Sandro Freitas – do Bahia
Notícias.
Marina Silva (foto:Max Haack/ Ag. Haack/ Bahia Notícias) |
A Bahia deve contribuir para a
criação do partido Rede Sustentabilidade, liderado pela ex-senadora Marina
Silva, com menos da metade das assinaturas coletadas em todo o estado. Das 50
mil rubricas cadastradas, apenas cerca de 20 mil devem ser validadas pelo
Tribunal Superior Eleitoral (TSE), número considerado normal pelos apoiadores
que lideram a implantação da sigla em território baiano. O motivo alegado é a
obrigatoriedade de a assinatura na ficha partidária ser idêntica à do título de
eleitor. Futuros integrantes da Rede, consultados pelo Bahia Notícias,
explicaram que descartam boa parte das listas, no caso da Bahia até 20 mil
fichas, antes mesmo de enviá-las aos cartórios e entendem que 30% a 40% das
assinaturas costumam ser rejeitadas pelo TSE. “Normalmente acontece com jovens
com primeiro título ou idosos que mudaram a assinatura. É normal mesmo. Venho
do PSOL e já tive essa experiência”, explicou Ícaro Argolo, um dos integrantes
do comitê baiano da sigla. Ele garantiu que não houve má-fé para aumentar o
número de adeptos e criticou os tabelionatos. “Tivemos um contato mais próximo
com o cartório de Camaçari, que foi mais objetivo em reconhecer a limitação dos
servidores da Justiça Eleitoral por não terem graduação técnica suficiente para
discernir erro material, ilícito e falta de instrumento adequado para dar conta
do processo de coletas”, completou. Os baianos contribuíram, até esta
segunda-feira (26), com aproximadamente 12 mil assinaturas, já validades pelo
TSE.
Comitê da Rede na Bahia recebeu Marina Silva em Salvador |
O comando nacional da Rede
entregou ao tribunal, também nesta segunda, o pedido oficial de registro e a
expectativa é de que o processo termine no mês que vem. O futuro partido quer também liberação para usar os números 99, 77 ou 18, nessa ordem de preferência. “Conseguimos cadastrar
cerca de 30 mil assinaturas, pois nem sempre a ficha que vem tem o nome da mãe
ou data de nascimento e só pode conseguir o título se estiver completa”, disse
Rose Bassuma, que não escondeu o desejo de concorrer à Assembleia Legislativa,
mas assegurou que não aceitaria a indicação para concorrer ao governo do
Estado. Ela também comentou a lentidão dos cartórios, mas preferiu não creditar
a demora na validação das assinaturas à concorrência política. “Não se pode dizer
que existe interesse, porque não tem nenhum partido que tenha dito [que tenta
atrasar o processo], mas – subjetivamente – sabemos que a Marina Silva está
crescendo nas pesquisas e é uma candidata com viabilidade para estar no segundo
turno. Isso gera a expectativa de que alguns partidos realmente não tenham
interesse”, avaliou. Outro integrante do comitê, Júlio Rocha, também ressaltou
que há 826 mil assinaturas em todo o país, sendo que uma legenda precisa de
aproximadamente 500 mil para ser oficializada pelo TSE. No próximo sábado (31),
será realizada no Salvador Trade Center, na Avenida Tancredo Neves, às 14h, uma
plenária para reunir os apoiadores da Rede. “A ideia é propor algo novo e
disputar eleições para presidência, governador, senador e deputados. [Candidato
ao governo do Estado] pode ser uma mulher, pode ser alguém novo na política”,
resumiu Rocha. Nenhum dos organizadores da Rede na Bahia adiantou os nomes que
têm sido cogitados internamente. Eles alegam que algumas pessoas ainda não
foram convidadas, mas Rose Bassuma prometeu divulgar os nomes de possíveis
postulantes na próxima semana.