O sepultamento de Zé Augusto foi concorrido (foto: TV Atalaia) |
O corpo do ex-presidiário José
Augusto Aurelino Batista, 41 anos, conhecido por Augusto de Lerindo ou simplesmente
Zé Augusto, passou por uma nova necropsia no Instituto Médico Legal (IML). O
corpo foi encaminhado na tarde da última quinta-feira (16) pela Polícia
Federal, que chegou no meio do velório de José Augusto, na cidade de Poço
Verde. A perícia durou quase três horas e teve por objetivo identificar se
realmente houve disparos de dentro da casa onde ele foi morto. Apenas a mulher
de José Augusto pode acompanhar os trabalhos. “Agora a justiça vai ser feita.
Estou com meu coração aliviado”, disse a viúva.
De acordo com o advogado da
família, Getúlio Sávio Sobral, o novo exame foi pedido pelo Ministério Público,
após o depoimento da viúva Simone Correia, que sinalizou uma possível execução.
“A partir desse depoimento, o MP solicitou ao Ministério da Justiça que
deslocasse uma equipe da Polícia Federal para intervir no caso”, declarou o
advogado. A necropsia, segundo Getúlio Sávio, foi realizada por peritos da
Polícia Federal de Brasília, e as investigações estão sendo comandadas por um
delegado federal da Divisão de Direitos Humanos. Também será realizada uma
perícia na residência de José Augusto, que deverá atestar se realmente houve
disparos de dentro da casa. Os laudos devem ficar prontos na próxima semana.
Todo o procedimento pericial foi concluído
por volta de 14h30 desta sexta-feira (17), pela Polícia Federal na residência
do ex-presidiário, morto durante cumprimento de mandado de prisão no município
de Poço Verde, na última quarta-feira (15). Ao fim da nova necropsia, o corpo
foi levado para a cidade de Poço Verde e no final da tarde foi sepultado. Uma
multidão seguiu o cortejo até o cemitério São Sebastião. A SSP declarou que não
vai se manifestar sobre os trabalhos de investigações da Polícia Federal.
Na última quarta-feira (15) a
superintendente da Polícia Civil, Katarina Feitosa, declarou durante uma
coletiva de imprensa sobre a morte de Zé Augusto, que a ação policial foi
legítima e que a intenção da Polícia Civil era mais uma vez prendê-lo, como fez
outras duas vezes. Ainda segundo Katarina Feitosa, José Augusto portava uma
pistola ponto 40 de uso restrito das forças policiais, chegou a ser socorrido e
não resistiu. A superintendente também declarou durante a coletiva que ele era
bandido, foragido da justiça, suspeito de mais de 20 homicídios em Sergipe e
Bahia. “Inclusive publicamente ele havia dito que a polícia não entraria na
casa dele se ele estivesse em casa. Ele ameaçava o Ministério Público e o
judiciário do Estado”, afirmou Katarina que ressaltou. “A nossa intenção era prendê-lo, se não
tivesse reagido ele estaria preso. Mas qualquer tipo de irregularidade será
investigado, a princípio a ação foi legítima, temos que lembrar que o bandido
ali era ele e não a polícia”, concluiu.
Acabou a tranquilidade
Vários são os moradores que
defendiam a ação de Zé Augusto. Senhoras chegam a declarar em emissoras de
rádio que “Ele matava os bandidos. Era um homem bom”. São pessoas que ou não
tem noção da gravidade do que afirmam ou estão cansadas da ausência do estado
que ainda não tem um plano de segurança pública. Poço Verde, após os fatos,
está tomada por policiais e, mesmo assim, não impediu a ocorrência de mais um
assassinato. Um homem foi morto na madrugada deste sábado (18) após ser vítima
de arma de fogo no município. O Instituto Médico Legal (IML) registrou o corpo
de Valdomiro Silva Santos, de 41 anos de idade. Segundo informações do 7º
Batalhão de Polícia Militar (7º BPM), ele foi abordado por dois homens em uma
motocicleta, que efetuaram vários disparos contra a vítima. Para completar o
terror, pessoas usam as redes sociais para disseminar a ideia de que a
violência grassa. Várias fotos de pessoas assassinadas em outras épocas
circulam na Internet ajudando a aumentar a sensação de insegurança.
Mais de vinte assassinatos
José Augusto foi morto depois de
mandar para o outro mundo mais de vinte jovens infratores. Não há um número
exato de quantos foram eliminados por ele. Concretamente só havia o processo do
assassinato do garoto retirado da ambulância em São José. As pessoas não falam,
mas correm a boca miúda que havia uma vaquinha e que os valores eram de 2 ou 3
mil reais por morte. Chegam a falar em 26 a 2 mil e 14 a 3 mil que povoavam a
lista da morte. Os crimes ocorriam em Heliópolis, Tobias Barreto, Poço Verde,
Fátima e até em São Paulo. Mas tudo é especulação. Fato é que Augusto de
Lerindo estava ganhando fama e tinha pretensões políticas. Ter dado mais votos
a um deputado estadual que o prefeito permitiu a ele até sonhar com a
prefeitura. Já havia pessoas que diziam que ele seria candidato a prefeito já
em 2016. Na história do Brasil os fatos indicam que quando os prejudicados são
os pobres parece que a coisa anda. Entretanto, não é permitido invadir o
terreno dos poderosos. Fato é que Zé Augusto tinha costas quentes e os fatos
serão esclarecidos. É pena que os assassinados não tenham tido o mesmo
tratamento, apesar de ainda não existir pena de morte no Brasil.
Com informações da SSP, do portal Infonet e do portal A8 do Sistema Atalaia de Comunicação.