizer que o impeachment de Dilma foi um golpe? 

O Governo da Bahia divulgou que está prestando toda assistência jurídica à professora e a APLB afirmou que, infelizmente, “as alegações de que os conteúdos curriculares das ciências humanas são de cunho ‘esquerdista’ e os conteúdos de linguagens são de ‘doutrinação feminista’ têm provocado o enviesamento dos conhecimentos historicamente construídos e dos fenômenos sociais, em silenciamento dos docentes”.

O secretário da Educação, Jerônimo Rodrigues, se reuniu com a professora e a equipe da escola na manhã de ontem e disse à imprensa que “acionou imediatamente a Procuradoria Geral do Estado (PGE), que prestará toda a assistência jurídica à professora e a acompanhará na oitiva” e que “os conteúdos ministrados pela professora em sala de aula estão em consonância com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e o Referencial Curricular do Estado e são acompanhados pela Coordenação Pedagógica da escola”.

Não será possível que esta idiotice siga em frente. A Justiça deverá arquivar o caso, mas os estudantes do colégio realizaram uma manifestação em apoio à professora processada. Nem todos estão loucos nesta história. Agora, o que revela tudo isso? Simples: o país está doente. Pior, a doença chegou ao setor educacional, como um câncer que se espalha por todo o corpo. Os extremos estão matando o Brasil exatamente no momento em que temos toda a liberdade de dizer o que quisermos. Democracia não combina com messianismo ou paixões ideológicas.

A verdade precisa contaminar as pessoas. A ciência, a educação, a arte e outros engenhos precisam tomar espaço em nossas vidas. Precisamos acabar com o ranço do sebastianismo. Em 1964 tivemos um golpe. Dilma teve seu mandato cassado pelo Senado. Não foi golpe. Houve corrupção nos governos do Partido dos Trabalhadores e há corrupção, desmandos, desgoverno e negacionismo no governo Bolsonaro. Você já ouviu algo diferente? Siga em frente! Não é preciso se armar para dizer a verdade. O tempo eternizará o verdadeiro. Hoje, você pode ouvir quase que a totalidade dos alemães dizerem que Hitler promoveu um holocausto e matou mais de 6 milhões de Judeus.  

Sérgio Moro é uma grata surpresa!

Sérgio Moro se mostra como o candidato a liderar uma força tarefa nacional para salvar o país e surpreende os adversários. (Foto: Divulgação)

As entrevistas dadas pelo ex-juiz da Lava Jato ao Conversa com o Bial, na Rede Globo, e ao Papo Antagonista e revista Crusoé foram os grandes fatos da semana. O que disse o ex-ministro vai sendo aos poucos digerido pelos adversários com certa surpresa. Moro não chamou ninguém para o confronto. Desperta a sociedade para a necessidade de unir forças e corrigir os rumos da nação. Esse é o grande lance de sua candidatura. Quem imaginava que ele chegaria para vinganças quebrou a cara.

Sérgio Moro aprendeu rápido a colocar os adversários sem ação. Depois de ter sofrido mentiras deslavadas e agressões de todos os tipos nas redes sociais, era esperado que o candidato viesse armado de argumentos para mostrar as feridas da incoerência dos falsos salvadores da pátria, tão comum na política nacional. Nem mesmo o Ciro Gomes, tido como o mais preparado dos candidatos, até então, foi capaz de reagir com inteligência e contrapor algo que superasse as entrevistas de Moro. O silêncio dos adversários é o sinal de que o ex-juiz surpreendeu. 

Ao invés de apresentar a faca, Sérgio Moro convoca a todos para um programa de salvação nacional, tendo como prioridade imediata a recuperação da economia. Deixou claro que o que importa agora é o país. Foi humilde a ponto de até, em nome desta recuperação do Brasil, abrir mão de seu projeto, desde que haja outro, no mesmo caminho, com melhores condições para combater os extremos. Está claro que o juiz sabe que, vencendo Lula ou Bolsonaro, o Brasil continuará em crise por muito tempo.

Vamos ver como vai agir, por exemplo, Ciro Gomes. Insisto no nome do cearense porque ambos, unidos, formam uma terceira força imbatível, com percentuais em torno dos 20 por cento, suficientes para mandar logo para escanteio um dos extremos, que é Bolsonaro. Mas não sei até que onde vai o medidor de humildade de Ciro, a ponto de ele pedir desculpas e admitir que errou feio ao amplificar o discurso de que o ex-juiz foi parcial na operação Lava Jato.

Fato é que Sérgio Moro traz o discurso da pacificação, da humildade, da necessidade da união das forças políticas sérias para salvar um país. Coloca de lado o discurso do ódio, da vingança e se põe inteiro para o diálogo, mostrando como se faz política voltada para objetivos republicanos de um país sedento de futuro. Pode ser que ouçam essa música harmônica a tempo. Sabemos das dificuldades de se pregar isso numa nação doente de ódio, mas o importante é que ela está aí. As eleições de 2022 já valerão a pena se Sérgio Moro se consolidar como candidato competitivo. É nossa janela de esperança.

SINDFA denuncia e MPF investigará ex-prefeito Sorria

Finalmente foi dada uma resposta das altas autoridades sobre o desgoverno de Manoel Missias, o Sorria, na cidade de Fátima. (Foto: You Tube)

     Finalmente uma boa notícia para o município de Fátima. Apesar da inoperância de algumas das nossas instituições, ao contrário do Ministério Público Estadual, o MPF, o irmão federal, começa a somar as dívidas de Manoel Missias Vieira – o Sorria, e inicia investigação contra o ex-prefeito. As denúncias foram feitas pelo SINDFA – Sindicato dos Servidores Públicos de Fátima e envolvem diversas irregularidades com uso dos recursos da educação.

     Sorria (PP) será investigado pelo Ministério Público Federal por desvios de recursos do Fundeb - Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica. De acordo com o MPF na Bahia, Sorria foi acusado de usar os recursos da educação em contratações sem relação com as obrigações exigidas pelo fundo. Inclusive, a verba era usada para locação de veículos, motoristas, servidores com vínculo precário em período eleitoral, entre outros. Além disso, Manoel Missias descumpriu o pagamento do piso salarial dos funcionários municipais, assim como o reajuste dos concursados.