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Nossa Senhora de Lourdes - Cidades do Velho Chico 21

Pilão Arcado - Cidades do Velho Chico 12

Nesta nova fase da série Cidades do Velho Chico, a primeira providência que tomamos foi começar a continuidade das reportagens Pilão Arcado. Qualquer que fosse nossa nova empreitada, deveria esta cidade ser o ponto de partida. Isso tudo porque ficou um ar de missão não terminada quando retratamos Remanso, Casa Novo, Sento Sé e Sobradinho, todos nas margens do maior lago do Velho Chico. Nossa viagem começou em Heliópolis no primeiro dia de 2024. O destino final daquele dia seria Pilão Arcado. Já em Remanso, seguimos a 235 e, logo depois, marchamos pela BA 161. As rodovias estavam em perfeitas condições. 

Mas minha chegada a Pilão Arcado foi marcada por uma tragédia. Antes mesmo de providenciar uma pousada, fui ao povoado Porto de Passagem, uma vila de pescadores no lago de Sobradinho. No retorno, fui verificar as condições da BA 335 – que liga Pilão Arcado ao povoado de Lagoa do Padre, além de me informar sobre a possibilidade de ir até Vila do Saldanha. As informações colhidas eram animadoras para seguir caminho pela 335. Até mesmo os motoristas de camionete e os motoristas de carros-pipas me aconselharam a abandonar a ideia de ir ao Saldanha. Tinha chovido muito na região e as estradas não estavam convidativas. Decidido o caminho para a Lagoa dos Padres, voltei à cidade. Quando cheguei no cruzamento da 335 com a 161, já na zona urbana, vi uma cena bizarra e trágica. Um homem tentava provavelmente ultrapassar um caminhão-pipa pelo acostamento quando perdeu o equilíbrio em sua motocicleta, bateu na carroceria e foi cair debaixo da carroceria. O motorista não percebeu nada e até estava bem devagar porque tinha passado num quebra-molas e ainda acenava para alguém que estava numa casa ao lado da rodovia, ao mesmo tempo em que as rodas do caminhão esmagavam a cabeça da criatura.

A notícia saiu na G1 Bahia e só aí é que soube do nome da vítima. Tratava-se de Jackson Gomes do Rego e morreu na hora, embora estivesse de capacete. O motorista do caminhão parou o veículo ainda sem saber direito o que havia acontecido. Foi aí que se deu conta da tragédia. Tentou socorrer, mas viu que nada mais poderia ser feito. Só teve tempo de dizer: “Vocês viram que eu não tive culpa!”. Entrou no caminhão e seguiu para Passagem. Não demorou muito para chegar gente ao local, mas eu só saí de lá quando a Polícia Militar chegou. E a cena não me saiu mais da cabeça. Um homem comum perdeu a vida numa cena bizarra de desequilíbrio, eivada de puro azar. Talvez seja até argumento para o ditado popular que afirma ter todos nós um destino traçado até chegar a nossa hora e a nossa vez. Que Jackson esteja num bom lugar. Espero.

Mas esta não é uma reportagem de tragédias. Estamos aqui para contar a história de Pilão Arcado. Para isso, fui conversar com moradores, depois de garantir um lugar na Pousada Avenida, na sequência da BA 161, na via que segue para Porto de Passagem. A impressão que Pilão Arcado nos deu foi de uma cidade bem cuidada, com tudo que um município precisa. Mas o nome da cidade fica martelando na nossa cabeça e é bem simples sua origem. Evidentemente tudo começa com os índios das tribos mocoazes e acoroazes. Os primeiros brancos chegaram pelo São Francisco e logo descobriram uma aldeia que ficava situada na atual Fazenda Gado Bravo. A primeira estrada foi construída em direção ao porto principal de pescaria. No local esqueceram um gigante pilão, utilizado para pilar o sal de uso no pescado. O “arcado” pode estar relacionado ao formato do pilão ou ao formato da curva que fazia o rio no local. 

Certo é que o nome de Pilão Arcado vem de centenas de anos, sempre antecedido da palavra pescaria. O governador geral do Brasil, com sede em Salvador, na época era vice-rei, D. João de Lencastre, deu o status de Arraial Pescaria de Pilão Arcado, no início do século 18, já que governou o Brasil entre 1694 a 1702. Tal ato permitiu a citação em mapas e o local passou a ser destino ou passagem das rotas do São Francisco. Chegaram pessoa de vários lugares, principalmente atraídas pela possibilidade de encontrar pedras preciosas, combater índios rebeldes ou para criatório de gado. Três nomes aparecem constantemente nos relatórios de pesquisas: França, Bernardo e Antônio, todos membros da família Guerreiro e católicos seguidores de Santo Antônio. Daí logo se segue a construção da Capela de Santo Antônio, o que fez surgir o segundo nome após virar freguesia de Santo Antônio de Pilão Arcado, instituído por Carta Régia datada de 18 de janeiro de 1771. Dez anos depois, a capela construída foi tragada pelas águas do Velho Chico, numa enchente avassaladora. Ergueram uma nova capela, desta feita dedicada à Nossa Senhora do Livramento.

