Povo protesta contra a corrupção em Brasília, Salvador, São Paulo e Maringá
Da AGÊNCIA BRASIL, FLÁVIO
FERREIRA, LUIZ FERNANDO CARDOSO e Edely Gomes – reprodução
da FOLHA DE SÃO PAULO, do jornal A TARDE, com fotos de Ueslei Marcelino/Reuters, Eduardo
Knapp/Folhapress, Eraldo Peres/Associated Press e Pedro Ladeira/France Presse
Cerca de 1.500 pessoas, segundo
estimativa da Polícia Militar do Distrito Federal, marcharam na Esplanada dos
Ministérios vestindo roupas pretas e carregando faixas e cartazes que pediam o
fim dos desvios de verbas públicas. A marcha foi reforçada pelo público que
participa das comemorações dos 52 anos de Brasília.

Entre os cartazes, havia muitos
que pediam a saída do governador do Distro Federal, Agnelo Queiroz, citado nas
investigações da Polícia Federal que levaram à prisão o empresário goiano
Carlinhos Cachoeira, suspeito de comandar um esquema de jogos ilegais.


O servidor público Júlio
Proença trouxe as três filhas, de 9, 15 e 17 anos, para participar da marcha.
Ele acredita que as meninas precisam se conscientizar da importância do
problema que é a corrupção. "A minha geração abandonou isso pelo movimento
político da época [contra a ditadura militar]. Acho que as crianças têm que ter
essa consciência políticas que foi deixada de lado pelo brasileiro". A
próxima marcha contra a corrupção já tem data marcada: 7 de setembro, Dia da
Independência do Brasil.
Cerca de 700 pessoas participam
de uma marcha na avenida Paulista, em São Paulo, contra a corrupção. A
estimativa é da Polícia Militar. A avaliação dos organizadores aponta o número
de 2.500 participantes.
Os manifestantes pedem o rápido
julgamento do processo do mensalão e o fim das votações secretas no Congresso.
Eles ocupam duas faixas da via, no sentido Paraíso, e levam cartazes formando
os dizeres "S.O.S STF", entre outros. Em seguida ocorreu a passeata
até a rua Bela Cintra, com retorno até a avenida Brigadeiro Luiz Antonio.
Passeata contra a corrupção em
Maringá pede aplicação da Ficha Limpa

Do ponto de encontro na Praça
Manoel Ribas, por volta das 10h, os manifestantes percorreram a avenida
Tiradentes até o parque do Ingá, em um trajeto de 1.700 metros. Ao passar
diante da Catedral Basílica Menor de Nossa Senhora da Glória, os gritos de
repúdio contra a má gestão dos recursos públicos e a sensação de impunidade se
intensificaram.
Para o porta-voz do movimento,
o professor de engenharia da Universidade Estadual de Maringá (UEM) José Plínio
Silva Filho, a Lei da Ficha Limpa --considerada constitucional pelo Supremo
Tribunal Federal, em fevereiro deste ano-- é "a luz no fim do túnel"
para os segmentos da sociedade que lutam contra a corrupção. "Essa lei é
uma sinalização inequívoca de que está na hora da sociedade agir."
Vindo de Camaçari com um grupo
de quinze amigos, Gerônimo Nunes ficou sabendo da caminhada pelas redes sociais
e pretende levar o movimento para lá. “Como em qualquer parte do País, Camaçari
também sofre com os problemas da corrupção, mas são poucos os que tem
consciência política. Queremos dar o exemplo e mobilizar as pessoas”.(Dê um clique nas fotos para vê-las ampliadas)
Um grupo de pessoas portando
cartazes, máscaras e rostos pintados se reuniu no fim da tarde deste sábado
(21) em frente ao Farol da Barra para protestar contra os desvios de verbas
públicas no Brasil. A terceira edição da Marcha Contra a Corrupção reuniu cerca
de trezentas pessoas na capital baiana e foi realizada em mais 41 cidades do
País, segundo os organizadores do Movimento Brasil Contra a Corrupção (MBCC). Com
carro de som, eles partiram em direção ao monumento do Cristo portando faixas
que clamavam por punições mais severas a políticos acusados de corrupção além
de maior conscientização por parte dos cidadãos.
Mobilizados, principalmente,
através das redes sociais, a maioria do o grupo era composta por jovens e
representantes do grupo Anonymous. Segundo os participantes, esta não é uma
ação que conta com o apoio de partidos políticos específicos. “O movimento é
apartidário. Não envolve políticos e sim pessoas revoltadas contra o sistema e
corrução no Brasil”, disse um dos jovens que usava a máscara do Anoymous. Entre
as revindicações da marcha estavam o fim do voto aberto parlamentar, extinção
do foro privilegiado e penas mais pesadas para os crime de corrupção.
O estudante de ensino médio
José Carlos, 17 anos, foi um dos adolescentes que saiu de casa para protestar e
clamar por mais consciência política. “A gente convive pacificamente com a
corrupção todos os dias. Aprendemos a nos acostumar. É preciso tomar uma
atitude”.