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Nossa Senhora de Lourdes - Cidades do Velho Chico 21

Os políticos que só geram nojo e asco!

A política centrada na preocupação da renovação dos mandatos faz da nossa classe política uma geração insensível, produtora de caos e mortandade. (Foto: Instituto Ethos)

Sinto um nojo enorme da maioria dos políticos brasileiros. Os poucos que ainda nos trazem alguma esperança nada podem fazer por enquanto. Enquanto escrevia este artigo, mais de 110 pessoas estavam na geladeira de corpos do IML de Petrópolis, cidade serrana do Rio de Janeiro. Morreram vítimas da fúria da natureza? Mentira! Foram mortos pela negligência, pelo oportunismo, pela incapacidade, pelo modus operandi desta política podre que se pratica neste país de abandonados e iludidos. Somados aos outros mortos pelas águas que caíram em outros estados do Brasil nestes tempos, já se pode dizer que é uma tragédia que jamais aconteceria num país que leva a sério políticas públicas.

As mortes aconteceram e não por falta de tecnologia, mão de obra qualificada ou falta de recursos. No caso de Petrópolis, mais de 300 milhões estavam reservados, no ano passado, para correção de encostas e retirada de pessoas em áreas de riscos. Foram gastos apenas 41 por cento do montante orçamentário. A última tragédia foi em 2011. Se todo o dinheiro reservado fosse aplicado nestes 11 anos, é provável que as pessoas, hoje na geladeira do IML, estivessem todas vivas. Será que os quase 5 bilhões do orçamento para as eleições de 2022 receberão o mesmo tratamento? E os 16 bilhões do orçamento secreto? Será que só gastarão metade?

O que faltou a Petrópolis está sendo gasto com o cartão corporativo da Presidência da República em viagens da família do presidente, em despesas para ex-presidentes e em outras regalias para ministros e secretários. Talvez justifiquem que estes gastos são necessários e estão dentro da lei. Devem até dizer são gastos que podem acabar com a 3ª Guerra Mundial. Os brasileiros? Bem, são apenas brasileiros! Há quem afirme que, se estivessem vivos, talvez fossem eleitores destes que este artigo critica. Então, a dor é ainda maior porque prova que somos um povo bom que não recebe a devida retribuição dos seus políticos eleitos.

Por isso o nojo! Por isso o asco! Governos, prefeitos, presidente, deputados, senadores estão todos preocupados em cuidar dos seus umbigos, em sua ampla maioria. Vivem a mentir quando dizem se preocupar com o povo brasileiro, quando dizem que vão resolver isso e aquilo. Até inimigos declarados se unem para garantir a vitória. Estão pouco se importando com os mortos das enchentes ou secas, com os famintos moradores de rua ou desempregados do país, muito menos com aqueles que lotam hospitais agarrados a fios de esperanças de vida. Mesmo quando aprovam determinado programa para aplacar a fome, o viés é sempre eleitoral. É uma espécie de “Tome, fique vivo e vote em mim!”. É revoltante e nojento!

Depois de provada a inocência dos procuradores, quem vai devolver a cadeia aos corruptos?

Procuradores de Curitiba prestaram enorme serviço de relevância ao país, desvendando esquemas de corrupção endêmica no poder público. Como prêmio, foram processados. (Foto: Conjur) 

Não houve festa em Brasília! Ninguém do alto escalão do governo comemorou, nem o Centrão, nem a esquerda, nem os ditos garantistas e muito menos algum advogado do grupo Prerrogativas. Silêncio absoluto e total, denunciando a completa falta de vergonha dos que controlam a nossa República. Confesso que queria escrever este artigo no mesmo dia, no mesmo momento em que li a notícia no portal O Antagonista, mas me contive. Queria ver como a notícia repercutia entre aqueles que armaram o circo contra Sérgio Moro e os procuradores da Operação Lava Jato. A resposta foi o completo silêncio dos arquitetos. 

