Assista ao vídeo com a mensagem
de Marina Silva aos homens e mulheres, de luta e de paz, da Rede
Sustentabilidade.
Pessoas de luta e Paz
Como todos nós temos acompanhado
nos últimos dias, a coligação entre a Rede Sustentabilidade e o Partido
Socialista Brasileiro (PSB) causou um grande impacto na política brasileira.
Pela primeira vez, as certezas e as verdades que mais uma vez seriam apresentadas
à sociedade brasileira em 2014 como inexoráveis e inabaláveis foram
fragilizadas.
Nas palavras de Tarso Genro, que
mesmo sendo um integrante histórico do PT teve a generosidade e a integridade
intelectual para analisar este momento, o gesto de Marina alterou a lógica
eleitoral do ano que vem. Disse ele: "Não será mais uma disputa entre a
memória do governo Fernando Henrique Cardoso e a memória dos governos Lula e
Dilma Rousseff. Será uma disputa sobre o futuro. (…) É uma mudança do padrão da
disputa política".
Não é preciso repisar a injustiça
que sofremos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Uma "situação de
abuso", como bem caracterizou o ministro Gilmar Mendes. Mas não nos
encolhemos diante do script que nos prepararam.
Hoje somos a Rede: reconhecida
pelo stablishment político e pela sociedade brasileira como um partido de fato,
embora ainda não de direito. Um partido com postura, valores e identidade a
ponto de ser reconhecido pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB) como um igual
para constituir uma coligação.
Coligação essa que vai exigir de
ambos muita firmeza, postura e sincera vontade de mudar e construir um momento
de inflexão histórico no país, de estabelecer as bases de uma cultura política
realmente democrática e à altura do que a sociedade está, por inúmeros meios,
exigindo.
O passo inicial deste momento foi
dado no calor da hora e causou entre nós desconfortos, inconformismos e
críticas que precisamos acolher e debater. Mas é preciso entender, de início,
as circunstâncias que nos levaram a tomar decisões em curtíssimo espaço de
tempo, ouvindo quem era possível ouvir e não submetendo-as a um amplo e
demorado processo interno.
É preciso entender, também, a
armadilha política a que o julgamento do TSE nos levou. O que fazer? Teríamos a
escolha de permanecermos isolados e enfrentar, sem meios para isso (já que não
teríamos a infraestrutura de partido) a dura tarefa de disputar espaço em 2014
com as grandes máquinas partidárias, para atingir a sociedade e sensibilizá-la
para os temas de uma profunda mudança política no país.
Dadas as circunstâncias, teríamos
também a escolha de nos filiarmos a um partido com o objetivo de viabilizar a
candidatura presidencial de Marina Silva. Mas é preciso reiterar que nosso o
objetivo central nunca foi uma candidatura em si, embora ela pudesse catalisar
apoios em torno de nossos valores e temas.
E a terceira possibilidade, que
seria tensionar fortemente o sistema político por meio de uma aliança com força
suficiente para disputar o futuro. E, assim, contribuir de maneira decisiva
para desfazer o nó cego da política brasileira, configurado pela polarização
entre PT e PSDB e todos os malefícios que ela traz, em termos de manipulação e
degradação do ambiente político por meio de alianças fisiológicas, à custa do
desmonte do Estado.
Fizemos uma escolha e agora é o
tempo de bancá-la. Dentro da coligação, nosso papel é o de não transigir com os
valores centrais do ideário e do programa da Rede para o país, e o de criarmos
condições de fazê-los avançar, em conjunto com o PSB. Marina e outros membros
da Rede não se filiaram como militantes do PSB, mas aceitaram esta filiação
democrática e transitória como um abrigo contra a injustiça cometida no TSE.
Vamos debater intensivamente o
que significará mantermos a integridade desse papel. Vamos, juntos, assumir os
riscos e construir os bons resultados. Temos que continuar as tarefas de nossa
organização e das bases de nosso consenso interno. Vamos continuar
responsavelmente no caminho que prometemos ao país trilhar. Ele está inteiro à
nossa frente. Só começamos e é preciso admitir que começamos dando uma
demonstração de força ao reposicionar a discussão política no Brasil e tirá-la
da inércia dos jogos de poder eleitoreiros de cartas marcadas.
Coligação Democrática
Rede Sustentabilidade e Partido
Socialista Brasileiro
Marina Silva (Rede) e Eduardo Campos (PSB) |
Os partidos Rede Sustentabilidade
e Partido Socialista Brasileiro decidiram neste sábado, 5 de outubro, formar
uma coligação política e eleitoral em torno de um programa para a disputa das
eleições de 2014.
Os partidos reafirmam a
legitimidade da integridade e da identidade partidária do outro.
Nas circunstâncias criadas por
recente decisão da Justiça Eleitoral, o caminho para construir essa coalizão é
a filiação democrática e transitória de lideranças e de militância da Rede ao
PSB. A filiação democrática e transitória é uma tradição brasileira nas
situações em que correntes políticas são impedidas de se organizar formalmente
e de participar com sua própria legenda dos processos políticos e eleitorais.
O objetivo central da aliança
entre o PSB e a Rede é aprofundar a democracia e construir as bases para um
ciclo duradouro de desenvolvimento sustentável, os dois pilares da verdadeira
soberania nacional.
A luta da sociedade brasileira
tem alcançado importantes conquistas nas últimas décadas: a redemocratização, a
estabilidade econômica, a redução das desigualdades sociais. A única forma de
manter e aprofundar essas conquistas é avançar. Por isso estamos unindo forças
para apresentar uma alternativa ao Brasil.
A convergência programática entre
a Rede e o PSB, que será desdobrada num calendário apropriado para a produção
de um programa a ser levado à população, é uma contribuição para superar velhos
hábitos e vícios da política brasileira. Chegou a hora de combater claramente o
atraso na política e colocá-la a serviço da sociedade. Chegou a hora de o
Estado ser finalmente comandado pelo povo brasileiro.
O ato politico de hoje é o início
de um processo. A aliança entre PSB e Rede será construída de baixo para cima
nas escolas, locais de trabalho, municípios, estados, no diálogo permanente e
democrático com as organizações da sociedade.
Esse é o nosso compromisso.
Brasília, 5 de outubro de 2013
Rede Sustentabilidade
Partido Socialista Brasileiro