Deputado Sandro Régis em entrevista ao Landisvalth Blog: "O caminho natural é o DEM." (foto: Jorge Souza) |
Os deputados estaduais
oposicionistas Sandro Régis e Bruno Reis ganharam na Justiça, por seis votos a
zero, nesta terça-feira (9), a liberação dos seus partidos, PR e PRP,
respectivamente, sem a necessidade de perda dos mandatos. Os parlamentares
entraram com uma ação de justa causa com base na Resolução 22.610 do Tribunal
Superior Eleitoral (TSE), que admite a mudança de legenda "quando
comprovada a modificação no ideário político". De acordo com o advogado
Ademir Ismerim, que representou Régis e Reis, o argumento foi de que eles foram
eleitos contrários ao governo, mas as siglas aderiram à base de sustentação da
gestão petista na Assembleia Legislativa. "No caso de Sandro Régis, ele
foi eleito em 2002 e 2006 pelo extinto PL apoiando Paulo Souto [então PFL, hoje
DEM]. Em 2010, já como PR, ele apoiou Geddel Vieira Lima, PMDB. Portanto,
sempre contra o PT. Quando foi na eleição municipal de 2012, o PR fez coligação
com o PT", justificou o jurista, em entrevista ao Bahia Notícias. O
deputado Elmar Nascimento também entrou com a mesma medida, no entanto a causa
ainda não foi julgada. O destino dos três é possivelmente o MD, partido em
formação a partir da fusão entre PMN e PPS.
Só que, em entrevista ao
Landisvalth Blog, na visita que fez ao São Pedro de Heliópolis, o deputado
estadual Sandro Régis afirmou que o seu caminho natural é o DEM. O MD é uma
alternativa viável, mas que o seu coração está mais pendendo para o Democratas.
Ele afirmou ainda que o MD na Bahia será presidido pelo deputado Bruno Reis e
está no campo da oposição. A ida de Bruno para o Mobilização Democrática é uma
estratégia de reorganização dos aliados na Câmara Municipal de Salvador. Para
decidir entre DEM e MD, o deputado Sandro Régis vai consultar ACM Neto,
Aleluia, Paulo Souto e outras lideranças para consolidar melhor o caminho para
um dos partidos, mas avisa que, se depender só dele, vai para o DEM e quer
formar uma dobradinha com José Carlos Aleluia na proporcional, ele como deputado
estadual e Aleluia como federal, caso o Secretário de Urbanismo e Transporte da
Prefeitura de Salvador opte por voltar a Brasília.
Sobre a questão da união das
oposições contra o governo estadual, Sandro Régis acha que não faltam
candidatos. “Primeiramente temos que pensar no projeto. Nós estamos unidos: DEM,
PSDB, PMDB, PV, PPS (MD), PTN. Vamos marchar unidos, como fizemos em Feria de
Santana e ajudamos a eleger José Ronaldo e como foi feito em Salvador com a
vitoriosa campanha de Neto. Temos nomes como José Carlos Aleluia, Geddel Vieira
Lima, o ex-governador Paulo Souto, o João Gualberto e o próprio prefeito ACM
Neto. Essas lideranças construirão um discurso, uma plataforma, uma agenda
positiva para a Bahia, e quem vai ganhar com isso é a Bahia e os baianos.”,
afirmou. Sobre a possível candidatura de ACM Neto, que lidera todas as
pesquisas, o deputado Sandro Régis foi categórico em afirmar que Neto diz que
não renunciará ao mandato de prefeito para disputar a eleição para governador,
mas ele disse que o político não dono de sua vontade. É dono do mandato. “A pressão
popular e o próprio grupo político são os atores que definirão tudo isso.
Acredito que a definição só sairá para valer no início do próximo ano. Agora, o
mais importante é a união das forças de oposição e a construção de um projeto
eficiente, para resgatar a Bahia deste governo incompetente e inoperante, que
só vive prejudicando o nosso Estado.”, falou. Régis ainda disse que, como ele,
duvida que ACM Neto resistisse a um quadro positivo de união das oposições,
liderança inconteste nas pesquisas e o povo clamando por sua candidatura. “Na
solenidade de lançamento do Plano Safra, quando a presidenta citou o nome de
ACM Neto, o povo se levantou e começou a gritar em coro que o ACM voltou. Foi
uma coisa emocionante!”, recordou.
Sobre uma possível aproximação de
ACM Neto com o governador Jaques Wagner, inclusive ventilando a candidatura de
Otto Alencar como fruto de um consenso entre oposição e governo, Sandro Régis
fez questão de dizer que se trata de pura especulação. “O relacionamento do
prefeito com o governador é institucional. Neto já deixou claro quem é que faz
parte do grupo político dele. A oposição terá candidato próprio porque não
comungamos com o governo que aí está. Se o vice-governador Otto Alencar quiser
vir para a oposição, será recebido de braços abertos, mas não apoiaremos
candidato de consenso com o governador. A oposição terá seu candidato, seja ACM
Neto, João Gualberto, Geddel, Paulo Souto, Aleluia, ou seja, formaremos uma
chapa que represente os anseios da população baiana.”, explicou. Sobre um possível racha das oposições, o
deputado Sandro Régis disse que a possibilidade de isso acontecer é zero e que
todos estão unidos na construção de uma proposta eficiente para 2014.
Com informações complementares do
Bahia Notícias.