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Neópolis - Cidades do Velho Chico - 31

Acreditem, o governador está preocupado com as negociatas eleitoreiras de 2014!

Li no Bahia Notícias duas postagens que me deixaram indignado. A primeira, do jornalista Fernando Duarte, mostra quão dissimulado é o nosso governador. As coisas estão acontecendo descaradamente nesta eleição, aos olhos da Justiça e de todos, e ninguém faz nada. E isto não é coisa só desta eleição. O próprio governo faz das suas ao negociar apoio em troca de cargos. Não é segredo para ninguém. O que me deixa espantado é que a coisa está piorando. Como o candidato pupilo de Jaques Wagner está perdendo a eleição, ele agora encontrou o que reclamar. Campo minado para candidatos, o custo da campanha piorou de 2010 para 2014, na opinião do governador do PT. Sem falar diretamente em compra de lideranças, Wagner criticou o rumo das relações para apoio no interior do estado. “Eu nunca vi nada igual ao que estou vendo esse ano. É como se tivesse banalizado que a coisa funciona assim e ponto final. Eu não sei porque não estou na ponta, mas todos os relatos que tenho são esses (compra de lideranças)”, relatou Wagner. Segundo ele, o problema é o “só trabalho por dinheiro”. “Eu estou vendo gente falando que está apertado que eu nunca vi. E estou vendo gente que não teve esse hábito de ter a relação assim que diz: ‘eu vou cair fora’”, completou o governador, citando, inclusive, o exemplo do presidente estadual do PSDB, Sérgio Passos. “Se eu não mudar a máquina eleitoral partidária no Brasil, cada ano sai pior. Está um negócio... Estou falando da relação [faz o gesto referente a dinheiro], ela banalizou”, critica. E chegou a sugerir alteração no calendário eleitoral: “Tem que acabar com esse negócio de dois em dois anos. Eu acho que devia ser cinco, sem direito a reeleição, de vereador a presidente da República”. Ótimo! E porque não fez isso nos oito anos de poder na Bahia? Por que não fez isso nos 12 do PT no poder federal? Agora que o projeto está fadado ao fracasso quer mudar? O Partido dos Trabalhadores é o principal responsável pela desgraça em que estamos vivendo. Foram anos no poder para mudar a história do país e não mudou coisa nenhuma. Nadaram da ponte ligando o nada ao lugar nenhum e agora vão morrer na praia.
A segunda é da jornalista Rebeca Menezes. Diz respeito ao Partido Popular, que sempre foi feudo familiar de Leões e Negromontes. Nada de novo também, mas confirma a reclamação do governador, que, com isso, deve perder espaço para os aliados na eleição proporcional. Fato é que a direção estadual do Partido Progressista (PP) parece ter se inspirado no Dia dos Pais ao definir o apoio dado a candidatos durante a campanha das eleições de 2014. O Bahia Notícias fez um levantamento dos deputados estaduais baianos que disputam, agora, uma vaga em Brasília. Segundo informações da primeira parcial de contas divulgada pelo Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA), herdeiros de nomes marcantes do PP aparecem com destaque, enquanto outro progressista ficou à míngua. Mário Negromonte Jr. – filho do até recentemente presidente estadual do partido e vice-presidente nacional, Mário Negromonte, atualmente conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios – e Cacá Leão – filho do atual presidente regional, João Leão – receberam, cada um, R$ 350 mil dos cofres do PP. Já o terceiro, Ronaldo Carletto, não recebeu nada da sigla. De acordo com o TRE-BA, Carletto conseguiu arrecadar, ao todo, R$ 58 mil – montante bem abaixo das doações para os herdeiros progressistas. A discrepância é alta. A soma dos valores aplicados nas campanhas dos “filhos pródigos” representa quase os mesmos R$ 750 mil disponibilizados pelo Partido dos Trabalhadores (PT) para a campanha de Rui Costa ao governo do Estado. Procurado, o presidente estadual do PP, João Leão, não foi localizado para comentar as doações da sigla - segundo a assessoria, estava em campanha como candidato a vice-governador na chapa de Rui Costa (PT). Deve também não saber de nada, o inocente. No levantamento do BN, os deputados estaduais que almejam ir para a Câmara Federal Capitão Tadeu (PSB) – ex-deputado, mas que até bem pouco tempo tinha cadeira na Assembleia -, Paulo Azi (DEM), Elmar Nascimento (DEM), João Carlos Bacelar (PR) e Yulo Oiticica (PT) não receberam apoio financeiro de seus respectivos partidos. Só quem poderá resolver a peleja é o eleitor que desconfiar de campanhas com altas quantias de financiamento. Não pode um candidato gastar 2 milhões para se eleger, quando a soma dos salários de um deputado, sem nenhum desconto, durante os quatro anos é de pouco mais de 1 milhão. Esta conta não fecha. Num país sério, não precisava muito para cassar várias candidaturas.