Dr. Júlio César era pediatra muito querido e teve sua vida ceifada ainda sem explicação. (Foto: Arquivo pessoal)
Só depois que alguém invade um consultório e mata um médico pediatra, quando este estava atendendo seus pacientes em uma clínica particular, é que paramos para pensar que não estamos numa sociedade, no sentido mais nobre da palavra. O médico foi morto na cidade de Barra, no oeste da Bahia, crime ocorrido na manhã da última quinta-feira (23). A vítima foi identificada como Júlio César de Queiroz Teixeira, 44 anos, que também prestava serviços como clínico geral.
A trágica história começa quando um paciente havia saído do consultório e o suspeito entrou e disparou várias vezes contra o médico. Um dos tiros atingiu a cabeça de Júlio César. Ele chegou a ser socorrido por outros funcionários da clínica e foi levado para um hospital da região, mas não resistiu aos ferimentos. A Polícia Civil da Barra detalhou ainda que um homem, comparsa do atirador, o aguardou do lado de fora da clínica para dar fuga. Os dois saíram do local em uma moto. O Departamento de Polícia Técnica (DPT) esteve no local para fazer a perícia.
Os homens suspeitos de matar o pediatra Júlio Cesar de Queiroz Teixeira foram capturados e disseram à polícia que receberam 4 mil reais para cometer o assassinato. O crime teria sido encomendado por um homem que seria o companheiro de uma mulher que teria sido assediada pelo pediatra. “Conforme apurado nas investigações, o mandante do homicídio alegou que a vítima teria cometido um suposto assédio a sua esposa e por esse motivo determinou a morte do médico”, disse o coordenador da 14ª Coorpin/Irecê, delegado Ernandes Reis Santos Júnior, ao portal do G1 Bahia.
Os policiais tentam encontrar o mandante do crime. Na segunda-feira (27), o suspeito de atirar contra o médico foi preso, no município de Barra. Ele foi identificado como Jefferson Ferreira. O cúmplice, que levou o atirador até a clínica, também já foi detido. O nome dele não foi divulgado. De acordo com a polícia, a motocicleta e o capacete utilizados no dia crime foram apreendidos com o suspeito. No início da semana, a polícia afirmava que apurava se o pediatra foi assassinado após alertar uma família sobre uma criança atendida por ele, que apresentou sinais de abuso sexual, o que já foi descartado.
O irmão do médico assassinado, Lula Teixeira, também falou sobre o caso com o g1, na sexta-feira (24). A polícia vai investigar se a morte foi causada por vingança. Lula disse que a esposa do médico assassinado trabalhava como enfermeira e atuava com o marido nos atendimentos. Ela presenciou o crime, que ocorreu no momento em que Júlio César fazia o segundo atendimento do dia. Além da mulher, dois funcionários e uma criança, que estava acompanhada por responsável, presenciaram o assassinato.
De qualquer forma, o mistério continua. Seja qual for a razão, estamos numa era incomum, selvagem, até medieval, quando alguém, por um motivo qualquer, resolve, com pouco dinheiro, eliminar pessoas, certamente se aproveitando das enormes fragilidades do sistema. A impressão que se tem é que não há a presença do estado nas nossas vidas, a não ser para arrecadar impostos. Lamentável!