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Nossa Senhora de Lourdes - Cidades do Velho Chico 21

Poucas & Boas: A queda de Claudivan que antecipou 2024, a obra da BA 393 e o bombardeio no STF!

STF bombardeado I

Todos sabem que Lula é hoje o Presidente da República graças a decisão histórica de anular os processos com a alegação absolutamente questionável da inadequação do juiz que julgou a ação em 1ª instância, depois de passagem por todas as instâncias possíveis. A decisão ficará na história e o STF jamais será perdoado por isso. Entretanto, igualmente o Supremo ficará na história por suportar tantos bombardeios, muitos até infantis, daqueles que querem um país ditatorial. As pessoas que dignificam o STF hoje são os bolsonaristas. Quase que diariamente soltam petardos contra a corte suprema. A insistência na intervenção federal, anulação das eleições e outras idiotices só acabam dando protagonismo e prestígio aos ministros daquela casa defensora da Constituição.

STF bombardeado II

Além da barbeiragem do presidente do PL em pedir anulação de urnas somente no 2º turno, agora foi a vez de senadores bolsonaristas protocolarem pedido de impeachment do ministro Barroso. O pedido dos senadores Eduardo Girão (Podemos-CE), Styvenson Valentim (Podemos-RN), Lasier Martins (Podemos-RS), Luis Carlos Heinze (PP-RS) e Plínio Valério (PSDB-AM) alega que o ministro rompeu com sua imparcialidade ao participar de jantar privado com Cristiano Zanin – advogado de Lula e integrante do gabinete de transição do governo. O jantar ocorreu há uma semana em Nova York, e contou com outros participantes de um encontro promovido pelo Lide, grupo empresarial de João Doria que arcou com os custos. Por essa Luís Roberto Barroso não esperava. É mais uma publicidade a seu favor porque o encontro foi público e promovido por terceiros. Será que os senadores não conhecem a lei ou estão jogando para a galera que cantou o Hino Nacional para um pneu?

Obras na BA 393

Ninguém pode negar que esta semana as obras da BA 393 ganharam um volume considerável. Sem que a imprensa estadual soubesse alguma coisa, porque tudo ficou restrito à nossa região, o prefeito José Mendonça Dantas acionou a deputada Fátima Nunes e as reclamações parece que chegaram ao andar superior do poder. Antes, quando somente as reclamações estavam aqui no Contraprosa e no Impacto Jovem, havia um silêncio ensurdecedor. Quando o povo começou a gritar, chegou à Rádio Regional. Para evitar que tudo desaguasse na imprensa soteropolitana, medidas foram tomadas. Ainda bem. Quando a obra estiver pronta, vai aparecer padrinho de tudo quanto é lado. Aliás, até já começou! Com as obras em andamento satisfatório, já tem até vereador governista postando vídeos nas redes sociais. Entretanto, na hora da reclamação, só a oposição se manifestou na Câmara. Parece que é proibido aliado reclamar das coisas que estão erradas. Isso só acontecia no tempo do Rei!

Antecipando 2024

Mal passaram as eleições, já tem gente com o espírito preparado para 2024 e chapas já começam a surgir na região. Em Fátima, falam em Everaldo (Beaga), ex-prefeito de Poço Verde e ex-deputado federal como candidato de Sorria para desbancar Binho de Alfredo. Em Poço Verde, o grupo de Toinho de Dorinha não quer mais ouvir falar em Edna como candidata e quer vencer a eleição. O nome mais cotado é o de Roberto Barracão com a indicação do vice feita por Toinho. Em Cícero Dantas ainda falam no nome de Kael e juram que desta vez ele chega folgado. Resta saber se o empresário vai topar a parada. Em Ribeira do Pombal, a reeleição de Erickson não está sendo vista como favas contadas. A oposição prepara uma surpresa, um nome novo que possa surpreender. Em Adustina, há uma lista enorme de nomes que esperam contar com o apoio de Paulo Sérgio, entre eles a Loirinha do Sem-terra, que é a vice-prefeita, e o comunicador Adailton Fonseca. Em Heliópolis, até as pedrinhas da Régis Pacheco sabem que José Mendonça é candidatíssimo à reeleição, dependendo apenas dos pareceres do TCM, TCE, TCU, MP-Ba, MPF e TRF. Com apoios que vão de Brasília ao Tijuco, só não é candidato se fizer besteiras. Seu opositor, com cerca de 90% de possibilidades, é Thiago Andrade. Há problemas apenas nas escolhas dos vices. Existe quem aposte que Josefa Naudija será colocada de lado e há preferência em buscar uma pessoa ligada a Ildinho. Ninguém se arisca a antecipar o nome da/o vice de Thiago. Continua Ronaldo? Seria Ana Dalva? Buscar um nome do grupo de Mendonça? Tá osso!