Para se entender direito a questão, o presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Humberto Martins, arquivou aquele processo contra procuradores que atuaram na hoje extinta força-tarefa da Operação Lava Jato. O ministro, exatamente ele mesmo, o Humberto Costa, considerou em sua decisão que não restou comprovada a existência de “indícios de autoria e de materialidade” de condutas criminosas pelos investigados. Curioso é que o inquérito foi aberto pelo próprio Martins para apurar denúncias de que ministros da Corte estariam sendo investigados ilegalmente pela Lava Jato. O presidente do STJ instaurou inquérito em fevereiro de 2021 para apurar a suposta tentativa de intimidação e investigação ilegal de ministros da Corte, bem como de violação da independência jurisdicional dos magistrados.

Apesar de todos aqueles que possuem bom senso dizer que não havia nada de errado com os procuradores e com o ex-juiz da Lava Jato, este inquérito foi usado por meio mundo de analista da imprensa, adoradores da esquerda, advogados e até ministros do STF para justificar o processo de suspeição do Juiz Sérgio Moro e também como base para anular os processos contra Lula. Não há dúvida da veracidade dos atos dos procuradores. No despacho, o Humberto Martins afirmou, na segunda-feira (14/2), em despacho sigiloso, que “foram expedidos inúmeros ofícios a diversas instituições públicas com o objetivo de coleta de indícios de prática delitiva, porém, não se verificou indício de autoria e materialidade de eventuais crimes”. Entre os procuradores investigados no inquérito estavam Deltan Dallagnol, Luiza Frischeisen, Eduardo Pelella, Januário Paludo, Orlando Martello Júnior e Diogo Castor de Mattos. Supostas mensagens entre eles e o juiz Sérgio Moro foram hackeadas e viraram o escândalo artificial da "Vaza Jato". 

E agora? Onde estão os acusadores? Quem vai devolver a dignidade as estes então servidores públicos? Será que precisaremos sujar a vida de tanta gente para salvar ladrões julgados e apenados, sob o pretexto de criar uma polarização política artificial? E cabe uma última pergunta, se não havia delito dos procuradores, quem vai agora recolocar Lula, José Dirceu e tantos outros companheiros de volta na cadeia? E os 14 bilhões recuperados da corrupção, vão devolver aos corruptos?

Caminhamos rumo a uma guerra civil ou Venezuela?

A polarização que devora o Brasil é a sala de espera de uma guerra civil ou de cairmos na situação em que vive a Venezuela. (foto: Mundo em transe)

Nunca jamais imaginei que chegaríamos ao ponto em que nos encontramos. Quando beirava os 13 anos de idade, meu tio Arivaldo, o único intelectual da família naquela época, dizia sempre ao pé do meu ouvido que não esperasse por político algum, muito menos por ninguém. “Faça sua própria trajetória de vida. Se encontrar pelo caminho ajuda, aproveite. Entretanto, não espere por ela. Siga sempre em frente.” Embora tenha colocado entre aspas, não sei se ele usou exatamente estas palavras, mas o sentido foi esse. Se tivesse vivo hoje, tio “Vardu”, como era carinhosamente tratado por nós todos, talvez completasse o seu pensamento dizendo que a ideia só valeria se atravessássemos uma época de relativa normalidade. Está claro que nada disso valeria na era caótica atual, neste Brasil bélico em que vivemos.

Não se pode realizar sonhos numa sociedade em constante conflito, que ocorre entre os filhos deste solo, e a mãe gentil nada pode fazer. Ela depende da força e da inteligência dos seus rebentos para poder dar de volta a eles o berço esplêndido prometido. Voltando ao meu tio, como posso organizar uma trajetória de vida num mundo tão incerto? Pior é que só nós podemos perder. Isso aqui não é uma briga entre famílias nobres, como aconteceu na eclosão da 1ª Guerra Mundial. Lá, os parentes em guerra pertenciam a nações diferentes. A consequência foi a ruína de vários impérios e a transformação do mapa da Europa.

