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Avenida Brasil em Foz do Iguaçu |
Landisvalth Lima
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Eu a as Cataratas do Iguaçu |
Foz do Iguaçu é uma cidade com
cerca de 260 mil habitantes, localizada no Parná e marcada por sua diversidade
cultural. São 80 nacionalidades, sendo que as mais representativas são oriundas
do Líbano, China, Paraguai e Argentina. Integrada à região trinacional, na
tríplice fronteira do Brasil, Paraguai e Argentina, Foz do Iguaçu faz divisa com
a cidade argentina de Puerto Iguazú e com a cidade paraguaia de Ciudad del
Este. A base da economia da cidade está no turismo, com destaque para o
comércio e serviços. De acordo com pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro
de Turismo (EMBRATUR) e pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE),
em 2006, 2007 e 2008 Foz do Iguaçu foi considerada no segmento
"Lazer" o 2º destino mais visitado por turistas estrangeiros, atrás
apenas do Rio de Janeiro. Contando com uma infinidade de opções de passeios, de
lazer, gastronomia, a cidade conta com a ajuda da vizinha Ciudad del Este,
considerada a 3ª maior cidade comercial do mundo.
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As Cataratas vistas da passarela |
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A Garganta do Diabo das Cataratas |
Mas o ponto atrativo forte são
as Cataratas do Iguaçu. O conjunto natural de quedas de água recebe quase dois
milhões de visitantes de todo o mundo anualmente. É uma paisagem de tirar o
fôlego e o turista se sente integrado à natureza. Vi quatis e tucanos sem medo
dos visitantes. É notória a convivência pacífica do sulista com a natureza.
Enquanto em várias cidades do nordeste do Brasil, a exemplo de Heliópolis,
prefeitos arrancam árvores para cimentar praças, em Foz do Iguaçu as casas e
praças convivem com árvores de todas as espécies. E não há só uma preocupação com
a preservação da natureza. O nativo sabe que a cidade sobrevive economicamente
da presença do turista e tudo gira em torno das cataratas. Há espetáculos que
reproduzem as lendas populares sobre o surgimento das quedas de água do Rio
Iguaçu.
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Muito frio e vapor d`água nas Cataratas do Iguaçu |
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Os tucanos não se importam com os turistas |
Muitas lendas indígenas contam
a formação do maior conjunto de quedas d'água do planeta. Uma delas diz que os
índios caingangues, que habitavam as margens do Rio Iguaçu, acreditavam que o
mundo era governado por M'Boy, o deus serpente, filho de Tupã. O cacique da
tribo, Ignobi, tinha uma bela filha chamada Naipi. Por causa de sua beleza,
Naipi seria consagrada ao deus M'Boy, passando a viver somente para seu culto.
Havia, no entanto, entre os caingangues um jovem guerreiro chamado Tarobá, que
se apaixonou por Naipi. No dia em que foi anunciada a festa de consagração da
bela índia, quando o cacique e o pajé bebiam cauim (bebida feita de milho
fermentado ou de mandioca) e os guerreiros dançavam, Tarobá fugiu com Naipi em
uma canoa, que seguiu rio abaixo, arrastada pela correnteza. M'Boy ficou
furioso quando soube da fuga e penetrou nas entranhas da terra. Retorcendo seu
corpo, produziu uma enorme fenda que formou uma catarata gigantesca. Envolvidos
pelas águas, os fugitivos foram tragados pela imensa cachoeira. Naipi foi transformada
em rocha logo abaixo da cachoeira, fustigada pelas águas revoltas. Tarobá foi
convertido em uma palmeira, situada à beira do abismo. Debaixo dessa palmeira
existe uma gruta, de onde o monstro vingativo vigia eternamente suas vítimas.
Ou seja, também na lenda, tudo surge em função do amor por uma mulher. As
lendas são reproduções metafóricas da vida.
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Os quatis fazem parte da paisagem |
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A Green House Hostel em Foz do Iguaçu |
E por falar em mulher, quem
chegar a Foz do Iguaçu não pode perder a hospitalidade do Green House Hostel. É
um aconchegante dormitório localizado na Rua Edmundo de Barros, próximo ao
centro da cidade. Não tem errada: saindo do Aeroporto, seguindo a Avenida das
Cataratas. No final desta, dobrando à direita, entrando na Avenida Paraná, mais
uma vez entra na primeira à direita e você já está na Edmundo de Barros. Aí é
só caminhar um pouquinho até o número 1130 e você estará na Casa Verde. Há
ônibus para o centro em frente ao dormitório e, caminhando cerca de 400 metros,
há transporte para Ciudad del Este (Paraguai), Puerto Iguazú (Argentina). O
atendimento é especial. A gerente do pedaço é Grasiela, uma gaúcha
educadíssima. Ela fala, além do Português cheio de sotaque de Porto Alegre,
espanhol, alemão, italiano e inglês. Quando cheguei à Casa Verde, Grasiela
estava conversando com um casal de ingleses e com um alemão ao mesmo tempo, e
ainda teve paciência para me dar informações. É apaixonada por macarronada.
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A simpática Grasiela da Casa Verde |
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A cidade de Puerto Iguazú, na Argentina |
Durante os quase 20 dias que
passei no Green House Hostel, convivi com 1 israelita, 8 alemães, 9 ingleses, 1
colombiano, 1 koreana e 2 paraguaios. Ainda testemunhei a barulhenta seleção de
futsal do Paraguai e travei amizades com brasileiros de vários lugares deste
país. Grasiela não se furta em dar orientações, inclusive pensando no bolso do
turista. Graças a ela, é impossível ir a Foz do Iguaçu e não pedir reserva no
Green House Hostel, que inclusive tem preços competitivos. Todos os dias me
desloquei sem problemas para estudar em Ciudad Del Este, no Paraguai. Eram dois
ônibus e cerca de 50 minutos até a Universidad Internacional Tres Fronteras. A
dificuldade era o retorno, porque quase tudo para de funcionar depois das 17
horas no Paraguai. Pela noite, pouco pude desfrutar da Casa Verde. Como o frio
era imenso, piscina nem pensar. Abusei muito da internet banda larga de 35
gigas para pesquisar e fazer meus trabalhos. Quero ir n`outra data para
desfrutar melhor. Desta vez com Ana Dalva e as crianças crescidas. Ninguém
deveria passar para outra vida sem antes ver as Cataratas. É algo grandioso.
Também não percam a oportunidade de visitar a pequenina e organizada Puerto
Iguazú, em território de los hermanos argentinos. Lá a organização fala mais
alto. E é bom estar bem documentado porque são organizadíssimos, diferentemente
da aduaneira paraguaia que é mais, digamos, flexível! (obs. dê um clique nas fotos para ampliá-las)