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Carinhanha - Cidades do Velho Chico 22

Vereador diz que se afastou após conversar com MP e atribui inveja ao diretor do Contraprosa

Vereador Igor Leonardo tentar jogar defeitos no Contraprosa para encobrir sua falha. (Foto: Instagram pessoal) 

O modo de agir dos nossos políticos é um velho conhecido da nossa população. Se assume um mandato administrativo e há algum problema, não é com ele. O problema estava com o anterior. Têm aqueles que, sendo flagrados com a mão ou a boca num problema, sempre se saem com um discurso de não saber nada daquilo e foram ludibriados por aqueles que querem sua destruição. Mas tem os arrogantes. Quando encurralados, porque não podem alegar inocência, dizem que foi decisão tomada depois de refletir muito e conversar com sua família, com os eleitores, com as autoridades etc, para não atrapalhar o processo político e administrativo. Ao denunciador, principalmente se for a imprensa, leva para o lado pessoal e diz que é inveja. Neste último caso se enquadra o vereador Igor Leonardo.

Em nota escrita num grupo de WhatsApp, o vereador respondeu a uma informação sobre seu pedido de afastamento de um dos seus empregos efetivos, porque é proibido a acumulação de três cargos públicos. Ele deveria ter feito isso desde um dia antes da posse. A informação está no último Poucas & Boas, anterior a esta postagem. Disse o vereador que “Decisão se afastando temporário (sic) tomado mediante debate jurídico com quem entende do assunto, promotoria pública.” Então o que foi publicado é verdade, tanto que ele foi aconselhado pelo MP para se afastar. Estranho é que a “Promotora Pública” é quem deveria denunciá-lo e não aconselhá-lo.

Mais adiante disse o vereador que “Não compreendo o blogueiro apresentar tanta mágoa, não sei se cabe inveja, ciúmes ou outro conceito, raiva?! Quem sabe?!”. Aqui é o típico desvio de assunto, acrescentando algo absurdo, mentiroso, para passar a ideia de que o sucesso dele desperta a ira nos outros, passando ele a ser vítima na história e não a pessoa que ficou 10 meses de forma irregular num cargo público, foi aconselhado por muitas pessoas e sabia o que estava fazendo. Ainda no texto, o vereador afirma que “Infelizmente existem pessoas que tentam se usar de palavras bonitas para ludibriar a mente das pessoas. Não é meu caso.”. A queixa que têm de mim é exatamente o contrário porque eu uso palavras que funcionam como punhais. 

Ainda sobre o texto do vereador: “Sou honesto, verdadeiro e não gosto de cuidar da vida dos outros, porque a eles cabe isso e não a mim.” Quem são os “eles”. Está muito vago. Ser honesto não é uma questão de afirmação, mas de prática. Agora ele esqueceu que exerce cargo público e que ninguém entrou em sua vida particular. O cargo de professor também é público. Disse ainda: “Não há nada nesta vida que façamos de bom ou ruim que um dia não retorne pra gente.” Aí filosofou o vereador e deve ter falado por experiência própria. “Se foi por maldade, ou por achar que é melhor que os outros, ou mais correto, ou mais direito, ou quase juiz ou promotor, sem ser, que Deus julgue. Quem sou eu neste contexto? Um reles mortal.” É falsa humildade, após dizer que este articulista é maldoso e tem ar de superioridade. Mais uma vez tenta fugir de sua culpa.

Por fim, o vereador encerra o texto reafirmando que sua decisão foi tomada depois de diálogo com o MP, com o Promotor Público, e encerra afirmando que “se o blogueiro acha que quem trabalha devolve recursos do suor do seu trabalho que lute viu, porque acho que quem trabalha merece receber pelos seu suor.” Faltou só complementar, desde que permitido pela lei. Afinal, estamos num Estado Democrático de Direito. A última frase do texto é patética, típica dos que apontam para o outro algum defeito com o fim de esconder o seu: “A inveja nunca é plena, mata a alma e envenena.” Todos sabem que a questão aqui não é inveja. Trata-se de desobediência à Constituição. Vejam que, em nenhum momento, ele me chamou de mentiroso. Quando não se pode contestar o fato, coloca-se dúvida no agir do articulista. Seria tão mais simples que Igor Leonardo admitisse o erro, pedisse desculpa, negociasse a devolução em pequenas parcelas ao município. Assim, solidificaria seu futuro político como promissor (E ele tem lastro para isso), sem se enveredar pelos caminhos mais tacanhos dos políticos oportunistas. Só nos resta lamentar!