Mulher é suspeita de matar executivo da Yoki e esquartejar o corpo
Elise Ramos Kitano Matsunaga foi
presa na noite desta segunda-feira; partes do corpo foram desovadas nas últimas
semanas.
ANDRÉ CARAMANTE, da Folha de São
Paulo, e JOSMAR JOZINO, do Agora.
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Marcos Matsunaga, executivo da Yoki. |
Elise Ramos Kitano Matsunaga,
presa na noite desta segunda-feira (4) por ordem da Justiça sob suspeita de ter
esquartejado o marido - o executivo Marcos Kitano Matsunaga, 42 -, negou à
Polícia Civil ter cometido o crime. Elise teve a prisão temporária (cinco dias)
decretada pela Justiça na noite desta segunda-feira e negou o crime aos
policiais civis do DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa),
que investigam o caso. De acordo com o chefe do DHPP, delegado Jorge Carrasco,
existem fortes indícios de que Elise cometeu o crime contra o marido.
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O corpo foi desovado em Cotia-SP |
O corpo de Matsunaga
- diretor-executivo da Yoki, uma das maiores empresas do ramo alimentício do
país - foi esquartejado e, ao longo das últimas semanas, as partes foram
desovadas em cidades da Grande São Paulo, principalmente em Cotia. O empresário
havia desaparecido em 20 de maio.
A cabeça, uma perna e os dois
braços do empresário foram encontrados na estrada dos Pires, em Caucaia do
Alto, na região de Cotia, no último dia 27. Apesar de espalhadas, as partes
estavam próximas e em sacos plásticos. Para a polícia, as partes do corpo do
empresário foram mantidas em um refrigerador antes de serem jogadas na região
de mata onde foram achadas. A vítima, segundo Carrasco, era colecionadora de
armas e, após seu desaparecimento, sua mulher e agora suspeita entregou à
Guarda Municipal de Cotia algumas armas que pertenciam a ele para que fossem
destruídas. Uma dessas armas entregues seria uma pistola que, provavelmente, é
do mesmo usada para acertar um tiro no executivo. No apartamento do casal
também existem vários congeladores, que estão sendo periciados.
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A Yoki é lider no mercado de pipocas para microndas |
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Policiais deixam prédio onde morava executivo, na zona oeste de São Paulo (foto: Apu Gomes) |
Anteriormente a polícia
trabalhava com a possibilidade de policias da PM como mentores do assassinato.
O grupo de policiais militares é investigado pelo DHPP (departamento de
homicídios), da Polícia Civil de São Paulo, e também pela Corregedoria da PM,
sob suspeita de participar da morte do empresário Marcos Kitano. Os PMs são investigados porque fariam parte da
escolta particular do empresário.
O empresário havia desaparecido
em 20 de maio. Não houve pedido de resgate aos familiares de Matsunaga.
Inicialmente, o DHPP não descartou que ele tenha sido vítima de um sequestro e,
ao reconhecer algum envolvido no crime, foi morto. Outra hipótese trabalhada
foi a de que o crime foi passional. É aí onde aparece a esposa. Em maio, a Yoki
foi vendida para a norte-americana General Mills, sexta maior empresa de
alimentos do mundo e dona de marcas globais como Yoplait e Häagen-Dazs. O
negócio foi de cerca de R$ 1,75 bilhão, mais R$ 200 milhões de uma dívida
pendente da Yoki.