Tiroteio intenso e duas mortes nesta madrugada em Heliópolis
A casa ficou cravada de balas, revelando o intenso tiroteio. (Foto: WhatsApp) |
Tudo começa com uma denúncia anônima. Policias da Cipe Nordeste foram até o local apurar e não tiveram nem mesmo tempo para chegar de fato ao local. Foram recebidos a bala de grosso calibre e tiveram que responder. Na denúncia formulada, falavam em cinco pessoas no local. O tiroteio começou por volta de pouco mais de 01:00 hora da manhã deste dia 30 de abril, e somente ao amanhecer é que os policiais tiveram como armar estratégia de findar com a missão.
Ao perceber que os tiros cessaram, os policiais constataram que dois meliantes estavam baleados. Provavelmente os outros três fugiram durante a madrugada. Levaram então os feridos para o hospital em Cícero Dantas, mas ambos já apresentavam sinais de fim de vida. A polícia técnica entrou em campo para identificar os bandidos, mas um deles, com as fotos circulando nas redes sociais, foi identificado como José Milton, oriundo da região do Candeal, suspeito de ser o autor de vários crimes na região. O outro morto, tudo indica, é um provável morador de um povoado em Tobias Barreto, também já com ficha na polícia. Mas a polícia ainda não confirmou as suspeitas.
Os policias fizeram o relato de praxe ao escrivão da Delegacia de Polícia de Heliópolis, Wellington Santos, que afirmou não poder dar mais informações para não prejudicar as investigações. Disse apenas que foram encontrados com os bandidos um revolver calibre 38, uma escopeta calibre 12, coletes a prova de balas e brucutus. Quem chega ao local, vê que foram poucas as paredes da casa que não aparecem buracos de balas. Os bandidos chegaram a abrir um buraco na parede para atirar nos policias.
Colégio Estadual entregará cartões do Bolsa Presença
Cartões do Bolsa Presença serão entregues no CEJDS. |
O programa Bolsa Presença foi criado pelo Governo do Estado da Bahia para tentar atenuar os efeitos da pandemia sobre as famílias dos alunos mais carentes. No Colégio Estadual foram selecionados 255 beneficiados do programa, referente aos que fazem parte do universo familiar daqueles que recebem de 87 a 178 reais, o que caracteriza o nível de baixa renda. Um detalhe que não deve ser esquecido é que só a mãe poderá retirar o cartão. O valor do benefício é de 150 reais e será distribuído apenas 1 único cartão por família.
Sessão da Câmara mostra governo municipal desarticulado
No primeiro embate do ano, governo municipal parece desarticulado na Câmara. (Imagem: You Tube) |
Para início de conversa, dois vereadores governistas não compareceram. Isto já seria fato suficiente para que o vereador Claudivan Alves não colocasse nenhum propositura de interesse do prefeito. A oposição formava maioria. Não fosse o eterno desejo do vereador Valdelício Gama de ser eternamente governo, José Mendonça Dantas teria cravado no currículo sua primeira derrota na casa. E tudo isso sem a mínima necessidade, apenas por capricho ou desorganização dos que estão temporariamente na condição de governo.
O imbróglio todo girou em torno de um projeto de lei que cria a nova composição do Cacs/Fundeb, que é o Conselho de Acompanhamento e Controle Social do Fundeb, um colegiado que tem como função principal acompanhar e controlar a distribuição, a transferência e a aplicação dos recursos do Fundo, no âmbito das esfera municipal. Ana Dalva, Maria da Conceição e Van da Barreira votaram a favor nas reuniões das comissões permanentes, desde que o prefeito trocasse duas entidades que não existem no município: escolas de campo e escolas quilombolas. Poderiam ser substituídas por escolas da zona rural e escolas da zona urbana, por exemplo.
O vereador Iggor Leonardo, que inclusive é professor, fechou o olhos para o erro do governo e queria a aprovação integral do texto, alegando que na lei federal havia a expressão “quando houver”, ausente no texto do projeto do município. Ana Dalva questionou lembrando que teríamos que trabalhar com a realidade existente no município e pediu para corrigir o texto ou votaria contra. Iggor insistiu. Seria 4 a 2, não tivesse no meio do caminho um Valdelício. Resultado: 3 a 3, com votos favoráveis de Iggor Leonardo, Raul de Ioiô e Valdelício. Votaram contra: Ana Dalva, Maria de Renilson e Van da Barreira. O presidente da casa colocou em prática o seu voto de minerva e fechou o placar em 4 a 3, salvando o governo municipal. O projeto ainda passará por outras duas votações.
