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Elise Matsunaga pode ter matado marido em casa


Corpo do empresário Marcos Kitano Matsunaga, dono da Yoki, pode ter sido transportado em malas, depois de refrigerado e esquartejado.
DARIO DE NEGREIROS – da Folha de São Paulo
Elise Ramos Kitano Matsunaga, 38, suspeita de ter matado o executivo da Yoki
Marcos Kitano Matsunaga, 42. (foto: 
Carlos Pessuto/Futura Press)

 
A Polícia Civil de São Paulo disse ter levantado indícios concretos de que o executivo Marcos Kitano Matsunaga, 42, que foi morto e teve o corpo esquartejado, traía a mulher. Elise Ramos Kitano Matsunaga, 38, foi presa na noite desta segunda-feira (4) apontada como suspeita do crime - ela ainda não foi ouvida formalmente, mas nega qualquer participação. "Tudo indica que seja um crime passional", disse o delegado Jorge Carrasco, chefe do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), que investiga o caso.
O corpo dele - diretor-executivo da Yoki, uma das maiores empresas do ramo alimentício do país - foi esquartejado e, ao longo das últimas semanas, as partes foram desovadas ao lado de uma estrada, em Cotia (Grande São Paulo). O empresário havia desaparecido no dia 20 de maio. No dia seguinte, o primeiro pedaço de corpo foi encontrado. A última parte a ser encontrada foi a cabeça, que permitiu que o reconhecimento da vítima fosse feito pelo seu irmão, no dia 28. Carrasco afirmou ainda que há indícios concretos de que outras pessoas ajudaram Elise a desovar as partes do corpo de seu marido.
O CRIME
A polícia analisou imagens de câmeras de segurança do prédio. No sábado (19), o casal, a babá e a filha do casal, de um ano, chegam ao apartamento por volta das 18h30. A babá é dispensada e vai embora logo em seguida. Cerca de uma hora depois, Marcos desce até a portaria para pegar uma pizza. Ele estava com a mesma roupa - uma camisa marrom - encontrada pela polícia nos locais onde pedaços de seu corpo foram deixados. Às 5h de domingo (20), a babá chega ao apartamento - ao qual ela possui acesso limitado, não podendo circular por todos os cômodos. Por volta das 11h30, Elise desce até a garagem, pelo elevador de serviço, com três malas. Às 23h50, ela retorna sem as malas. Segundo a polícia, ela afirmou que esqueceu as malas no carro. "O fato é que ele entrou no apartamento vivo e de lá não saiu", resumiu Carrasco.
OS INDÍCIOS
Segundo a polícia, Matsunaga era colecionador de armas e, após seu desaparecimento, Elise entregou à Guarda Municipal de Cotia algumas armas que pertenciam a ele para que fossem destruídas. Entre elas estava uma de calibre 7.65, idêntico ao usado no tiro à queima-roupa que atingiu o lado esquerdo da cabeça da vítima. Carrasco disse também que no apartamento do casal existem várias geladeiras, "verdadeiras câmaras frigoríficas", que estão sendo periciadas. A polícia acredita que as partes do corpo de Matsunaga ficaram em algum tipo de refrigerador antes de serem jogadas em Cotia.
A polícia também encontrou no imóvel sacos de lixo de modelo idêntico ao usado para embalar as partes do corpo da vítima. Segundo o delegado Carrasco, são sacos muito incomuns, provavelmente importados, que possuem um filete vermelho na extremidade. Os peritos que analisaram as partes do corpo afirmam que os cortes foram feitos com extrema precisão. A polícia afirma que Elise, que é bacharel em direito, possui curso técnico de enfermagem. Além disso, ela é beneficiária de um seguro de vida feito recentemente pelo executivo, no valor de R$ 600 mil. Elise foi presa com um mandado de prisão temporária, de cinco dias, mas a polícia afirma que pode pedir à Justiça uma prorrogação.