Ao longo de oito meses, a Folha
levantou dados de publicações acadêmicas e, com o Datafolha, ouviu centenas de
cientistas e profissionais de Recursos Humanos para compor o RUF (Ranking
Universitário Folha).
UFPE - Universidade Federal de Pernambuco - a melhor do Nordeste. |
Nele estão representadas 191
universidades -que operam com pesquisa, ensino e extensão- mais 41 centros
universitários ou faculdades, dedicados sobretudo ao ensino e onde há pouca
pesquisa.
A USP figura em primeiro lugar,
seguida pelas federais de Minas (UFMG) e do Rio (UFRJ). Entre as instituições
não universitárias destacou-se a ESPM, com a melhor formação em publicidade,
único curso que a USP não lidera, considerando-se os 20 maiores do país. Até
então, o Brasil dependia de classificações globais ou, no máximo, continentais,
que citam poucas instituições brasileiras e desconsideram características
nacionais. A metodologia geral do RUF foi criada pelo grupo liderado pelo
cienciometrista (ciência que estuda a produção científica) da USP Rogério
Meneghini, em conjunto com a Redação da Folha.
DESTAQUES
Dos quatro aspectos analisados na
lista geral do RUF (pesquisa, ensino, reputação no mercado de trabalho e
inovação), a USP apenas não é primeira colocada em termos de inovação, indicador
que a Unicamp lidera. Outro resultado que chama a atenção é a boa avaliação das
escolas privadas pelas empresas. Entre as 15 instituições mais citadas como
melhores por profissionais responsáveis por contratação, seis são pagas. Os
cientistas têm visão diferente: só citaram uma particular, a PUC-Rio, entre as
melhores.
Entre as dez primeiras
universidades na lista geral, cinco estão no Sudeste; três no Sul, uma no
Centro-Oeste e uma no Nordeste. A melhor universidade do Norte, a federal do
Pará, aparece na 24ª colocação do ranking. Informações como essas são
importantes para orientar políticas públicas, alunos, professores e
empregadores, pois mostram as instituições de destaque no país e as que estão
com defasagem. Países como EUA, China, Alemanha, Bulgária, Cazaquistão e Vietnã
já fazem rankings nacionais. O Ministério da Educação brasileiro faz uma
avaliação de instituições, chamada de IGC (Índice Geral de Cursos).
A metodologia, porém, não prevê
um ranking de instituições de ensino superior, apenas as classifica em grupos.
O levantamento do governo considera a nota dos estudantes em uma prova (o
Enade); a proporção de docentes com doutorado e as notas dos programas de
pós-graduação. Não havia, até agora, um indicador que abrangesse a visão do
mercado de trabalho e a produção científica das instituições.
O RUF (Ranking Universitário
Folha) é uma listagem inédita das universidades brasileiras, de acordo com a
sua qualidade. Para chegar ao ranking, a Folha criou uma metodologia própria
(tendo como referências avaliações internacionais consolidadas), que mescla
indicadores de pesquisa e de inovação e a opinião do mercado de trabalho e de
pesquisadores renomados.
Os indicadores que compõem a
fórmula do RUF:
- Qualidade da pesquisa: A Folha
analisou nove indicadores das universidades relacionados à pesquisa científica,
como proporção de professores com doutorado, número de artigos científicos por
docente e número de publicações no Scielo. Peso: 0 a 55 pontos
- Qualidade de ensino: o
Datafolha entrevistou 597 pesquisadores do CNPq?, amostra definida para representar
o grupo dos melhores cientistas e docentes do país. A cada um deles foi pedido
que apontasse as 10 melhores instituições brasileiras em sua área. Peso: 0 a 55
pontos.
- Avaliação do mercado: O
Datafolha entrevistou 1.212 diretores, gerentes ou profissionais responsáveis
pelos recursos humanos de empresas e instituições brasileiras, amostra definida
para representar todo o setor do país. Para cada um deles foi pedido que
apontasse as três instituições de ensino superior para os quais dariam preferência
em um processo de contratação. Peso: 0 a 20 pontos
- Indicador de inovação: A Folha
analisou a quantidade de pedidos de patentes? por cada universidade. Peso: 0 a
5 pontos
Para o ranking geral, foram
consideradas apenas as universidades?, que são instituições mais completas, com
ensino e pesquisa em diversos campos do conhecimento. Essas instituições
precisam também cumprir exigências mais rígidas que as demais formas de
organização? demais formas de organização de instituições de ensino.
O ranking geral conta com 191
universidades, distribuídas em 188 posições porque houve alguns empates. A
melhor Universidade do Nordeste é a UFPE, na 10ª colocação. Na Bahia, a UFBA
lidera em 12º lugar. Em Sergipe, a UFS é 39ª e a UNIT e 97ª. Veja a lista da
Bahia e Sergipe e a a top das dez melhores do Brasil, segundo a FOLHA DE SÃO
PAULO.
As 10
melhores universidades
1º
|
SP
|
|
2º
|
MG
|
|
3º
|
RJ
|
|
4º
|
RS
|
|
5º
|
SP
|
|
6º
|
SP
|
|
7º
|
PR
|
|
8º
|
DF
|
|
9º
|
SC
|
|
10º
|
PE
|
Ranking 2012
|
Nome da universidade
|
UF
|
Pública
Privada
|
Qualidade de ensino
|
Qualidade de pesquisa
|
Avaliação do mercado
|
Indicador de inovação
|
Nota total
|
EM SERGIPE:
|
||||||||
39º
|
Universidade
Federal de Sergipe (UFS)
|
SE
|
Pública
|
0,66
|
39,85
|
8,33
|
3,13
|
51,97
|
97º
|
Universidade
Tiradentes (UNIT)
|
SE
|
Privada
|
0
|
22
|
7,92
|
0
|
29,92
|
NA BAHIA:
|
||||||||
12º
|
BA
|
Pública
|
2,78
|
47,99
|
17,66
|
3,89
|
72,33
|
|
55º
|
BA
|
Pública
|
0
|
38,81
|
4,85
|
1,16
|
44,82
|
|
60º
|
BA
|
Pública
|
0
|
38,62
|
4,14
|
0
|
42,76
|
|
61º
|
BA
|
Pública
|
0
|
38,7
|
2,52
|
0,5
|
41,72
|
|
83º
|
BA
|
Pública
|
0
|
31,79
|
0,96
|
0,5
|
33,25
|
|
96º
|
BA
|
Privada
|
0
|
19,96
|
10,08
|
0
|
30,04
|
|
98º
|
BA
|
Pública
|
0
|
20,17
|
8,49
|
0,5
|
29,16
|
|
146º
|
BA
|
Privada
|
0
|
6,32
|
10,24
|
0
|
16,56
|