Da Redação de A TARDE, com
informações de Luana Almeida e foto de Raul Spinassé.
A Assembleia foi no Colégio Central |
Professores da rede estadual de
ensino da Bahia fazem passeata, nesta terça-feira (24), no Corredor da Vitória,
centro de Salvador. De acordo com informações da APLB, a mobilização dá
continuidade aos protestos da classe contra as atitudes do governo do estado
que, segundo afirmam, não cumpriu acordo de reajuste de 22,22%, que equipara o
salário dos professores ao piso nacional da categoria, determinado pelo MEC. Em
assembleia realizada nesta manhã, no Colégio Estadual da Bahia (Central), os
professores decidiram continuar com a greve que hoje completa 105 dias. Ao
todo, mais de um milhão de estudantes ficam estão sem aulas neste período. De
acordo com informações da assessoria de comunicação da Secretaria da Educação
do Estado (SEC), a proposta apresentada pelo governo na reunião mediada pelo
Ministério Público não será modificada. A secretaria informou, ainda, que as
aulas públicas do projeto Aulões Enem, previstas para começar no último dia 14, foram adiadas “por motivos de
logística”. O novo calendário está sendo elaborado e será divulgado esta
semana. Até o final do ano, ainda de acordo com a SEC, está prevista a
realização de 384 aulões, sobre 32 temas nas áreas de matemática, linguagens e
ciências, a cargo de professores especialistas na preparação para o Exame
Nacional do Ensino Médio – que este ano será utilizado pela Universidade
Federal da Bahia (UFBA) para selecionar candidatos no maior vestibular baiano.
Afastamento - O comando de
greve dos professores estaduais desmentiu, também nesta manhça, a possibilidade
do afastamento da diretora do setor jurídico da Associação dos Trabalhadores em
Educação (APLB-Sindicato), Marilene Betros. A informação foi dada pelo presidente
do sindicato, Rui Oliveira. A notícia de que Marilene Betros seria afastada do
movimento veio à tona após alguns professores alegarem que a coordenadora teria
um discurso favorável ao fim da paralisação.
Reivindicação - Os professores
pedem 22,22% de reajuste a serem pagos ainda esse ano a título de equipação do
salário ao piso nacional da categoria determinado pelo MEC. O governo não
aceita a proposta e oferece aos professores licenciados, em novembro de 2012,
promoção por meio de curso, com ganho real de 7%. Em abril de 2013, nova
promoção, também com ganho real de 7%, para os licenciados.
Professores federais em greve e
governo tentam novo acordo nesta terça
Segundo a presidente do
sindicato, 'a categoria nunca rebateria uma proposta que fosse boa'; docentes
estão parados desde dia 17 de maio
Gheisa Lessa - Central de
Notícias e O Estado de São Paulo
São Paulo - Uma nova reunião
com o objetivo de definir o rumo da greve dos docentes de instituições federais
deve acontecer às 14h desta terça-feira, 24. Na tarde da última segunda-feira,
23, o governo federal, por meio de representantes do Ministério do
Planejamento, apresentou uma proposta que foi rejeitada por unanimidade pela categoria.
Segundo o Sindicato Nacional dos Docentes de Instituições de Ensino Superior
(Andes), a rejeição de uma proposta em 100% das assembleias aconteceu pela
primeira vez na história da categoria.
Durante reunião que durou
quatro horas, o governo apresentou R$ 3,9 bilhões em reajustes salariais para
os próximos três anos. Segundo a presidente do Andes, Marinalva Oliveira, a
proposta não atende às reivindicações da categoria e desestrutura ainda mais a
carreira dos docentes. Diante da rejeição, o governo marcou a reunião desta
terça com o objetivo de reavaliar a posição adotada pela categoria na última
segunda, assim como possíveis alterações na proposta.
Desde o dia 17 de maio os
professores das universidades federais de todo o Brasil estão em greve,
reivindicando de forma prioritária a reestruturação da carreira, ou seja, um
plano de carreira unificado, com 13 níveis salariais, com diferença de até 5 %.
"A proposta coloca uma
série de elementos que dificultam a progressão da carreira dos professores. É
uma proposta muito ruim", afirma a presidente do sindicato. Segundo ela, a
categoria estranha que o governo se mostrou surpreso com a rejeição unânime.
"Mostramos documentos que provam que esta proposta atrasa a carreira dos
nossos docentes, mas mesmo assim o governo federal mostrou-se surpreso",
afirma Marinalva e ainda destaca "a categoria nunca rebateria uma proposta
que fosse boa".
O Ministério do Planejamento
afirma que a negativa de um investimento em reajustes salariais no valor total
de R$3,9 bilhões é uma atitude complicada por parte dos sindicatos. A pasta não
afirma a chance de uma contraproposta ser apresentada nesta terça, mas adianta
que provavelmente o valor não deve mudar. "Se houver alguma mudança, será
pontual", diz.
O Andes argumenta que a
proposta de reajuste salarial apresentada deixa 75% da categoria com perda
salarial. "Pode ser oferecido um valor alto, mas quando redistribuído há
desvantagens para os professores e isso barra a evolução da carreira",
argumenta a presidente do sindicato.
Greve dos Servidores. A
Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), afirma que
os docentes federais são a única categoria que tem uma proposta oficial
apresentada em mesa. A greve dos servidores teve início em 18 de junho, segundo
a Condsef. Após um mês e seis dias do comando de greve por tempo indeterminado,
o País tem 300 mil servidores públicos de braços cruzados em reivindicações
salariais.
Segundo o secretário-geral da
Condsef, Josemilton Costa, na última semana aconteceu uma reunião com o governo
federal em que nada foi concluído. Um novo encontro está marcado para a próxima
terça-feira, 31. De acordo com a confederação, apenas as categorias de base da
Condsef representam 80% de todos os servidores do executivo federal que
aderiram à greve nacional.