Exclusivo!

Poucas & Boas nº 110: Onde está a mudança?

Luís Augusto Gomes rebate artigo de Samuel Celestino do Bahia Notícias


Rui Oliveira - da APLB

     Samuel cai impiedosamente sobre Rui Oliveira, da APLB, numa clara tentativa de encontrar um culpado pela greve de 106 dias, livrando a cara do governo. Luís Augusto, do blog POR ESCRITO, sem citar o nome do colega, foi implacável: “...palavra fácil para bajular o poder e atacar os mais fracos”. Veja os dois artigos na íntegra e, ao final, complementamos com informações sobre os últimos investimentos do governo Wagner na nossa combalida educação!

     O Grande nocauteador de governos
Samuel Celestino
         Por Samuel Celestino – do Bahia Notícias
     O presidente da APLB, Rui Oliveira, se é que ainda é presidente da entidade porque há dúvida de que possa apenas ser, no momento, mera massa de manobra dos dois outros partidos que repartem o comando do sindicato dos professores, enriqueceu o cabedal de asneiras políticas baianas, de ricas tradições, conforme Mangabeira. Comandou uma das mais extensas graves dos últimos tempos no Estado; engabelou o professorado prometendo vitória; causou um amargo prejuízo ao alunado das escolas públicas estaduais que estão com o ano ameaçado, e, ainda por cima, saiu contando vantagem sobre a sua força de persuasão e de liderança. Disse ele, em uma assembleia com a presença diminuta de professores, totalmente dividida entre os que queriam continuar a greve e os que votaram pelo término imediato, que obteve, em parte, objetivos dos seus propósitos: derrotar politicamente o governador Jaques Wagner. É fato que a greve causou prejuízos políticos ao governo, mas, de outro modo, ao perder o sentido do tempo, isto é, o momento que o movimento deveria parar, gerou um imenso prejuízo para a APLB. Oliveira perdeu a noção do tempo e a faculdade de raciocinar respaldado na lógica. Disse mais que sua missão é derrotar eleitoralmente o governo, embora não o declarasse dessa maneira que estou a grafar. Algo semelhante. Ao perder a capacidade de refletir em favor dos professores para se lançar, quixotescamente, contra Wagner, Rui abriu espaço à galhofa. Agora, se ainda restar um pouco de juízo na sua brilhante cabeça, sabe que não dá para a greve continuar após sexta-feira. Lamenta-se pelas centenas de milhares alunos com o ano comprometido e pela aflição dos pais que voltaram as suas preocupações para uma greve interminável. 

     Ninguém vê a educação na lata do lixo
Luís Augusto Gomes
           Por Luís Augusto Gomes – do blog POR ESCRITO
     É impressionante como vem à garganta de certos “formadores de opinião” a palavra fácil para bajular o poder e atacar os mais fracos, no caso, o presidente da APLB, Rui Oliveira, que “perdeu a noção do tempo e a faculdade de raciocinar respaldado na lógica”, segundo um jornalista.
     Rui não “engabelou o professorado prometendo vitória” nem “causou amargo prejuízo ao alunado das escolas públicas”. Coordena, legitimamente, um movimento grevista, sendo fiel ao mandato sindical que recebeu.
     Prejuízo aos alunos, mesmo, vêm causando os sucessivos governos que jogam a educação na lata do lixo, sem equipar escolas e sem preparar e motivar os professores. Para a maioria dos estudantes da rede pública, a diferença entre concluir ou não o ano letivo é apenas burocrática, porque o ensino que recebe será de pouca valia nas suas etapas futuras.
     As assembleias gerais que os professores realizaram nos últimos três meses mostraram não um movimento “de cima para baixo”, mas a manifestação ampla de uma categoria cujas bases, conscientes de sua situação e ciosas dos avanços de que precisam, muitas vezes rejeitaram com autonomia encaminhamentos das cúpulas.

     Enquanto isso, do mesmo blog POR ESCRITO, colhemos a seguinte informação:
     Menos verba para a educação

 Independentemente da Lei de Responsabilidade Fiscal e do saldo do Fundeb, o governo da Bahia vem diminuindo drasticamente o percentual do orçamento do Estado destinado à educação. No último ano do governo Paulo Souto, 2006, essa participação foi de 28,96%, caindo, já no ano de estreia do governo Jaques Wagner, para 27,06%, seguindo-se os índices de 27,69%, 27,42% e 26,45%. No ano passado, chegou a 25,82%, ou seja, já bem próximo do limite mínimo estabelecido pela legislação, que é de 25%.