Landisvalth Lima
Não é a primeira vez que a nossa velha e querida Bahia passa por dificuldades financeiras, mas desta vez a coisa parece caminhar para um desfecho extraordinário. Não é surpresa também que, quando a as dificuldades batem à porta, a primeira coisa que se faz é cortar o salário do Barnabé. Esta semana foi liberado um mês de remuneração para os terceirizados da Shalev, que ainda deve dois meses. Os infelizes da BC Serviços completam agora quatro meses de dessalarização (que o autor de Saramandaia não me leia). Estes são os desobservados, desalentados, desconsiderados, desrespeitados e, se a peleja continuar, desempregados. São os trabalhadores outrora defendidos pelo PT. Que ironia, meu Deus!
Não é a primeira vez que a nossa velha e querida Bahia passa por dificuldades financeiras, mas desta vez a coisa parece caminhar para um desfecho extraordinário. Não é surpresa também que, quando a as dificuldades batem à porta, a primeira coisa que se faz é cortar o salário do Barnabé. Esta semana foi liberado um mês de remuneração para os terceirizados da Shalev, que ainda deve dois meses. Os infelizes da BC Serviços completam agora quatro meses de dessalarização (que o autor de Saramandaia não me leia). Estes são os desobservados, desalentados, desconsiderados, desrespeitados e, se a peleja continuar, desempregados. São os trabalhadores outrora defendidos pelo PT. Que ironia, meu Deus!
A verdade é que Lula inaugurou um
sistema político impecável: apertar a classe média com impostos eficientes e
impecavelmente injustos, redistribuí-los aos pobres como Bolsa-Tudo; tornar dependentes
estados e municípios com verbas federais; afrouxar a fiscalização com o desaparelhamento
do estado fiscalizador; abrir o crédito para todos com juros exorbitantes e
projetar um domínio de 24 anos no poder. Acontece que a coisa está estourando
por conta da desregrada corrupção. Nenhum país suporta tanto roubo do dinheiro
público. Além disso, prefeitos e governadores cruzaram os braços. Estão apenas
esperando os recursos do governo federal. A verba local serve para tudo, menos
para investimentos, para projetos de governo.
Não precisa saber onde isto vai
dar. Já estamos lá: tudo está caindo ladeira abaixo. Aqui em Heliópolis o
secretario de administração do município, Beto Fonseca, filho do prefeito,
deixa escapar claramente que foi pedir dinheiro ao governo do estado e recebeu
como resposta que não há grana. Foi mais além ao dizer que encontrou a
prefeitura com um rombo de 2 milhões e poderá perder alguns convênios já
firmados com o governo federal por não cumprir prazos. Em Salvador, o
governador já mudou o secretário da fazenda, mas a crise continua. Quando o
time é ruim, não adianta mudar o técnico. A questão é que estão todos esperando
o governo federal. Então, para que termos estados e municípios? Economizaríamos
uma grana altíssima se acabássemos com eles.
Está claro que a quebradeira do
país está na corrupção. E ela começa na própria eleição. Exemplos são os voluntários
da campanha que elegeu a presidente Dilma Rousseff, em 2010. Eles afirmam ter
recebido dinheiro pelo trabalho realizado no segundo turno da eleição. Apesar
de o trabalho ser cadastrado como prestadores de serviço sem remuneração na
prestação de contas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ao menos 12 pessoas
ouvidas pela reportagem da Folha em Mato Grosso e no Piauí dizem nunca ter
atuado de graça. Se no caminho está assim, como dizia o saudoso Alberto
Carvalho, imaginem na feira!
Mesmo assim, a propaganda governamental é
eficientíssima. Foi a própria Dilma quem afirmou esta semana na América do
Norte: “há uma melhora nas contas públicas do Brasil e que as despesas
correntes do governo federal estão sob controle.” Será? Quem pergunta é o jornalista Samuel Celestino em artigo
publicado em A TARDE, que completa: “Pode
ser, mas os estados reclamam, principalmente o nosso que atravessa problemas
como de há muito não se observa no setor governamental. De certo modo, o
governo baiano parece quebrado e a mudança de secretários da Fazenda até agora
não surtiu efeito. Espera-se que a situação melhore, porque está pondo na forca
vários setores do segmento econômico baiano.” É isso. Parece que o PT pensa
como o nosso José Guerra: se não der para mim, não será para mais ninguém.
Parece que querem quebrar o Brasil. Mas quem sobreviveu a mais de 20 anos de
ditadura e a um governo Collor de Melo, vai superar tudo isso. Eles é que são
cristais. Muito cuidado!