Força Sindical aprova greves e
protestos para o dia. Rodovias serão fechadas. Movimento também deve parar
marginais e Avenida Paulista.
Do portal Terra
Desta vez são as centrais sindicais que querem mostrar força e parar São Paulo (foto.G1) |
A coordenação da Força Sindical
divulgou nesta segunda-feira o cronograma do Dia Nacional de Luta com Greves e
Manifestações, que acontecerá no dia 11 de julho. De acordo com o grupo, as
manifestações ocorrem em todo o Estado de São Paulo e deverão fechar as
principais rodovias paulistas, além das marginais Tietê, Pinheiros e a avenida
Paulista, na capital. Na manhã de hoje, dirigentes das centrais sindicais se
reuniram com o Secretário de Segurança Pública de São Paulo, Fernando Grella, e
com o comandante da Polícia Militar, coronel Benedito Roberto Meira e
garantiram atos pacíficos. “Informamos que as manifestações serão generalizadas
em todo o Estado, com muita organização . Se tiver alguma pessoa infiltrada,
visando fazer atos de vandalismo, nós mesmos avisaremos a polícia”, afirmou o
presidente da Força Sindical, o deputado Paulinho da Força (PDT). Participam
das manifestações, além da Força Sindical, a Central única dos Trabalhadores
(CUT), a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), a União
Geral dos Trabalhadores (UGT) e a Nova Central. De acordo com os sindicalistas,
o metrô de São Paulo deverá parar por algumas horas e os funcionários dos
portos também devem cruzar os braços. O governo estadual, por meio do
secretário de segurança pública, informou que garantirá o direito de greve e
manifestação dos trabalhadores. Além das centrais sindicais, a União Nacional
dos Estudantes (UNE) e o Movimento dos Sem-Terra (MST) devem realizar atos por
todo o Brasil. As principais reivindicações dos manifestantes são o fim do
fator previdenciário, 40 horas semanais, reajuste para aposentados e ampliação
nos investimentos nas áreas da Saúde e da Educação, além da reforma política e
econômica no Brasil.
Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido. A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia. A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador, Fortaleza, Porto Alegre e Brasília. A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.