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Ádria, o último adeus!

Na briga pelo poder, nada mudou. Só o ano!

Excetuando Sérgio Moro, Mandetta e Simone Tebet, parece que os pré-candidatos estão apenas a busca de uma sombra para acomodação política. O Brasil não é prioridade. ( Foto: NSC  Total)

Nunca se viu um país desperdiçar tantas oportunidades como faz o Brasil. Os fatos históricos mais recentes denunciam isso. E não precisa ser um cientista político para perceber que quase jogamos fora toda a nossa era democrática. O que aproveitamos foi algo insignificante diante de um mar de possibilidades que se abriu à nossa frente.

Começamos pela eleição de Fernando Collor. O alagoano tinha tudo para fazer uma revolução econômica e social, notadamente na eliminação dos privilégios da classe do andar superior. Mais preocupado em fazer o seu pé-de-meia que mudar o país, acabou sendo cassado. O sucessor, Fernando Henrique Cardoso, até que estava indo bem, mas a mosca do poder pousou na sua vaidade. A compra no Congresso da reeleição foi a pá de cal sobre o seu segundo mandato. Mais um retrocesso. 

E então veio o Lula. O operário na presidência prometia uma revolução neste país. Começou fazendo uma inicial e bem sucedida distribuição de renda. Quando tudo caminhava para o Brasil cravar o seu lugar entre as cinco maiores economias do mundo, vem o mensalão, depois o petrolão. Na sequência, com Dilma, a promessa era que uma mulher resolveria o que os homens não fizeram. A Mãe do PAC empacou o país. Foi apenas uma peça colocada lá para a continuação dos esquemas de corrupção. Acabou em impeachment.

Irritado e desesperançoso, o Brasil foi de Bolsonaro. Era o fora do padrão, fora de tudo. Nenhum país progressista o elegeria, a não ser por uma possibilidade ínfima. Mas somos o Brasil e aqui pode tudo. Mal feito, esperávamos que o cara aproveitasse a oportunidade rara que recebeu e entrasse para a história. E vai entrar, mas como o pior dos piores! Não há ainda no dicionário do Aurélio um adjetivo que, sozinho, defina Jair Bolsonaro. Sacripanta, pilantra, mentiroso, medíocre, canalha, calhorda, insensível, boquirroto, sacana, picareta, covarde... E por aí vai. Não percamos tempo em definir o que existe de pior na raça humana. Seu governo é um desastre.

Eis que, agora que chegamos ao ano de 2022, seria a hora dos homens de bem (escrevo homens de bem) juntos, com o propósito de salvar a nação, procurar uma saída para voltarmos a pensar em algo estruturado, voltado para um norte de progresso. Para isso, precisaríamos esquecer as ideologias, que por aqui são pura farsa. Nomes temos muitos. Eu incluiria Simone Tebet, Ciro Gomes, Sérgio Moro, Alessandro Vieira, Mandetta, Marina Silva e tantos outros. Estes, com apoio da imprensa responsável e um projeto real de país, daríamos um recado prático para a nação e colocaríamos a casa em ordem.

E o que está acontecendo? O STF e o STJ anulam sentenças colocando na rua os maiores corruptos da história. Ciro Gomes vive nas redes sociais a procurar briga com que não quer briga, que é o ex-juiz Sérgio Moro, e vive sempre a se colocar como o único capaz de salvar o país. Na verdade, Moro é o único até aqui que fala nesta coalização e não denegriu a imagem de ninguém, nem mesmo daqueles que o defenestram. O presidente do PDT, Carlos Lupi, mais preocupado com os números das pesquisas políticas que os da economia, rebateu a presidente do Podemos, Renata Abreu, após ela ter afirmado, em entrevista ao Metrópoles, que Ciro Gomes não cresceu nada, mesmo com a contratação do marqueteiro João Santana. Lupi disse que Moro era “balão japonês: tinha uma bucha grande, mas era pequeno. Ele subia rápido e caía rapidinho”.

O União Brasil está dividido para dar apoio ao juiz Sérgio Moro. A cara feia vem dos bolsonaristas que tomaram conta de quasse a metade da agremiação. O Psol deseja ardentemente ser o PCdoB de amanhã do PT, embora Lula queira ardentemente o chuchu do PSDB. O Cidadania não consegue ver nada além do partido de João Dória. O PSB jogou sua parte socialista na lata do lixo para negociar um lugar ao sol e as outras legendas estão apenas aguardando a melhor sombra para passar o verão de 2022.

Faltou a boa imprensa que está quieta. Só O Antagonista faz zoada. A Globo continua na sua neutralidade à espera de um milagre. UOL continua plantando notícias que agradam aos supostos eleitores de esquerda, apesar de abrir espaços para todos, coisa que está longe de acontecer com 247, Carta Capital etc. No outro lado da ponta está a Jovem Pan, que dispensa comentários. Enfim, todos com objetivos explícitos: garantir o faturamento deles de cada dia. O Brasil? Ora, ora, nosso país está prestes a escolher qual facção será eleita, para deleite dos membros do Centrão! A polarização é que interessa, o resto não tem pressa. O país é um mero detalhe! Nada mudou por aqui. Só o ano!