STEFÂNIA AKEL - O ESTADO DE S.
PAULO
Os principais grupos políticos do
País já têm suas posições para o 2º turno da disputa presidencial, ainda que
com diversas dissidências partidárias
Aécio Neves (PSDB) recebeu mais apoios que Dilma (PT) |
Com a manifestação de
apoio formal da ex-candidata Marina Silva (PSB) ao candidato do PSDB à
Presidência, Aécio Neves, os principais grupos políticos já têm suas posições
definidas no segundo turno, ainda que com diversas dissidências partidárias.
Uma semana após ficar em terceiro
lugar na eleição presidencial, Marina declarou no domingo, em São Paulo, apoio
a Aécio. Em seu pronunciamento, ela afirmou que a decisão teve como base a
carta de compromissos anunciada pelo tucano no sábado e que "a alternância
de poder fará bem ao Brasil".
Também no fim de semana, a
família de Eduardo Campos recebeu o tucano em Pernambuco e o filho do
ex-candidato, João Campos, leu carta de apoio a Aécio. No decorrer da semana
passada, PV, PSC, PSB, PSDC se manifestaram favoravelmente ao candidato do
PSDB.
Já a presidente e candidata à
reeleição Dilma Rousseff (PT) recebeu o apoio formal do PROS, enquanto o PSOL
de Luciana Genro optou por recomendar voto em Dilma ou nulo. O governador
reeleito de Santa Catarina no primeiro turno, Raimundo Colombo (PSD), já
afirmou que trabalhará pela petista no segundo turno. Além de PROS e PSD, a
coligação de Dilma é formada pelo PP, PR, PRB, PMDB, PDT e PCdoB. A coligação
de Aécio é composta por DEM, PTB, SD, PMN, PTC, PT do B, PTN.
Dissidências. As dissidências
dentro dos partidos, porém, foram abrangentes. O senador Cristovam Buarque
(PDT) contrariou orientação do presidente da sigla Carlos Lupi e declarou apoio
ao tucano. A executiva paulista da Rede Sustentabilidade, grupo político de
Marina, ficou rachado após a decisão da ex-ministra. Segundo apurou o jornal O
Estado de S. Paulo, uma carta conjunta deve ser apresentada nesta
segunda-feira, na qual integrantes da executiva estadual renunciarão as suas funções.
O número de desligamentos pode chegar a sete. Oficialmente, na semana passada,
a Rede recomendou voto em Aécio ou nulo, mas em seguida classificou a posição
como um "grave erro político".
No PSB, Roberto Amaral,
presidente interino do partido, foi contra a decisão oficial da legenda e
declarou apoio pessoal a Dilma. "A rebeldia do Amaral não muda nossa
convicção e tampouco mudará a nossa decisão", declarou o deputado Beto
Albuquerque, vice na chapa derrotada de Marina. Com isso, Amaral deve ser afastado
da direção do partido. Na soma geral, Aécio leva nítida vantagem. Renata Campos, viúva de Eduardo Campos, e Marina Silva são os apoios mais significativos.