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Termina rebelião em presídio de Sergipe


Paulo Rolemberg - Do UOL, em Aracaju

     Mais de 400 presos mantiveram cerca de 120 reféns em presídio de Aracaju
Rebelião em Sergipe está controlada
Terminou na tarde desta segunda-feira (16), depois de pouco mais de 26 horas, a rebelião no complexo penitenciário Advogado Antônio Jacinto Filho (Compajaf), em Aracaju. O Batalhão de Choque entrou na unidade e rendeu os cerca de 400 presos que estavam rebelados desde ontem à tarde. Ainda não há informação de feridos.
As informações preliminares dão conta que os presos considerados “mais perigosos” serão transferidos para outras unidades. Os policiais realizam agora um trabalho de revista em toda a área e também nos detentos.
Os presos chegaram a manter cerca de 120 reféns --sendo três agentes carcerários e o restante, familiares-- desde a tarde deste domingo (15). Ao longo do dia de hoje, parte das vítimas foi liberada.
Mais cedo, os detentos entregaram, por meio de um advogado, uma lista com oito itens de reivindicações como condição para encerrar o motim. Na carta, os detentos exigiam, entre outros itens, o fim de possíveis agressões sofridas por eles por parte dos agentes prisionais, mudanças no regime de “revista” dos visitantes, liberação de cigarros, televisão e rádio nas celas e a saída da empresa privada que administra o presídio. Os rebelados pediam ainda agilidade da Justiça no julgamento dos processos.
Os fornecimentos de energia e água tinham sido cortados na prisão. Dois cães de guarda do presídio foram mortos pelos presos e os detentos destelharam o prédio e atearam fogo em colchões.
“Boa parte das reivindicações feitas pelos rebelados é pertinente ao Poder Judiciário e por isso contamos aqui com a presença de representantes da Vara de Execuções Criminais para agilizar, por exemplo, a realização de audiências. Tem muitas coisas que não depende do secretário de Justiça. Do governo do Estado, nós atendemos tudo que é possível e razoável”, disse o secretário de Justiça de Sergipe, Benedito Figueiredo, momentos antes do fim do motim.
Entre os pontos atendidos pelo governo estão a liberação de cinco presos sentenciados de forma progressiva para outra cadeia pública no Estado --nos próximos 15 dias ocorrerá uma audiência com todos os internos. O horário de visitação será ampliado para das 8h às 16h. 
O secretário ressaltou que não haverá a saída da direção do presídio e da administração da unidade que é realizada pela empresa privada Reviver, que cuida da alimentação, limpeza e gestão em geral dos detentos. Figueiredo não confirmou a informação de maus tratos contra os presos. “Eu admito apurar os maus tratos, mas admitir que houve, não.”