Empresários e políticos são vacinados clandestinamente
Além dos fura-filas, agora enfrentamos a vacinação clandestina. (Foto: Sindsemp-RN) |
Os dois eventos revelam a sociedade em que vivemos. Parece que chegamos ao tempo do salve-se-quem-puder. A lentidão das ações governamentais e a velocidade da propagação do vírus estão revelando as nossas mazelas institucionais e humanas. Estamos longe daquilo que se possa chamar de civilização moderna. Esta pandemia será um divisor de águas entre o Brasil utopicamente justo e humano e o Brasil que vem por aí, que a gente ainda não sabe bem o que é. Poderemos dar passos enormes na direção do progresso ou revelaremos a nossa mais cruel face da barbárie.
Após 1 ano e 300 mil mortes....
Só um ano depois e 300 mil mortes organizam um comitê para o combate à Covid-19. (foto: Senado) |
A solução mesmo não foi tratada: Impeachment. Bem que o presidente poderia facilitar nossa vida e renunciar.
Corrupção, negacionismo e o vírus estão vencendo
A situação é crítica e parece insolúvel. (foto: História e Curiosidade) |
A corrupção, o negacionismo e o vírus estão vencendo.
Covid-19 já matou na Bahia o equivalente à população de Ribeira do Amparo
A epidemia de Covid-19 na Bahia se alastra por todo estado. (foto: Correio) |
Veja os casos oficializados na nossa região de saúde. (Imagem: Sesab) |
Quantidade de contaminados em Conceição do Coité assusta. (Imagem: Sesab) |
Senadores pedem socorro ao mundo, mas não querem saída de Bolsonaro
Não se sabe o que impede o impeachment de Bolsonaro. (Foto: Senado) |
Esta é mais uma tentativa de solucionar o problema com paliativos. Na semana passada, o presidente do Senado pediu à vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, autorização para que o Brasil compre vacinas contra a Covid estocadas e sem previsão de uso em solo americano. A iniciativa é da senadora Kátia Abreu (PP), que preside a Comissão de Relações Exteriores, assumindo funções que são do Ministério da Saúde.
Os senadores escreveram uma “moção de apelo à comunidade internacional”, que, segundo apurou O Antagonista, será entregue a países do G-20, à ONU e à OMS, à OCDE, ao Parlamento Europeu, ao Congresso dos Estados Unidos, a embaixadores do Brasil no mundo e embaixadores estrangeiros no Brasil, ao Parlamento do Reino Unido, a empresas estrangeiras produtoras da vacina contra a Covid, às Comissões de Relações Exteriores dos principais países e à imprensa internacional. Com 65 senadores, não seria mais fácil cassar o presidente?
Veja a Moção na íntegra:
“MOÇÃO DE APELO À COMUNIDADE INTERNACIONAL
No momento em que a sombra nefasta da morte paira sobre milhões de brasileiros, e que novas formas do vírus da Covid 19 se tornam uma assustadora ameaça global, apelamos à comunidade internacional.
O Brasil se tornou o epicentro mundial da pandemia. Dados confirmados pela OMS mostram que superamos nesta semana a alarmante média móvel de 72 mil novos casos e mais de 2 mil óbitos por dia.
O país reclama atenção emergencial do mundo. Nosso ritmo de imunização é insuficiente para conter a propagação da doença. Até o momento, menos de 5% dos 210 milhões de brasileiros foram vacinados. Dependemos de vacinas e insumos farmacêuticos ativos (IFA) importados, que chegam em ritmo lento, se comparado ao desafio posto pela segunda e devastadora onda da pandemia no Brasil.
Nesta crise sanitária sem precedentes que atinge o mundo, barreiras fronteiriças não nos podem proteger da propagação do vírus e do surgimento de possíveis variantes. A única defesa é a cooperação internacional, com a vacinação urgente de nossa população.
Semelhante situação impõe ao Senado Federal a tarefa de fazer aos demais países um doloroso alerta: o avanço da pandemia no Brasil representa risco real para o mundo.
Deixar que o povo brasileiro continue a morrer sem vacinas significa uma agressão a todas as tradições humanas. É o oposto de tudo o que a civilização representa. Destrói os princípios de convivência humana. Impõe o medo e compromete a tranquilidade e segurança de todos os países.
Em todos os momentos dramáticos da história do mundo o Brasil deu sua contribuição. Agora, precisamos contar com a comunidade internacional, em especial dos países produtores de vacinas, bem como dos detentores de estoques estratégicos.
A ordem internacional pode mostrar que é capaz de enfrentar os desafios com uma visão grandiosa, baseada na paz, na solidariedade, na tolerância, e na razão que é a matriz de todo o direito. Só assim vamos seguir adiante com o fortalecimento de uma consciência de cidadania planetária, alicerçada em valores universais.
