Contra-almirante Barra Torres, presidente da Anvisa. (Foto: Gov.Br) |
Não há dúvidas da veracidade das informações dados aos senadores e trouxe informações que explicam o contágio em profissionais nas UTIs, mesmo usando equipamentos. Ele afirmou que o órgão alertou o Ministério da Saúde sobre a importação de máscaras impróprias para uso dos profissionais de saúde. Também confirmou a existência de um comando paralelo com a finalidade de sabotar as ações de enfrentamento da pandemia encabeçadas pela pasta da saúde.
O contra-almirante não fez meias palavras ao confirmar que a médica Nise Yamaguchi defendeu, em reunião no Palácio do Planalto, mudanças na bula da cloroquina para que o medicamento fosse usado para tratar Covid. Deixou claríssimo que sua conduta é diferente da de Bolsonaro. É taxativamente contra qualquer tipo de aglomeração na pandemia e acrescentou discordar de alguém contrário às vacinas.
Barra Torres nos ensinou que não é porque está num governo que se deve cegamente aceitar suas ações. Foi uma surra no negacionismo de Jair Bolsonaro e seus seguidores. E como bem comentou o pessoal do portal O Antagonista, o fato do contra-almirante ter mandato de cinco anos não pesou tanto na decisão de falar a verdade. O que dizer então de ministros do STF, com mandatos vitalícios até os 75 anos, que são capazes de denegrirem toda sua biografia para adaptar a Lei à vontade de quem governa? E o que dizer de senadores, com 8 anos de mandato?
O presidente da Anvisa se guiou por valores republicanos, pela crença na ciência, pelo melhor para o país, com a preservação sempre da verdade. Para que todos entendam melhor, foi guiado pelos princípios humanos comuns aos cidadãos de bem. Ou seja, Barra Torres não agiu como um mau caráter ou canalha, mesmo sabendo que, hoje em dia, não é algo comum no modo de agir de muitos encastelados nos cargos públicos deste país. Dizem que Bolsonaro ficou com uma raiva brutal dele. Seria um sonho se o presidente concordasse com o presidente da Anvisa.