Landisvalth Lima
O governo do nosso Ildefonso
Andrade Fonseca, o Ildinho, é muito bom. Claro que há pessoas que encontram
defeitos em tudo, por interesse político, por revanchismo ou paixão ideológica.
Também é verdade que não há governo que não apresente problemas reais. Todos
erram. Errarão menos os que aproveitarem os erros como ensinamento. Fosse hoje
a eleição, com os candidatos que estão postos, e Ildinho ganharia de barbada.
Sou um admirador deste governo, mas não sou cego. Sou um aliado, mas não sou de
jogar o lixo para debaixo do tapete. Os dois gargalos da administração de
Ildinho são o transporte e o preenchimento de cargos de confiança. Talvez o
problema todo se resuma na administração dos surdos.
Um grupo político numa sociedade
como a nossa, múltipla de ideias e anseios, exige como pressuposto básico o
diálogo corriqueiro. Esta coisa de que um manda e os outros obedecem já não
polula mais por aqui. O perfil do atual prefeito é o do diálogo e ele sabe que
a única coisa que não se deve colocar na mesa para discutir é a chave do cofre.
Entretanto, a forma de como se aplica o dinheiro do cofre nas demandas do povo
é sim objeto de discussão. Como pode um grupo político passar dois anos sem uma
reunião entre os seus membros? Esta semana vi que os vereadores governistas estavam
todos embaralhados porque não sabiam o que dizer dos infindáveis problemas que
ocorrem no transporte escolar. E isso não é de agora!
Este mês de abril foi o que mais
reclamações ocorreram por falta de transporte escolar. Vários motoristas simplesmente
cruzaram os braços, ou por pagamento menor ou por não ter recebido o pagamento.
Somente hoje soube, através de Evanilson, que o pagamento está sendo feito por
quilometragem e o mês de março teve uma menor quantidade de dias úteis. Sim,
mas houve conversa neste sentido? Ninguém sabe. Por quê? Quem tem a resposta é
o nosso querido Beto Fonseca, filho do prefeito. Numa reclamação de estudante,
o prefeito acabou falando o que não podia e a gravação já circula pelas redes
sociais. Como isto pôde acontecer? Ildinho não se preparou ainda para o ano
eleitoral. Como não tem maldade no seu comportamento, esquece que o adversário
vive disso. E por que tudo isso acontece? Surdez e falta de diálogo com aliados.
Tudo isso poderia ser evitado com uma simples reunião.
Não se pode fazer administração ouvindo
dois ou três amigos próximos. Beto Fonseca tem nas costas uma responsabilidade
enorme. É o pai dele o prefeito e ele é secretário de administração e finanças.
Além de estar com a chave do cofre, é o ordenador de ações. Custa ouvir um
pouco o grupo? Custa sentar de vez em quando para ouvir sugestões? Ou será que
está pensando em vencer as eleições sozinho e levar para o travesseiro o peso
da derrota? Estamos num barco todos nós, inclusive o povo de Heliópolis. Poucos
têm o bote salva vidas. Se errarmos, o povo vai engolir água. Quem não souber nadar
vai morrer afogado! Está ouvindo, Beto!
Como pode uma empresa vencer uma
licitação, receber o dinheiro e não pagar aos motoristas contratados? Quando a
coisa estourar, ninguém vai culpar o dono da empresa. É Ildinho quem pagará a
conta eleitoral! Assim como os salários pagos em dia, os contratados precisam
receber em dia. São pessoas que fizeram compromisso financeiro para o sustento
da família. Não pode haver desculpa. Não adianta ficar dizendo que o problema
foi a conta bancária ou a transferência errada. Compromisso é compromisso! A
empresa falhou? O que não falta neste país é empresa querendo ganhar dinheiro.
E não adianta dizer que há atraso em outros municípios ou que o governo do
estado também atrasa. Nós não fomos eleitos para ser iguais aos outros. Temos
que dar exemplo, temos que ser os melhores!
Gostaria muito de dizer outras
coisas, mas não posso. Há coisas que só podem ser ditas numa reunião. Mas até
lá não posso segurar certas coisas. Além de alguns nomeados não cumprirem o seu
papel, ainda vejo a nomeação de um secretário que não vai trazer nada para o
grupo. É incompetente e, pior, não se dispõe a aprender. Será apenas um vaso ocupando
o espaço. E isto é imperdoável. Há duas condições para a nomeação de um
secretário: competência para o cargo ou capital político. Um secretário
extraordinário deve ter as duas, mas uma delas já o credencia à pasta. Quando
não tem nenhuma destas, é dinheiro jogado fora e comprometimento do serviço
público. Duplo prejuízo.
Ildinho é hoje a melhor riqueza política do
grupo que está no poder. Corre-se sério risco de se perder este potencial com os
próprios erros do grupo. Muita coisa melhorou em Heliópolis e isso foi feito
porque é obrigação de quem está no poder. É preciso credenciar o grupo para os
próximos quatro anos. Para isso, alguns erros não podem continuar. Em política
um erro prejudica muitos. Os únicos beneficiados com os erros são os
opositores. E não adianta dizer que eles estão se aproveitando e que quando
estavam no poder não resolveram o problema. O problema é de quem administra. E
quem está no controle erra menos se ouvir mais. E esta é última vez que
chamarei atenção. Não tenho mais paciência para ficar implorando oitiva dos
meus conselhos. Minha tolerância com os surdos é zero, mas jamais me fingirei
de mudo.