Landisvalth Lima
Dilma e o PT estão surdos à voz das ruas |
Há certos momentos em que nos
fechamos para o ouvir, para as coisas óbvias. Muitas vezes nos cercamos de
pessoas que, por motivos vários, também não conseguem ver a realidade nua e crua
batendo à nossa porta. Não há exemplo melhor aqui a dar como o ato de estar no
poder. Lá do alto das nossas prerrogativas, quando somos arrebatados pelo cargo,
não enxergamos nada ou fingimos que nada de ruim acontece. Esse dilema está
sendo protagonizado pela Dilma Rousseff. Produto de uma mídia artificial, agora
vive o dilema de sobreviver a uma longa travessia de 45 meses ou pegar o boné
com a estrela vermelha e ir para casa.
O Brasil custou a acreditar, e
até mesmo a oposição não sabia disso, exceto Marina Silva e Eduardo Campos, que
o governo Dilma era um desastre total. Sustentada nas jogadas de marketing de
João Santana, ela passou raspando para sua segunda vitória. Para isso, a
mentira era a serventia da casa. A questão era ganhar, depois se faria o que
fosse necessário para corrigir os rumos. Só que agora, 75 dias depois, tudo
ficou velho. Vê-se um Joaquim Levy correndo contra o tempo e os outros 38
ministros ou fazendo idiotices ou não fazendo nada. O segundo governo Dilma já
é uma catástrofe antes mesmo de começar para valer. O projeto criminoso de
poder do Partido dos Trabalhadores está dando água.
E tudo isso por teimosia da
presidente. Insiste em fazer tudo errado, achando que todos vão acreditar e
acatar. Nem mesmo petistas históricos acreditam mais. É o caso, por exemplo, do
senador Walter Pinheiro. Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, Pinheiro
disse um ministro teria dito: "A PM está inflando esses números” e que na
manifestação deste domingo (15) na Avenida Paulista não haveria
"povão", e sim, a classe média que votou em Aécio Neves. Ou seja, ao
invés de se preocupar com a denúncia, quer desqualificar o denunciado. Para
Pinheiro, este ministro deveria "se preocupar com o recado, não importa de
quem veio". Na opinião do senador baiano, as manifestações, que levaram
milhares de pessoas às ruas em diversas cidades brasileiras, não se tratavam de
um "terceiro turno", mas sim, "a continuidade de um recado que
vêm desde a eleição". "Temos que parar e olhar para trás para ter
capacidade e coragem de falar dos erros. (...) Pelo amor de Deus. Não é o
problema com o Congresso, é com a sociedade. É com isso que estou preocupado. O
meu governo não consegue falar com a sociedade, meu Deus!", desabafou. Tem
gente no PT que ainda pensa!
Se Dilma e seus ministros não
conseguem ouvir o óbvio, dando respostas desastradas à sociedade e insistindo na
dicotomia nós contra eles; se ela não
consegue nem mesmo ouvir o desgastado Lula ou as vozes vindas das ruas, então,
é hora de dizer: Vai, Dilma, vai! Pega o teu boné e cai fora. Seu governo
chegou ao fim. Ao sair de Brasília, cante: “Tire o seu sorriso do caminho, que
eu quero passar com a minha dor”. E não se queixe do povo brasileiro. Ele deu a
você duas oportunidades nunca antes dada a nenhuma mulher na breve história
deste país. E não cometa o erro de entregar os anéis ao PMDB, para ficar os
próximos 45 meses obedecendo ordens do Cunha, do Renan e do Temer. Tenha a
dignidade de renunciar!
Festa com chapéu alheio
O governador Rui Costa (PT)
realizou nesta segunda-feira (16), em Feira de Santana, a entrega de 98 ônibus
escolares. Os veículos rurais escolares são adequados às condições de
trafegabilidade das vias da zona rural e irão beneficiar estudantes do ensino médio
da rede pública estadual de ensino. Durante encontro com 76 prefeitos, Rui
ressaltou que irá lançar o Pacto pela Educação e que, para isso, precisa do
apoio de todos. "Tem que ser abraçado pela sociedade". Só que os
ônibus são do projeto federal Caminho da Escola. Não há nada de grana do governo
do estado. Rui faz o que deseja: fazer festa com o chapéu alheio, seguindo a
cartilha de Wagner. Fala de educação de qualidade, mas ainda não resolveu a
questão do aumento de 13% para os professores e nem a reposição da inflação
para os demais funcionários públicos. Como o PT diz que não há crise no Brasil,
e tampouco na Bahia, a culpa é da crise internacional.
1.200 demitidos
Com a extinção da Empresa Baiana
de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), anunciada pelo governador Rui Costa (PT) na
reforma administrativa estadual, o secretário de Desenvolvimento Rural,
Jerônimo Rodrigues, garante que os mais de 1.200 servidores da empresa terão
direitos trabalhistas assegurados. Ele quis dizer que todos foram demitidos
pelo governo do PT. Em entrevista ao
Bahia Notícias, o titular da pasta analisa o cenário encontrado na área rural
da Bahia e os desafios enfrentados por sua gestão na Secretaria de
Desenvolvimento Rural (SDR). “A
estrutura da secretaria vai permear todo o estado. Vamos ter nos 27 territórios
de identidade da Bahia uma representação da secretaria”. Ele só não explicou
como fazer isso sem funcionários. É mais um faz-de-conta para enganar
trabalhador.
Manifestações em outras línguas
As manifestações realizadas neste
domingo (15), em várias cidades brasileiras, contra o governo da presidente
Dilma Rousseff (PT) foram destaque em sites e jornais estrangeiros por meio de
fotos, textos e frases dos protestos. “Um milhão de brasileiros saem às ruas
contra Dilma Rousseff”, foi a manchete do jornal espanhol El País, que
descreveu os manifestantes como pertencentes "às classes médias mais
educadas, melhor preparadas e mais informadas do país”. O Huffington Post
escreveu em letras garrafais "Basta, Dilma", classificando os atos de
domingo como os "maiores da história" do Brasil. Na página do jornal
britânico especializado em economia "Financial Times", uma reportagem
com título "Milhares pedem o impeachment de Rousseff" contextualizou
o cenário político e econômico da nação. De acordo com cálculos realizados pela
Policia Militar dos estados, as manifestações do dia 15 reuniram mais de dois
milhões de pessoas em todo país.
Preço da gasolina vai baixar...No
Paraguai!
A Petrobras anunciou, na semana
passada, uma nova redução no preço dos combustíveis - no vizinho Paraguai.
Todos os produtos sofreram reajustes para baixo, inclusive os tipos especiais.
Foi a nona vez que a estatal brasileira reduziu o preço dos combustíveis no
Paraguai desde julho do ano passado. O litro da gasolina comum caiu quase 5% do
outro lado da fronteira. Convertendo os valores de guarani para real, a queda
varia de R$ 0,13 a R$ 0,20. O preço da gasolina agora está entre R$ 2,85 e R$
2,89. Os valores não são fixos e variam de posto para posto. Podem ficar abaixo
desses valores dependendo da região do país. O diesel caiu 4%. Segundo informou
a Petrobras, em nota ao jornal O Estado de S. Paulo, as reduções são possíveis
porque o mercado de distribuição de combustíveis no Paraguai é livre e
desregulado. Aqui no Brasil é regulado e, por isso, estamos lascados!
Com informações complementares de VEJA, O Estado
de São Paulo, Folha de São Paulo, Correio e Bahia Notícias.