No rastro dos resultados

Muitas pessoas fazem cálculos políticos baseados em resultados da eleição anterior. Os bolsonaristas hoje sabem que não é bem assim, mas dizem que houve roubo. Um apoiador de Mendonça fez uma análise até razoável para as próximas eleições. Em suma, disse que Binho de Alfredo não perde em Fátima, Erickson ganha em Pombal e o candidato de Paulo Sérgio não perde em Adustina. Em Heliópolis ele não se arriscou, mesmo torcendo para o atual prefeito. Para isso, deu uma justificativa plausível. Nos tempos de Waltinho, ele tinha apoio de cabo a rabo, inclusive teve os deputados mais votados de Heliópolis e não conseguiu se reeleger. No caso de Ildinho, os deputados mais votados em 2018 foram os governistas e Thiago Andrade perdeu a eleição. Ildinho também tinha o apoio do estadual ao federal, passando pelo senado. Só não tinha o presidente. O que aconteceu? Não fez o sucessor. O apoiador pediu para não dizer o nome, mas fez questão que este portal registrasse um fato inédito nas últimas eleições: Os pardais perderão o trono de ter o vereador mais votado.

Claudivan cairá?

A pergunta que não quer calar é se o atual presidente da Câmara Municipal de Heliópolis continuará na cadeira de presidente ou voltará para o mundo dos edis comuns. Vale dizer que Claudivan já caiu, mas foi da sua moto quando passava na frente da casa da vereadora Ana Dalva. Não, não havia nenhuma armadilha da Líder da oposição. A queda foi inusitada. Claudivan até pediu as imagens para tentar entender o que aconteceu, mas já estavam apagadas. Já na câmara, é improvável uma queda dessas, caso dependa da vontade do prefeito José Mendonça. Todos sabem que foi oferecido a Doriedson o próximo período de presidência, mas se Claudivan é bom para o prefeito... Promessas de muitos políticos caem por terra como picolé fora da geladeira. A questão é que dizem ser Doriedson candidatíssimo e já conta com dois votos. Os outros quatro são de Mendonça. A peleja será decidida pela oposição. Quem imaginar que há jornada fácil em política quebra a cara ou o pulso. 

Do Sertão ao Centro-Oeste: BR 324, Junco, Novo Paraíso, Itapeipu, Jacobina e Lajes do Batata

Neste episódio da série do Sertão ao Centro-Oeste vamos hoje nos dedicar ao município de Jacobina. Saindo de Capim Grosso pela BR 324, continuamos nossa jornada em direção noroeste. Dezoito kms depois, chegamos ao distrito de Junco, pertencente a Jacobina. Localizado predominantemente no lado sul da rodovia, Junco é uma povoação que já deveria ter sido cidade, tanto pelo seu tamanho como por sua importância econômica. O distrito possui 420 km2 e faz divisas com os municípios de Capim Grosso, Serrolândia, Quixabeira e Caem. Em verdade, sua localização é no limite da tríplice fronteira entre Serrolândia, Quixabeira e Jacobina. A mesma planta que deu nome à Capim Grosso também nascia em abundância nas margens do Rio do Peixe, que cruza dividindo a comunidade ao meio. O Rio do Peixe nasce em Miguel Calmon e é um dos afluentes do rio Itapicuru. Em Capim Grosso o rio recebe o reforço do Riacho do Mocambo e segue para desaguar no Itapicuru antes da cidade de Queimadas. 

O primeiro nome do distrito foi Lagoa do Junco e a primeira residência foi construída no local depois da criação da estrada de rodagem que ligava Feira de Santana a Jacobina. O primeiro morador foi Simão Sousa Silva, que residia provavelmente onde hoje é o posto de combustível. O crescimento do lugar ocorre a partir de 1944 com o intenso comércio com Jacobina. A primeira feira local se dá em 1945 e um boi foi abatido no local. A igreja do Junco estava erguida em 1956 e o açude velho data de 1960. A Escola Municipal Pedro Daltro foi inaugurada em 1972 e a energia elétrica chegou em 1978. Já o Mercado Municipal data de 1979 e Junco teve o Hospital Manuel Inácio no ano de 1988. Apesar de regado pelo Rio do Peixe, o abastecimento de água encanada só foi instalado em 1995. Entre 1985 a 1990, o movimento de emancipação do distrito de Junco estava muito forte, mas não foi suficiente para que virasse município. Contudo, há uma comissão que cuida da questão e luta para que se concretize a cidade de Junconópolis. O distrito é o maior de Jacobina e tem todas as condições necessárias para a emancipação. O que está atrapalhando é a burocracia e a má vontade dos políticos.

