Uma auditoria interna do Banco
do Nordeste (BNB) e outra da Controladoria-Geral da União, obtidas pela revista
Época, revelam um esquema de desvio de dinheiro que soma mais de R$ 100 milhões
na instituição financeira. Somente a empresa dos cunhados do atual chefe de
gabinete, Robério Gress do Vale, recebeu quase R$ 12 milhões. Ele foi o quarto
maior doador como pessoa física para a campanha de 2010 do deputado federal
José Guimarães (PT-CE). O poder de Guimarães sobre o BNB pode ser medido a
partir da lista dos doadores de sua bem-sucedida campanha ao segundo mandato,
dois anos atrás. A maior doação de pessoa física é dele próprio. A segunda é de
José Alencar Sydrião Júnior, diretor do BNB e filiado ao PT. A terceira é do
também petista Roberto Smith, presidente do banco no período em que ocorreram
operações fraudulentas e hoje presidente da Agência de Desenvolvimento do
Estado do Ceará, nomeado pelo governador Cid Gomes (PSB). O atual presidente do
BNB, Jurandir Vieira Santiago, vem em 11º. O esquema de desvios e fraudes no
banco nordestino segue o padrão de uso de laranjas ou notas fiscais frias para
justificar empréstimos ou financiamentos tomados no banco. Um levantamento
feito por Época mostra que, entre os nomes envolvidos nas investigações da CGU
e da Polícia Federal, há pelo menos dez filiados ao PT. Apresentado ao
levantamento e aos documentos, o promotor do caso, Ricardo Rocha, foi enfático
ao afirmar que vê grandes indícios de um esquema de caixa dois para campanhas
eleitorais. “O número de filiados do PT envolvidos dá indícios de ação
orquestrada para arrecadar recursos”, afirma Rocha. A maioria das operações
fraudulentas ocorreu entre o final de 2009 e o início de 2011. Da nossa região
há políticos rezando para que as investigações não passem pela agência de
Cícero Dantas. Inúmeros novos comunistas do Brasil tremem ao ouvir falar de PRONAF.