E nós já estamos em guerra? Não, mas falta pouco para uma guerra civil. Por enquanto, estamos na sala de espera. Falta uma porta. Já não cumprimos as leis rasgando a Constituição todos os dias. Policiais invadem casas sem Mandato Judicial; florestas são devastadas pelo fogo, sem que os órgãos competentes fiscalizem; negros pobres são usados pelo tráfico e acabam morrendo pelas armas dos negros remediados da política; pessoas são espancadas até a morte ao olhar de câmeras de vigilância, enquanto guardas fingem que não veem; autoridades com licença para processar políticos não veem crimes, mesmo que estejam explícitos em imagens inconfundíveis; parte considerável do nosso orçamento é destinada ao uso indevido por deputados do Centrão, com o nítido objetivo do uso político e enriquecimento ilícito, sempre aos olhos das autoridades da mais alta corte do país; ladrões cibernéticos roubam mensagens que são usadas por um ministro da corte para decretar a suspeição de um juiz, só porque este condenou políticos por corrupção, enquanto usa o tradicional “garantismo” para soltar envolvidos diversos em corrupção....

Só mais um pouco, por favor! Aquele desempregado que roubou o galo de raça do vizinho para comer, e ficou 5 anos preso por isso, levanta hoje a bandeira do Partido dos Trabalhadores jurando ser Lula inocente de tudo. Os ex todo poderoso ministro do governo Lula, de codinome Italiano na planilha da Odebrecht, fez deleção premiada e está com todos os seus bens indisponíveis. Entretanto, seu líder maior teve seus processos arquivados e vai até disputar a Presidência da República. Também vale dizer que “rachadinha” não é mais crime e superfaturamento de obras não leva ninguém para a cadeia, a não ser que seja provada a “intenção”. Não é a última, mas já está de bom tamanho: o presidente da Câmara dos deputados arranca uma propositura de uma comissão, coloca-a no mesmo dia em Plenário e a Câmara aprova em tempo recorde. Antes de pensar em eficiência, a medida aprovada o beneficiará num processo por corrupção.

Enquanto tudo isso acontece debaixo dos nossos olhos, o que fazemos? Ficamos indignados e ganhamos as ruas para lutar pela volta da moralidade e da ética? Usamos nossos preciosos votos para limpar Brasília de todos os malversadores do dinheiro público? Gritamos aos quatro cantos que está tudo errado? Nada disso. O caminho é escolher um culpado por tudo e apontarmos o dedo. A culpa é dos comunistas que votaram em Lula! A culpa é do gado que votou em Bolsonaro! Quando surge alguém diferente, e que pode ser uma ameaça, os dois lados gritam: Moro, traidor! Moro, juiz ladrão e corrupto que colocou Lula inocente na cadeia! Até Ciro Gomes paga até hoje por sua viagem a Paris: Ciro, lavou as mãos e ajudou os bolsomínios chegarem ao poder!

Essa coisa do nós contra eles, lançada pela campanha petista de Lula, virou uma febre e dividiu o país. Não dividiu os políticos, mas o povo. Lá no alto eles estão disputando, mas não são inimigos. Quando a conveniência se impor, estarão sempre unidos, como é uma realidade o bolsolulismo e a chegada de Alckmin à chapa do PT. Com medo da cadeia, acabaram com a Operação Lava Jato. Esquerda, direita, STF, PGR, STJ, AGU e até parte da PF, de forma deslavada e despudorada, mataram a operação. Bolsonaro e os filhos, Lula e os filhos, além de outras altas figuras, estão fora da cadeia. A culpa agora recai sobre o ex-juiz Sérgio Moro. Já tem até procurador do TCU escalado para atormentar sua vida, sob o olhar aprovador dos garantistas e do grupo Prerrogativas!

Nada disso, pois, foi suficiente para acordar uma parte do país. Há um ódio parecido com a rivalidade entre torcedores de times de futebol. Não é brincadeira e isso sempre acaba em morte. Primeiro morre a moralidade, a ética, a vergonha de ser digno, de ser honrado, de fazer a coisa certa. Depois vem o desejo de matar o inimigo, que é o seu vizinho, seu amigo de infância, seu parente. Até dói menos na consciência se for um desconhecido, que você possa apenas dizer que foi um comunista ou gado. Tudo para esconder a verdade: é gente como você, que enfrenta os mesmos problemas! É desavença entre irmãos! O próximo passo é a guerra civil. Se ela não vier, a Venezuela é logo ali.