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Época revela os principais pontos do texto da Rio+20


Texto foi entregue aos chefes de Estado e governo, e pode ser aprovado pelos líderes mundiais nesta sexta-feira.
     REDAÇÃO da revista ÉPOCA
O documento "O futuro que queremos" - o texto final da Rio+20 - deve ser aprovado oficialmente nesta sexta-feira (22) pelos chefes de Estado e governo reunidos na conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável.
O texto foi entregue às lideranças dos países na quarta-feira, e ainda pode sofrer alterações. Mas, segundo o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, é pouco provável que isso aconteça, e o documento não deve ser reaberto.
Ban Ki-moon também aproveitou para defender o acordo. O texto entregue aos líderes mundiais foi considerado fraco por ambientalistas e representantes da sociedade civil, e alguns líderes definiram o documento como pouco ambicioso. Para o secretário-geral da ONU, o acordo cria a base para o desenvolvimento sustentável. "Este documento deve ser visto como um pacote. Uma base, não como um teto", disse.
Confira abaixo os principais pontos do texto entregue aos líderes mundiais.
     Princípios da Rio 92
O documento começa reafirmando os princípios adotados nas conferências de Estocolmo (1972) e na Rio 92, inclusive o de "responsabilidades comuns, porém diferenciadas". Esse princípio define que os países desenvolvidos têm maior responsabilidade sobre os impactos ambientais do que as nações pobres. Alguns países ricos queriam excluir esse trecho, argumentando que países como Brasil, China e Índia também são responsáveis por emissões poluentes, mas não obtiveram sucesso.
     Financiamento do desenvolvimento sustentável
O G77, grupo dos países em desenvolvimento, queria que as nações desenvolvidas se comprometessem com US$ 30 bilhões para financiar o desenvolvimento sustentável. Esse valor não foi aprovado, já que a União Europeia argumentou que a crise comprometia a criação do fundo. No final, o texto definiu a criação de um processo intergovernamental que vai decidir qual a quantia necessária para o desenvolvimento sustentável, e quais são os países que podem contribuir com essa quantia.
     Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
Era esperado que a Rio+20 criasse objetivos de desenvolvimento sustentável. O texto, no entanto, deixa essas metas para depois. Os países decidiram iniciar o processo de criação das metas na próxima assembleia geral da ONU, em setembro.
     Fortalecimento do Pnuma
Uma das dúvidas sobre o texto era se os negociadores iriam optar por criar um novo órgão ambiental na ONU, ou fortalecer o já existente Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). No final, os países optaram por fortalecer o Pnuma. Essa medida deverá ser tomada na próxima assembleia geral da ONU, em setembro.
     Oceanos
Um dos capítulos que mais avançou foi o de oceanos. Os negociadores reconhecem que a poluição marinha é um problema e se comprometem a criar um plano para a conservação de espécies em alto mar. Mas esse plano não será criado agora. Nos momentos finais de negociação, os países acabaram trocando o início imediato do plano e adiaram para 2014.
     Subsídios para combustíveis fósseis
O texto não se compromete a acabar com os subsídios para combustíveis fósseis. Ativistas e ambientalistas dizem que o mundo gastou mais de US$ 1 trilhão em subsídios para a produção de petróleo, carvão e termelétricas, e reivindicam que esses subsídios passem a ser investidos em energias renováveis. O documento diz que é desejável acabar com os subsídios, mas os países não definiram planos ou metas.