Os 4 mil escravos de jaleco do
Partido Comunista de Cuba custarão ao Brasil R$ 40 milhões por mês. Deve ser o
maior escândalo do PT em quase 11 anos de governo
Reinaldo Azevedo – de VEJA
Reinaldo Azevedo escreva para a revista VEJA |
Quem são?
Os médicos que chegarão ao Brasil
já atuaram em democracias bolivarianas exemplares como Venezuela, Bolívia e
Equador. Conheço bem a questão por razões que não vêm ao caso. Se os
jornalistas investigativos forem apurar (eu só investigo a falta de lógica),
vão descobrir que Cuba tem uma espécie de exército de jaleco para trabalhar
mundo afora. Todos eles, sem exceção, são filiados ao Partido Comunista e
considerados “quadros” do regime. Não! Não se trata de inferir que, no Brasil,
tentarão fazer a revolução ou implantar o comunismo. Isso é besteira. A questão
é de outra natureza. Em todos os países onde atuam, eles se tornam, aí sim,
prosélitos do governo que os importou. Se assim não agem por vontade, fazem-no
porque não têm alternativa. Os países que os abrigam não fazem contrato com
eles, mas com ditadura cubana. A Organização Pan-Americana de Saúde entra na
história apenas para, como direi?, lavar a natureza do acordo indecente.
Indecente? Sim! O Brasil pagará R$ 10 mil por cubano importado — e esse
dinheiro será repassado a Cuba. A ilha, então, se encarregará de pagar os
médicos. Esse mesmo tipo de contrato vigorou com a Venezuela, Equador e
Bolívia. Os médicos chegam sem suas respectivas famílias. Nem sonham, portanto,
em desertar. A atividade, no entanto, rende um pouco mais dinheiro do que
permanecer naquela ditadura paradisíaca. Atenção! Embora trabalhando para o
sistema público de saúde no Brasil, os médicos obedecem ao comando de cubanos.
Estarão por aqui, mas sob a estrita vigilância de bate-paus do Partido
Comunista. Deles se exige que, no contato com as comunidades pobres, sejam
agentes de propaganda do governo. É evidente que, caso criasse as condições
para interiorizar médicos brasileiros, Padilha não contaria com essa sujeição. E
por que os cubanos se submetem? Ideologia? Não necessariamente. É que não têm
alternativa. Para o seu futuro e o de sua família, ficar na ilha é pior. O
Brasil não terá nenhum controle dos médicos que vão entrar ou sair. Serão os
cubanos a decidir quem fica e quem vai . Como eles não terão o seu diploma
validado aqui, não têm como, por exemplo, abandonar o programa e passar a
clinicar por conta própria.
ENTÃO VEJAM QUE MARAVILHA! OS
CUBANOS SÓ SÃO CONSIDERADOS APTOS A TRABALHAR AQUI SE ESTIVEREM LIGADOS AO
GOVERNO DA ILHA. SEM ISSO, NÃO!
Contra a terceirização?
Lembro-me do escarcéu que
petistas e outros esquerdistas vulgares fazem contra a administração de
hospitais públicos por OSs (Organizações Sociais). Os vigaristas costumam dizer
que se trata de privatização do bem público e outras bobagens. E o que faz o
PT? Na prática, terceiriza 4 mil postos médicos, entrega-os ao controle dos
cubanos e alimenta aquela tirania com R$ 40 milhões por mês. Ora, poderia haver
terceirização pior do que essa, com os médicos obrigados — alguns certamente
por gosto e ideologia — a fazer proselitismo político, sob pena de ser mandados
de volta ao hospício de Fidel e Raúl Castro? É um escândalo, a meu juízo, sem
par na era petista. A importação dos médicos se dá a pouco mais de um ano da
eleição presidencial e para os governos de Estado. Dilma deve tentar um segundo
mandato. Padilha vai disputar o Palácio dos Bandeirantes. Em recente encontro
do PT, Lula afirmou que o ministro tinha antes de trazer os médicos para, aí
sim, anunciar a candidatura. Vamos ver, insisto neste ponto, o que fará o
Ministério Público do Trabalho, sempre tão diligente quando se trata de apontar
trabalho semelhante à escravidão em fazendas ou oficinas de costura. E no caso
dos médicos? Resta evidente que o governo de Cuba os mantém atrelados ao
regime, entre outras razões, porque dispõe de instrumentos para puni-los caso
se rebelem — e a família é um argumento bastante forte. Não sei, não! Tenho
para mim que, num exame cuidadoso das leis, não será difícil chegar à conclusão
de que esse acordo é ilegal. Numa entrevista, Padilha reafirmou que repassará a
Cuba R$ 10 mil por médico, mas que a remuneração dos doutores é decisão daquele
país; o Brasil não teria nada com isso. Como não? Então vamos encher as burras
de Cuba com os recursos de um programa público de saúde, vinculado ao SUS, e
ignorar que boa parte desse dinheiro será surrupiado? Curioso, não é? Segundo
as leis brasileiras, uma loja de departamentos que compre roupas de uma oficina
que explore trabalho degradante pode passar a ser corré (essas novas regras do
hífen são de matar…) numa ação ainda que ignorasse o fato. E se vai tolerar que
a presidente de um país e seu ministro da Saúde sejam beneficiários de um
trabalho em tudo similar à escravidão? No encerramento deste texto, é forçoso
que eu lembre: Hugo Chávez evidencia a excelência da medicina cubana, e Lula e
Dilma, a da medicina brasileira. Na hora do pega pra capar, os petistas não
apelaram nem aos cubanos nem ao SUS. Preferiram o Sírio-Libanês.