Pesquisa aponta que presidenta despenca 28 pontos e disputa de 2014 fica mais competitiva. Marina iria para o 2º
turno em todos os cenários.
José Roberto de Toledo - O Estado
de S. Paulo
Pesquisa nacional Ibope feita em
parceria com o Estado entre quinta-feira e domingo passados revela um cenário bem mais competitivo da
sucessão presidencial de 2014. No cenário com quatro candidatos a presidente,
Dilma tem 30% das intenções de voto estimuladas, contra 22% de Marina Silva
(sem partido), 13% de Aécio Neves (PSDB) e 5% de Eduardo Campos (PSB). Contra
os mesmos adversários, Lula chegaria a 41%, e os adversários ficariam,
respectivamente, com 18%, 12% e 3%. Por comparação, a taxa de Lula é 37% maior
que a de Dilma.
Num segundo cenário, com cinco
candidatos a presidente, Dilma fica com 29% das intenções de voto, contra 21%
de Marina e 12% de Aécio. Os três perdem um ponto porcentual com a entrada no
páreo do presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa. O magistrado
chega a 6%, contra 5% de Eduardo Campos. Nesse segundo cenário, trocando-se
Dilma por Lula, o candidato do PT cresce dez pontos e chega a 39%. Marina cai
para 17%, Aécio permanece com 12%, Barbosa fica com 6%, e Campos cai a 3%.
No único cenário estimulado que é
comparável ao da pesquisa Ibope/Estadão de março, Dilma despencou. Na simulação
com quatro candidatos a presidente, ele caiu de 58% para 30% de intenção de
voto estimulada. Ao mesmo tempo, Marina cresceu 10 pontos: de 12% em março,
para 22% em julho. Aécio ganhou 4 pontos: de 9% para 13%. Campos oscilou de 3%
para 5%. Também foi notável a expansão do voto nulo e branco. Entre março e
domingo passado, a taxa dos que não votariam em nenhum dos candidatos testados
dobrou de 9% para 18% - mais um reflexo do descontentamento dos eleitores com
os políticos.
O crescimento de Marina e a queda
de Dilma na pesquisa estimulada se explicam, em parte, pela inversão das
preferências dos eleitores mais ricos. Entre os que ganham mais de 10 salários
mínimos, a presidente caiu de 43% para 19% das intenções de voto, enquanto
Marina pulou de 18% para 44%.
Espontânea. A primeira pergunta
do Ibope sobre a sucessão pediu ao eleitor que dissesse em quem ele votaria se
a eleição fosse hoje, mas não apresentou opções. Nessa resposta, dita
espontânea, Dilma ficou com 16% das intenções de voto, contra 12% de Lula, 5%
de Aécio, 4% de Marina, 3% de Joaquim Barbosa, 3% de José Serra (PSDB), 1% de
Eduardo Campos e 1% de Geraldo Alckmin (PSDB). Outros 40% dos brasileiros não
souberam dizer espontaneamente o nome de um candidato a presidente, e 13%
responderam que votariam em branco ou anulariam. Demais nomes somaram 1%.
Em comparação à pesquisa feita
pelo Ibope em março, Dilma perdeu mais da metade sua intenção de voto
espontânea. Ela tinha 35% de citações na pesquisa anterior, contra 16% agora. A
perda de eleitores coincide com a queda abrupta da popularidade da presidente
após as manifestações de rua ocorridas desde junho.
Metodologia. A pesquisa
Ibope/Estado foi feita entre os dias 11 e 14 de julho. Foram entrevistados
2.002 brasileiros de 16 anos ou mais de idade em 140 municípios de todas as
regiões do Brasil. A margem de erro máxima é de 2 pontos porcentuais, para mais
ou para menos, em um intervalo de confiança de 95%. Isso significa que se a
mesma pesquisa fosse feita simultaneamente 100 vezes, em 95 delas os resultados
deveriam ficar dentro da margem.