Caroline Santos - da Rede Estadual/Sintese
Movimento dos professores do estado de Sergipe continua forte |
Os professores da rede estadual
decidiram em assembleia nesta terça, 09, continuar a greve, a ocupação no
Palácio de Despachos e realizam nesta quarta, dia 10, a partir das 8h ato em frente
ao Tribunal de Justiça. Na quinta-feira,
11, os educadores realizam nova assembleia a partir das 15h no Instituto
Histórico e Geográfico.
A escolha do órgão máximo da
justiça estadual se dá pelo fato de que nesse mesmo dia será votado pelo pleno
do Tribunal de Justiça, o agravo instrumental impetrado pelo SINTESE que
contesta a decisão de desembargador José dos Anjos sobre a ilegalidade da greve.
“Esperamos que seja feita a justiça com aqueles que estão todos os dias no chão
das escolas públicas da rede estadual contribuindo para a formação dos cidadãos
sergipanos”, disse a vice-presidenta Ivonete Cruz.
“Todos os dias em sala de aula
nós ensinamos a nossos alunos a não abrirem mão dos seus direitos e a
reivindica-los. Por isso não voltaremos até que o governo compreenda que
precisa respeitar a luta dos professores e garantir o direito do magistério da
rede estadual seja garantido”, enfatizou a presidenta Ângela Maria de Melo.
A fala da presidenta do SINTESE
demonstra a indignação e revolta dos professores com a falta de propostas do
governo estadual não só com relação ao reajuste do piso para 2015 (na ordem de
13,01%), mas também com relação aos demais pontos da pauta (gestão democrática,
alimentação e transporte escolar de qualidade, não entrega das escolas de
ensino fundamental aos prefeitos, reforma das unidades de ensino, garantia do
pagamento da interiorização, combate a violência nas escolas, formação
continuada, entre outros).
Audiência com desembargador
A nova rodada da audiência de
conciliação realizada no Tribunal de Justiça na tarde da segunda-feira, 08,
frustrou mais uma vez a categoria. Os secretários de estado da Educação (Jorge
Carvalho) e da Fazenda (Jefferson Passos) só voltaram a repetir a argumentação
de que a Lei de Responsabilidade Fiscal e a falta de recursos inviabilizam o
pagamento do reajuste. “A lei de responsabilidade fiscal em nenhum artigo
impede o reajuste dos professores, inclusive o artigo 22 garante que categorias
que têm reajustes estabelecidos por lei possam recebe-los, o que é o caso do
magistério após a lei do piso. Por isso os professores não aceitam essa falta
de proposta”, aponta Roberto Silva dos Santos, diretor do Departamento de
Assuntos da Base Estadual.
Ato dos estudantes
Enquanto ocorria a assembleia dos
professores, os estudantes realizaram ato em frente ao teatro Tobias Barreto e
em caminhada pela avenida Adélia Franco se juntaram aos educadores em direção a
Secretaria de Estado da Educação. “Os estudantes compreendem que essa é uma
luta também é nossa e estamos ao lado dos professores, pois eles merecem ser
respeitados e valorizados”, disse Jan Victor, presidente da União Sergipana dos
Estudantes Secundaristas. “Não merecemos ter que fazer cotinha se quisermos
beber água com qualidade ou pagar pelas fotocópias de nossas provas e
apostilas. Nós merecemos uma escola de qualidade, com material didático e
instalações adequadas”, disse a estudante do Colégio Estadual Costa e Silva,
Larissa Alves. Os estudantes realizam mais um ato nesta quarta, 10. A
concentração será no calçadão da rua São Cristóvão em frente a Big Bolo.