Fato que merece importância é uma guerra particular entre famílias. De 1800 a 1808, a família guerreiro sustentou renhida e sangrenta luta com a família do Comendador Militão Plácido de França, que resultou a expulsão dos guerreiros. Mesmo com tanto derramamento de sangue, a região era importante e estratégica para as autoridades. Logo após o fim dos embates entre as famílias, em 1810, o arraial foi elevado à categoria de Vila, criando então o município de Pilão Arcado, passando então a Comarca do Sertão de Pernambuco, com Alvará Régio datado de 15 de janeiro daquele ano. Vale lembrar que toda a região oeste da Bahia, além do São Francisco, pertencia à província de Pernambuco. Essa situação durou até a Confederação do Equador, em 1824, quando Pedro I resolveu transferir a Comarca do São Francisco para a Bahia.  

Quarenta e sete anos depois, a Resolução Provincial nº. 650, de 14 de abril de 1857, transferiu a sede da Vila para o Município de Nossa Senhora do Remanso de Pilão Arcado, e extinguiu o Município de Pilão Arcado.  Em 1872, a Resolução Provincial nº. 1797, de 21 de abril, transferiu para a Vila de Remanso a sede da Freguesia de Santo Antônio de Pilão Arcado, sendo Vigário o Padre Bernardino Nunes de Almeida, ficando a Igreja rebaixada à categoria de Capela e Pilão Arcado virou simples distrito de Remanso. Foram precisos mais 17 anos para Pilão Arcado ganhar autonomia mais uma vez. Por força da Lei nº. 2.696, de 22 de julho de 1889, foi restaurada a freguesia com o antigo nome de Santo Antônio de Pilão Arcado. No ano seguinte, o arraial foi novamente elevado à categoria de Vila pelo Ato Estadual de 31 de outubro de 1890, que restaurou o município com o território desmembrado de Remanso. Sua reinstalação ocorreu em 30 de dezembro de 1890, em plena era republicana. 

O povo hoje de Pilão Arcado, movido pelo paz, já passou por muitos atos de violência. Em 1918, por exemplo, o Coronel Franklin Lins de Albuquerque entrou em desavença contra Antônio Joaquim Correia. Dizem que o coronel venceu, mas a cidade ficou com fama de violenta. Eram brigas políticas entre os grandes coronéis da época. Um ano depois, segundo artigo de André Luís Machado Galvão – da UEFS – Universidade Estadual de Feira de Santana, nasce em Pilão Arcado Wilson Mascarenhas Lins de Albuquerque, jornalista, escritor e político. Filho mais novo do Coronel Franklin. Virou escritor com o livro Zaratustra Me Contou (1939). Seu livro de maior sucesso foi Os Cabras do Coronel (1964), certamente inspirado no mundo de Pilão Arcado. Wilson Lins foi deputado por várias legislaturas e secretário de Estado. Tornou-se membro da Academia de Letras da Bahia em 1967 e, como jornalista, esteve em várias redações, além de ser diretor de O Imparcial, jornal comprado pelo seu pai. Segundo artigo de Laís Mônica Reis Ferreira, estabelecendo uma relação entre o Integralismo e a imprensa baiana, em abril de 1941, a empresa Companhia Editora Mercantil da Bahia S/A efetuou a venda de O Imparcial ao Cel. Franklin Lins Albuquerque. Este entregou a direção e redação aos seus filhos, Franklin Lins de Albuquerque Junior e Wilson Lins. O domínio do coronel estava muito além de Pilão Arcado e Remanso. Exercia sua liderança por toda a vasta região do Médio São Francisco, devido à forte influência que exercia sobre outros chefes políticos de menor envergadura. Outro filho seu, Teódulo Lins de Albuquerque, que também nasceu em Pilão Arcado, em de 16 de junho de 1914, formou-se em medicina em Salvador no ano de 1939. Foi inspetor federal de educação e chegou a representar a Bahia como deputado federal na Assembleia Nacional Constituinte em 1946.  