A sessão de ontem provou que o governo não terá vida fácil se tentar empurrar ilegalidades ou absurdos, mas não haverá problemas se os projetos beneficiarem o município. Também provou que Valdelício Gama está para o governo assim como cachaça está para alambique. Isso deixa a oposição com um a menos. Além disso, prova que não há organização no grupo encastelado no poder, além da absoluta incoerência. Iggor Leonardo esbravejou que o projeto em questão não podia ser diferente daquele aprovado pelo Congresso Nacional, Lei 14.113/2020, mas não explicou porque foi tirado o item que fala da indicação das escolas indígenas. Por fim, para quem não sabe, o projeto em discussão deveria estar aprovado desde o dia 31 de março.
Iggor e Mendonça: o que há de comum nas duas administrações?
Apesar do uso do mesmo processo para se elegerem, há diferenças no modo de uso dos recursos públicos. (Foto/montagem: Contraprosa) |
A bem da verdade, as duas administrações têm caracteres em comum. Ambos os prefeitos eleitos tiveram seus financiadores de campanha, empresários ricos que querem, com o carimbo do poder público, ficar ainda mais ricos. Para tanto, promoveram nítida compra de votos. A coisa foi tão escandalosa, tão a olho nu, que chega a ser um absurdo todos enxergarem, mas ninguém denunciar. Na verdade, é um grande negócio e muitos não querem abolir. Afinal, quem paga mesmo é o município, ou melhor, todos nós que ficamos sem os serviços que poderiam ser proporcionados pela grana desviada.
Mas, no estudo que estamos fazendo, já há pelo menos uma coisa que diferencia a administração do prefeito José Mendonça, em Heliópolis, da de Iggor Oliveira, em Poço Verde. No dia 9 de fevereiro, a prefeitura de Heliópolis contratou uma empresa para fornecer veículos diversos, com motoristas, para atender demanda na secretaria de saúde. O valor do contrato, para apenas três meses, é de pouco mais de 251 mil reais. Se levarmos em conta que um automóvel com motorista, em nossa região, tem custo médio de 5 mil reais mensais, dá para alugar cerca de 17 carros. Curioso é que a lista com os veículos jamais apareceu, embora não seja esse o objeto desta reportagem.
Em Poço Verde, com valores bem próximos, o prefeito adquiriu 5 veículos para atender a secretaria de saúde. Estes veículos, se bem cuidados, durarão tranquilamente 5 anos. Os gastos com manutenção, condutores e outros serviços devem compensar largamente os valores de locação por todo este período. Está claro que Iggor Oliveira aplicou melhor os recursos da sua municipalidade, mas o que justifica então o uso tão diferente dos recursos, se são tão parecidos no modo de fazer política?
Um dos motivos da aplicação diferente dos recursos está numa entidade chamada Ministério Público Estadual. O MP de Sergipe é mais atuante e pega mais nos pés dos prefeitos. Heliópolis depende da atuação do MP de Cícero Dantas. Não sei como os procuradores atuais estão agindo em nossa região e nem posso emitir, por enquanto, juízo de valor. Entretanto, não me sai da cabeça uma audiência que tive certa vez, quando respondi a processo sobre denúncias que fiz aqui neste portal. Lá, vi um promotor implorando para que eu pedisse desculpas por ter divulgado uma série de desvios de um prefeito. Sim, o promotor atuava a favor do prefeito, exatamente como Augusto Aras faz com o presidente.
Também não me sai da cabeça a atuação da vereadora Ana Dalva contra a administração Walter Rosário. Todas as denúncias feitas no MP baiano foram arquivadas. Quase todas feitas no MP Federal foram apuradas e contribuíram para a realização da Operação 13 de Maio, embora os efeitos só ficaram visíveis depois que o prefeito já não estava mais no cargo. Ou seja, criticamos muito os políticos, mas boa parte das desgraças deste país ocorrem por falta da atuação dos órgãos de fiscalização. Afinal, quando o fiscalizador ou protetor não estão atuando, as raposas invadem o galinheiro. E isso Mendonça sabe como é.