Assinaram o documento até aqui os senadores Mecias de Jesus, Simone Tebet, Izalci Lucas, Kátia Abreu, Davi Alcolumbre, Carlos Viana, Randolfe Rodrigues, Carlos Fávaro, Eliziane Gama, Fabiano Contarato, Veneziano Vital do Rêgo, Jayme Campos, Nelsinho Trad, Alessandro Vieira, Renan Calheiros, Angelo Coronel, Nilda Gondim, Flávio Arns, Zenaide Maia, Alvaro Dias, Omar Aziz, Soraya Thronicke, Marcos do Val, Sérgio Petecão, Chico Rodrigues, Otto Alencar, Confúcio Moura, Oriovisto Guimarães, Weverton Rocha, Tasso Jereissati, Mailza Gomes, Paulo Paim, Eduardo Girão, Paulo Rocha, Rose de Freitas, Eduardo Braga, Styvenson Valentim, Acir Gurgacz, Humberto Costa, Jaques Wagner, Rogério Carvalho, Jean Paul Prates, Jorginho Mello, Leila Barros, Antonio Anastasia, Lucas Barreto, Luiz do Carmo, Marcelo Castro, Vanderlan Cardoso, Roberto Rocha, Marcos Rogério, Carlos Portinho, Rodrigo Cunha, Jorge Kajuru, Telmário Mota, Plínio Valério, Zequinha Marinho, Wellington Fagundes, Romário, Mara Gabrilli, Ciro Nogueira, Jader Barbalho, Reguffe, Lasier Martins.
Vitória da Conquista será administrada por uma mulher
Sheila Lemos e o desafio de administrar a 3ª maior cidade da Bahia. (foto: Instagram pessoal) |
Herzem Gusmão foi vítima da Covid-19 (foto: Farol News) |
Por uma nação sem reis e sem bobos
Os bobos são os sustentáculos ideológicos dos reis. Não pensam, apenas difundem o pensar do monarca. (foto: Pngegg) |
É difícil escrever sobre o presente porque sempre ficamos tentados a tomar algum partido. Numa época dicotômica entre o nós e o eles, todos os vós serão execrados. Não há espaço para o desvio de pensamento. É como se fôssemos um trem caminhando para o futuro, deslizando sobre dois trilhos. Ora olhamos para a direita, ora para a esquerda. Não percebemos que a velocidade é a mesma e que o trem não é um Bala, mas uma Maria Fumaça. E são vários os fatores que empurram esta marcha lenta: os reis, os bobos e os assessores. Estes últimos estão espalhados na mídia, na prestação de serviços, nos cargos comissionados ou nos esperançosos de um dia ocupar tais espaços.
Dos assessores falaremos em outra época. Hoje, vamos nos dedicar aos reis e aos bobos. E aqui é preciso entender reis como aqueles que estão, mesmo temporariamente, assumindo cargos de comando ou liderando o lado oposto, sem necessariamente ser, de fato, oposição. Sei que parece confuso entender, mas Bolsonaro e Lula representariam os dois trilhos. Nesta análise não entram outros desejosos de reinar, por exemplo, Ciro Gomes, Sérgio Moro e demais. O ex-governador do Ceará tenta desconstruir os dois trilhos para, no futuro, ser um deles. Já o ex-juiz seria o reformulador dos dois trilhos e, sobre eles, colocaria uma nova e moderna locomotiva, mas isso ninguém quer. Seria tirar o doce já na boca da criança. Os demais repetem Ciro, com diferentes nuances.
Os dois reis deste texto estão enferrujados. Com discursos repetitivos, recebem o feedback dos bobos da corte. Como o bobo aplaude, o rei repete. Como a nenhum bobo é dado o direito de pensar, mas de apenas repetir o que o rei fala, sem questionar, os reis vão continuar sua ladainha. Palavras como comunista, fascista, imperialista e outras soam falsas num mundo globalista como o nosso. Quando são pronunciadas, o que mais aparecem são as rugas. Um rei está velho, no sentido ideológico e não físico, quando, para acalentar seus bobos, pregará mais o passado que o futuro. Populismo e descrença na ciência são fortes sinais de envelhecimento ideológico.
Os bobos? Bem, estes são divertidos para os reis e trágicos para a evolução do mundo. Quanto mais bobos habitarem este país, mais longe estaremos da mais perfeita sociedade possível. Eles não são maus, mas podem virar uma arara se o rei quiser. São humanos e cordiais, mas podem virar truculentos e raivosos por determinação e vontade do rei. Os bobos são a voz amplificada do todo poderoso no trono e foram feitos para não pensar: animam o rei e propagam suas ideias. Odiar o outro, o STF, Sérgio Moro, as vacinas, a ciência, os homossexuais, os artistas etc, sem conhecimento de causa, é típico dos bobos.
Os assessores, oportunistas da hora, criam mecanismos ideológicos com seus reis e difundem para a massa de bobos. Um assessor pode virar rei, um rei pode continuar rei por muito tempo. Assessores e reis podem um dia virarem bobos, mas um bobo jamais virará rei, exceto se ele se rebelar e começar a raciocinar. Precisa ter, acima de tudo, conhecimento e usá-lo para o bem comum. Se um ser pensante, que um dia foi bobo, chegar ao trono, não pode agir como os reis que temos. Este ciclo tem que ser quebrado. Precisamos de mais seres pensantes para corrermos velozmente num trem bala em direção ao futuro, numa velocidade tal que nem percebamos os trilhos.
Não há necessidade dos bobos tomarem a consciência de Luís Tinoco. Por anos, o personagem machadiano alimentou o desejo de ser poeta de renome. Um dia, tomado de forte realidade, percebeu que seus poemas eram pobres e que ele não nasceu para a coisa. Luís abandonou tudo. Os bobos precisam continuar, de uma forma ou de outra, inertes intelectualmente para alimentar os reis, ou, com pensamento crítico desgarrado das ideologias aprisionadoras, para alimentar o surgimento de uma nova sociedade. Só assim teremos uma nação sem bobos e sem reis. (Landisvalth Lima)