Como sabemos, o território de Pilão Arcado é vastíssimo. Em divisão territorial datada 2015, o município é constituído de 4 distritos: Pilão Arcado (sede), Baluarte, Brejo da Serra e Saldanha. Além disso, são incontáveis os povoados que possuem estrutura semelhante ou até superior aos distritos do interior. As distâncias dentro do território são imensas. São exatamente uma área total de 11.597,923 km², pouco mais da metade de toda área do estado de Sergipe. Para se ter uma ideia mais clara, de Pilão Arcado ao povoado de Nova Holanda são percorridos 150 kms, com apenas 60 kms asfaltados e uma BR 020 em estado lamentável no caminho. A população de Pilão Arcado chegou aos 35.357 habitantes, censo de 2022. Num vasto território deste, a densidade populacional é muito baixa. São apenas pouco mais de 3 pessoas por km². O município faz limites com Remanso, Buritirama, Campo Alegre de Lourdes, Sento Sé, Xique-Xique e Barra – na Bahia; Guaribas, Morro Cabeça no Tempo e Avelino Lopes – Piauí. A distância para Salvador é de 785 kms.

O município tem uma diversidade de culturas agrícolas por habitar vários rios, riachos e lagoas. Várias localidades têm nomes começados pela palavra brejo. A agricultura é desenvolvida na produção de feijão, milho, mandioca, arroz, algodão, mamona, gergelim, batatas e outros produtos. A pecuária sendo importante, inclusive Pilão Arcado exporta gado para Juazeiro e Petrolina. Também há muita fartura na pesca, se não compararmos com tempos de outrora. Há muita produção artesanal de aguardentes de cana-de-açúcar, rapadura, farinha de mandioca, manteiga e requeijão.

Pilão Arcado é uma cidade jovem e planejada. Foi construída até 1978, quando recebeu os moradores de Pilão Velho, localizada no lago de Sobradinho, distante 24 km. Hoje, a antiga cidade é uma ilha de pouco mais de 300 metros, com pouquíssimos moradores e diversas ruínas. Lá só se vai de barco, mas ainda atrai muitos turistas, principalmente quando o lago tem baixa no nível de água.  

Passagem

Logo que chegamos a Pilão Arcado, visitamos o povoado Porto da Passagem. Fica na sequência da BA 161, que é a BA 752 e está localizado a exatos 11 kms da sede do município. Passagem está situado num dos braços do São Francisco e é uma vila de pescadores muito frequentada nos finais de semana por moradores de Pilão Arcado e região. Dezenas de barcos coloridos se aglomeram entre a terra, a água e a vegetação, criando um cenário de grande beleza, especialmente em finais de tarde ensolarados. É possível negociar com barqueiros a travessia para o município de Sento Sé, que fica no lado oposto, ou para localidades de Pilão Arcado onde há dificuldades para se chegar de carro, ou até seguir para Xique-Xique. É possível até transportar carros. Os barqueiros garantem que não há nenhum problema, embora todos saibam que o Titanic também era seguro.

Lagoa do Padre

No dia 2 de janeiro seguimos com destino ao povoado Lagoa do Padre. No caminho paramos em duas localidades: Campo Grande, que apresenta boa estrutura e o povoado Casa Verde. Mas interessante foi descobrir a história do povoado Lagoa do Padre. Dizem que os primeiros moradores vieram de Pernambuco em 1875 e o primeiro nome dado foi Lagoa das Garças. Com a chegada de um grupo de padres para trabalhar na cana-de-açúcar, passaram a viver num casarão. Com eles vieram as duas primeiras famílias: Ramos e Ferraz. Com a chegada de uma imagem de Santo Antônio, começam as festas religiosas do santo. Mais tarde é incorporada a festa de Santa Luzia, em dezembro. Além disso, os padres organizavam novenas no mês de julho. Com a movimentação sempre crescente, chegam comerciantes do Piauí e se instalam no local. Logo surge uma feira no povoado, após a chegada da estrada. Hoje, a BA 335 está completamente asfaltada até o povoado. O nome Lagoa do Padre veio provavelmente após o assassinato de um padre ocorrido. Hoje, o povoado tem mais de 100 famílias morando na sede. O que ajudou o povo a permanecer no local foi uma pequena barragem construída na Vereda Pimenteira, uma espécie de rio temporário e largo, que permite formação de inúmeras lagoas. Para se ter uma ideia, saímos de Lagoa do Padre e a vereda segue a estrada até o povoado de Mandarino, encontro da 335 com a BR 020. Da Lagoa do Padre até Mandarino são 60 kms e a vereada segue além por mais uns 10 kms.

Nova Holanda

Depois de sofremos horrores na BR 020, desde Mandarino, chegamos a Nova Holanda. Povoado que cresce rapidamente, apesar das condições das estradas. É mais fácil ir para o Piauí ou para Campo Alegre de Lourdes que chegar a Pilão Arcado ou Buritirama. Por volta de 13 horas chegamos ao povoado e, por sorte, encontramos a Pousada e Restaurante da Rejane. Comida boa e barata, com direito a uma verdade: “Se não fosse eu, vocês só comeriam em Buritirama.”, disse a empreendedora. Ela sabe que quando o asfalto chegar os negócios vão melhorar. Entretanto, não bota muita fé. “Já falam deste asfalto há 30 anos!”.