Continuando pela BR 324, 12 kms após Junco, chegamos a outro grande distrito de Jacobina: Novo Paraíso. Na verdade, do ponto de vista legal, Novo Paraíso está classificado enquanto povoado pertencente ao distrito de Itapeipu. É mais uma anomalia causada pelo desenvolvimento. Novo Paraíso cresceu muito mais que o seu distrito e hoje, da mesma forma que Junco, também luta por sua independência. Certamente desejará a inclusão de Itapeipu como o seu segundo distrito, que é banhado pelo rio Itapicuru e está localizado 13 kms após Novo Paraíso, igualmente margeando a BR 324. Para termos uma ideia precisa, Junco sozinho pode chegar a 10 mil habitantes. Só na sede tem cerca de 7 mil moradores. Novo Paraíso tem cerca de 6 mil somente na sede. Se juntarmos com o distrito de Itapeipu e a zona rural, também pode chegar aos 10 mil habitantes.

Depois de Itapeipu, 18 kms após chegamos a Jacobina. O município localiza-se na região noroeste do Estado da Bahia, mais precisamente no extremo norte da chapada diamantina, e está inserido, de acordo com a atual regionalização administrativa do estado da Bahia, no Território de Identidade Piemonte da Diamantina. O desbravamento e descoberta das terras do município deram-se quando muitos Bandeirantes paulistas e portugueses chegaram no século XVII. O objeto de desejo era o ouro, além de outros metais preciosos. O primeiro bandeirante a pisar nas terras foi Belchior Dias Moreyra – conhecido por Muribeca. Este percorreu o território de Jacobina e afirmou ter encontrado minas de ouro, prata e outras diversas pedras preciosas. Muribeca era neto de Caramuru. Os habitantes nativos eram os índios Payayás. 

Em 1682 deu-se a criação do distrito de Santo Antônio de Jacobina, em terras do atual Campo Formoso, pelo 2° Arcebispo da Bahia, Dom Frei João Madre de Deus. Em 05 de agosto de 1720, o Rei D. João V permitiu a garimpagem do ouro e a criação da vila de Santo Antônio de Jacobina. Em 28 de julho de 1880, a Vila de Santo Antônio de Jacobina foi elevada à categoria de cidade com o nome de Agrícola Cidade de Santo Antônio de Jacobina. Sua instalação ocorreu a 11 de janeiro de 1893, no governo de Joaquim Manoel Rodrigues Lima. O primeiro prefeito de Jacobina, Antônio Manoel Alves de Mesquita, tomou posse em 1893. O lugar tem grande riqueza biológica, com biomas como a caatinga, cerrado, campos rupestres, habitat de diversas espécies animais e vegetais nativos e algumas em risco de extinção, como veados, onças e macacos-prego. As paisagens se caracterizam pelas extensas serras, morros, vales, grutas, rios e cachoeiras.

Apesar de Jacobina se localizar no polígono das secas, por se encontrar rodeada de montanhas, já chegou a registrar temperaturas inferiores a 10 graus. A cidade também é apelidada de Cidade do Ouro, mas é comum ouvir dizer que é a capital da Chapada Norte. Sua população ultrapassa bem os 80 mil habitantes e é um polo regional industrial e comercial de grande monta. Limita-se ao norte com Mirangaba, Saúde e Caem; ao sul, com Várzea Nova e Miguel Calmon; ao leste, com Serrolândia, Quixabeira e Capim Grosso; ao oeste, com Ourolândia. Fica a 330 kms de Salvador e tem uma superfície de 2.192 km2.

Com o fim da BR 324, seguimos sempre em sentido noroeste, agora pela BA 368. Após 33 kms, chegamos ao povoado de Lajes do Batata, outra localidade que quer se emancipar de Jacobina. Vivendo o mesmo lema de Novo Paraíso, Lajes do Batata é povoado pertencente ao território do distrito de Catinga do Moura. As duas localidades juntas podem até passar dos dez mil habitantes, mas a população é maior em Lajes do Batata. Só que Cantiga do Moura também quer se emancipar. Somente juntas têm alguma possibilidade de libertação. Aqui, seguimos no sentido sudoeste pela BA 144, com destino a Várzea Nova e Morro do Chapéu, assuntos para o nosso próximo episódio.