Sobre Nova Holanda, é possível dizer que é mais um povoado de Pilão Arcado que surge com a chegada de pessoas para explorar a atividade agrícola e o criatório de gado. Mas o crescimento veio mesmo após a abertura da BR 020. Sua localização e distância de Pilão Arcado também contribuem para o seu crescimento. Já é visto como o maior dos povoados de Pilão Arcado, embora faltem números para confirmar esta afirmação. O local ficou famoso por ser cenário da produção cinematográfica do filme Meteoro (2007), película  elaborada por Brasil, Porto Rico e Venezuela. Recentemente, há uma onda emancipacionista que já conta até com bandeira do futuro município.

Cansanção - Um Lugar no Sertão - episódio 9

Pouco mais de 40 kms separam as cidades de Itiúba e Cansanção. A via de ligação entre as duas cidades é a BA 381, em bom estado. Logo depois do distrito de Rômulo Campos, precisamente no açude Jacurici, começa o território de Cansanção. A cidade fica logo após percorrermos 25 kms. Além da BA 381, que liga o município a Itiúba e Quijingue, há ainda a BA 120, destino para as cidades de Queimadas e Monte Santo. A única via sem asfalto é a ligação com Quijingue.

Neste episódio da série Um Lugar no Sertão mostraremos um pouco de Cansanção. Iniciaremos pela sua história. A localidade surgiu, como tantas outras, na segunda metade do século XIX. Por aqui chegou um fazendeiro chamado Luiz Buraqueira e fez destas terras sua morada. A área pertencia ao município de Monte Santo. Buraqueira logo transformou o local em uma fazenda produtiva. Plantou milho, feijão, cultivou a mandioca e criou gado. Com a fazenda organizada numa região fértil e cortada por riachos, batizou-a com o nome Cansanção porque havia esta planta em abundância, que causa irritação na pele.   

Documentos indicam que no ano de 1896 já existiam oito famílias morando no lugar. Sabe-se disse porque o local foi pouso das tropas federais que, vindas de trem até Queimadas, destinavam-se a Monte Santo, onde foi instalado o Quartel General de combate aos seguidores de Antônio Conselheiro, em Canudos. A partir daí, a localidade se desenvolveu e, em 1919, contava com 25 famílias. Neste mesmo ano é construída uma capela dedicada à Senhora Santana, padroeira de Cansanção. Em 30 de julho de 1919, a Lei Estadual 1332 cria o distrito de Cansanção, subordinado ao município de Monte Santo.

Depois de 33 anos, em 28 de novembro de 1952, Cansanção é desmembrado de Monte Santo através da Lei Estadual nº 504. Entretanto, o município não demora muito tempo. Em acórdão do STF, de 27 de dezembro de 1954, a criação do município é anulada e seu território volta a fazer parte de Monte Santo. Quase quatro anos depois, em 12 de agosto de 1958, Lei Estadual nº 1018 faz renascer o município de Cansanção, definitivamente instalado em 07 de abril de 1959.

A sede do município está instalada numa altitude de 400 metros e fica distante de Salvador por cerca de 347 km. A área total do município é de 1.351,891 km², abrigando uma população de 39.475 habitantes, numa densidade de 29,2 pessoas por km². Cansanção tem limites com Monte Santo, Araci, Nordestina, Queimadas, Santaluz, Quijingue e Itiúba. De acordo com a divisão regional vigente desde 2017, instituída pelo IBGE, o município pertence às Regiões Geográficas Intermediária de Paulo Afonso e Imediata de Euclides da Cunha. Seu território de identificação é região do Território do Sisal, área econômica e cultural no semiárido baiano, composta por 20 municípios, com população total em torno dos 600 mil habitantes.Além do seu povo alegre e hospitaleiro, a paisagem é formada por montanhas e vales, cortados por rios e córregos, com solos que sustentam a vegetação nativa da Caatinga. Os rios e riachos que correm em seu solo são Gato, Monteiro, Gangorra, Negro, São Miguel, Pedrinhas, Baixa da Umidade, Carimatãs e Quixaba. Além disso, há dois rios principais que correm quase sempre o ano todo: o Cariacá e o Jacurici, além do Itapicuru, localizado no limite sul do município, principal rio da região. Cansanção fica no polígono das secas, tem um clima muito quente e seco, com uma temperatura média anual de 23,6 ºC e chuvas de cerca de 477 mm por ano, concentradas principalmente entre março e maio.

Na BA 381, em direção a Quijingue, há três povoações importantes no município de Cansanção: Laje da Gameleira (um pouco afastado da estrada), o povoado Angico (no mapa está escrito Sítio das Flores) e o simpático povoado de nome curioso -  Deixaí, localizado numa região belíssima e com uma estrutura razoável, embora ainda necessite de inúmeras intervenções dos órgãos públicos para dar melhor qualidade de vida aos seus moradores.